Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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27.5.12

IS010 Homens mostram pouco afecto

Encontrei este artigo que fala da dificuldade dos homens em partilharem intimidade e afectos. Está bem explicado e faz todo o sentido. Gostei especialmente do artigo, e da ideia de o publicar neste blog, porque as explicações dadas para a compreensão deste problema, acabam também por explicar assuntos que foquei nalgumas das minhas reflexões: A necessidade da intimidade no sexo e nos relacionamentos, (R012 Intimidade Sexual) e o facto dos homens chegarem ao amor através do sexo, e as mulheres chegarem ao sexo através do amor e dos sentimentos. (R010 Engana-me que eu gosto). Leiam, porque vão perceber quais as razões das dificuldades de relacionamento e compreensão mutua entre homens e mulheres. As diferenças principais estão ao nível da educação, mas as diferenças biológicas também têm influência.

Por que é que os homens mostram pouco afecto?

 
Por que razão a troca de carinho, a intimidade e a expressão de sentimentos assusta tantos homens? Ficámos a saber que a educação e a biologia estão na base do problema.

Ana (nome fictício) tem 30 anos e vive com o namorado há três. Têm interesses semelhantes, não abdicam da companhia um do outro, ele divide as tarefas de casa, trata-a 'com todo o respeito'. Até já falaram em ter filhos. Tudo poderia correr de vento em popa se não fosse um pequeno grande senão. 'Ele não é propriamente a pessoa mais carinhosa do mundo. Não gosta de me beijar em público e, mesmo quando estamos sozinhos, não se preocupa muito com isso. Só quando estamos na cama ou quando há sexo é que se mostra mais afectuoso', confessa.

No início da relação, meia-dúzia de amigos desprevenidos perguntaram, espantados, se eles namoravam realmente, de tão discretos que eram, e as amigas confessavam-lhe que não sabiam como ela conseguia namorar um homem tão frio. 'É bastante constrangedor ouvir isto. Houve até quem me aconselhasse a acabar a relação, que, se agora era assim, depois de casada iria ser um martírio.' Apesar de tudo, reflecte, há muita coisa que os une e nem sequer põe a hipótese de se separar. 'Não digo que não tenho pena de que ele não seja mais terno. Mas é surpreendente como uma pessoa se pode moldar ao comportamento do companheiro. Acho que hoje não sou tão carinhosa como antes.'

Eles falam de sexo, nós, de sentimentos

Rosário Gomes é psicoterapeuta e recentemente foi responsável por um interessante estudo sobre a intimidade. Descobriu que homens e mulheres têm uma noção diferente sobre o tema. Quando se fala em intimidade, muita gente remete o assunto para a cama. Mas é muito mais do que isso, diz a psicoterapeuta.

'É mais a proximidade, a 'relação com', independentemente da tarefa que se está a partilhar: pode ser na brincadeira, na troca de informação, na sexualidade.

A importância está na entrega.' Para existir, é preciso ter confiança para baixar as defesas, sem medo de que as emoções ou os gestos que partilhamos nos deixem mais vulneráveis. 'A mulher valoriza mais a intimidade intelectual e o homem valoriza a intimidade sexual, que para a mulher é importante mas como uma consequência da troca de carinho', diz a psicoterapeuta. 'O homem foi educado para uma sexualidade mais física e a mulher para uma sexualidade mais emocional.' Por esta razão não são estranhos os casos como o do companheiro de Ana: afectuosos durante o sexo, mas relativamente frios em carinho e partilha de sentimentos no dia-a-dia. 'Foi-lhes 'permitido' socialmente desenvolver a intimidade e o afecto na sexualidade', explica Rosário Gomes.

'Os homens chegam ao amor através do sexo. As mulheres chegam ao sexo através do amor e dos sentimentos.' Quem o diz é John Gray, autor do best- -seller 'Os Homens São de Marte, As Mulheres de Vénus'. A maneira como nos excitamos sexualmente também é diferente da dos homens. Enquanto a imaginação e os sentimentos desempenham o papel principal na sexualidade feminina (excitamo-nos muito mais com o toque e com as palavras que ouvimos), os homens são mais sensíveis aos mecanismos corporais que desencadeiam excitação e aos estímulos visuais. Em contrapartida, sentem-se muito mais pressionados a ter um bom desempenho sexual. Os nossos cérebros, dizem os especialistas, também funcionam de maneira diferente. Nos homens, o hemisfério direito, que controla todas as emoções, está subordinado ao hemisfério esquerdo, da racionalidade, diz a antropóloga Helen Fisher, autora do livro 'O Primeiro Sexo'. Nas mulheres, o funcionamento dos dois hemisférios é mais equilibrado e integrado.

O medo da intimidade

Rosário Gomes diz que não podemos traçar um retrato-robô do homem com medo de mostrar afecto, mas que existem características comuns: 'À partida, será mais inseguro e reservado, e por isso também mais ansioso.'
Mas, como nasce esta espécie de fobia de intimidade? Será só falta de interesse na relação? 'O que faz toda a diferença são as regras da conduta aprendidas na adolescência. Os rapazes são ensinados que não é muito bonito expressar afectos ou chorar, e isto faz com que não desenvolvam tanto o treino da intimidade. À rapariga é permitido falar com a sua amiga sobre o que sente, sobre os seus medos, alegrias. Ao rapaz isso não é permitido entre pares, por causa da aprovação da sua identidade enquanto macho. O toque entre rapazes também não é bem aceite', alerta. Quem não segue as regras de aceitação no clube dos 'machinhos' arrisca-se a ser marginalizado. 'Por isso é que aquele amigo ou amiga que se escolhe, na adolescência, para falar à vontade é tão fundamental no crescimento. Com ele podem ultrapassar as normas e não estão sujeitos a humilhação', explica Rosário Gomes.

A relação com os pais também é importante nesta aprendizagem. 'Há uns anos, achava-se que era essencial uma separação entre o jovem e os pais, para que este construísse a sua identidade. Hoje sabe-se que não é necessário se houver uma boa relação de intimidade com os pais.' Quando não aprendemos a partilhar os nossos sentimentos e a confiar nos outros, começamos a recear a intimidade. 'Ganha-se medo de perder independência, de se ser controlado pelo outro através da expressão dos afectos e da entrega física. Estas pessoas pensam que, ao falarem do que sentem, estão a mostrar-se vulneráveis e temem que o outro utilize isso da pior maneira possível. Se ele não expressa afectos, não aprende consigo próprio e com o outro', observa a psicoterapeuta.

Avarentos nas emoções?

Helen Fisher apoia esta teoria no seu livro. 'O psicólogo John Gottman, da Universidade de Washington, registou centenas de discussões entre marido e mulher e constatou que 85% das atitudes de obstrução eram tomadas por homens.' Ou seja, o homem diz que não quer falar mais e dá a conversa por encerrada. 'Esta contenção emocional masculina é visível em muitas culturas. Mulheres interrogadas nos EUA, na Finlândia, na Noruega e na Suécia queixam-se todas de que os homens são emocionalmente avarentos', continua Fisher.

O que leva uma mulher a suportar isto? 'Em muitos casos, a relação até é funcional, ainda que não exista grande intimidade. A mulher convive com isso porque não é muito exigente ou porque acha que já não há possibilidade de mudar e compensa esse défice de intimidade com amigas. Até é saudável como complemento, não como substituição', afirma Rosário Gomes. 'Tanto o homem como a mulher ainda não identificaram os problemas da intimidade como os mais sérios a resolver, quer para o indivíduo quer para a relação.' Mesmo quando pedem ajuda, são outros os motivos que os levam ao terapeuta. 'Queixam-se de disfunções sexuais ou de conflitos, mas percebemos que o que existe é, afinal, um grande problema de intimidade.'

Dê-lhe treino afectivo

Há esperança de aprender as linhas com que se cose a intimidade? O caminho a percorrer é longo e a mulher tem um papel importante. Preste-lhe mais atenção e mostre respeito pela personalidade dele. 'Quando percebemos que a outra pessoa está a tomar atenção ao que dizemos e a respeitar a nossa forma de pensar e valores, sentimo-nos acarinhados. Não é preciso muito mais que isto. A escuta activa faz vir o afecto ao de cima', diz Rosário Gomes. Não pergunte constantemente: 'O que é que tens, fala comigo!' Ele só irá sentir-se mais pressionado. Aceite que há momentos certos para falar. Em vez de o criticar gratuitamente, convide-o a expressar-se: 'O que sentes com essa situação, qual é a tua dificuldade em falar?' Conte-lhe algo muito íntimo para si: um trauma do passado, memórias de infância, a razão das suas tristezas. Assim, encoraja-o a fazer o mesmo.

Não ponha as questões incómodas debaixo do tapete. 'O conflito é necessário e importante para evolução da relação', aponta Rosário Gomes. 'Mas deve ser acompanhado de capacidade de resolução.' Faça-lhe ver que não gostou de um comportamento e o que isso a fez sentir. Dê-lhe oportunidade de se explicar. Proponham soluções que evitem que o mesmo se repita. Procure ajuda profissional. Ele pode sentir-se mais à vontade a sós com o terapeuta, e só depois se passa à ajuda ao casal. 'Temos de identificar se o problema está na individualidade ou na sintonia da relação e da partilha', explica Rosário Gomes.


Cristina Correia/ACTIVA

7 comentários:

Patrícia39 disse...

Com a tua ajuda desmistifiquei alguns comportamentos masculinos no mundo da Net e até no dia-a-dia.
Uma das coisas que me fazia confusão era saber que no dia-a-dia os homens são mais frios e reservados, não demonstrando as suas emoções e fazendo sexo pelo sexo.
Na Net só apareciam seres fofinhos, emocionais e a quererem uma mulher para uma relação e não só para sexo. Baralhei-me. Então não querem só sexo? Precisam de um relacionamento para o sexo funcionar?
Depois fizeste-me perceber o jogo por detrás destas palavras. Jogo aprendido com experiências passadas em que as mulheres lhes exigiam emoções em troca de sexo? O mais triste é que ambos procuram carinho, companhia e sexo. Os homens também querem as emoções, só não sabem lidar com elas e ficam longe das mesmas para se protegerem.
O homem perde por não conseguir expressar emoções. A mulher, como ficou explicado, acaba por abafar essas emoções indo ao encontro do homem. Perdem os dois. Custou- me ler aquilo que me aconteceu também: “acho que hoje não sou tão carinhosa como antes”. É uma pena.
Como em outras áreas da vida, ou crescemos e agarramos o que queremos na vida como adultos ou continuamos a seguir ditames da educação e da sociedade e somos infelizes, amargos.
Libertem-se das correntes. Homens, sejam carinhosos, falem do que sentem. As vossas relações beneficiar-se-ão. Terão mulheres mais carinhosas e menos bruscas e amargas. E o sexo vai melhorar para ambos 

xarmus disse...

Pois é minha querida... é tudo muito relativo.

Normalmente, os homens enganam as mulheres com essas cantadas porque acham que assim as conseguem levar com mais facilidade.

Mas também já aprendi que há homens que não conseguem ter sexo com uma desconhecida, e precisam do cafezinho, de ir ao cinema, de passear, antes de lhes saltarem para cima. Não é que queiram ou precisem de envolvimento emocional, mas como são inseguros, precisam de se sentir mais à vontade com elas. Chegar, despir e comer, não funciona para eles.

Mas é pena que homens e mulheres se enganem e se agridam, em vez de jogarem limpo, com sinceridade e respeito, e que não falem abertamente dos seus problemas.

O Seduzir com prazer, tem precisamente como objectivo tornar esta dinâmica mais transparente e que todos nos conheçamos melhor uns aos outros.

Beijocas boas minha querida

Anónimo disse...

Não vejo as coisas dessa forma. Os homens que fazem este jogo de sedução é porque precisam disto para saber até onde uma mulher está disposta a ir com eles. Depois também precisam de aumentar o seu ego. Também porque não é muito fácil, todos sermos tão aventureiros. Por isso, iludem e até mentem, para conseguir chegar onde querem. Já as mulheres quando têm uma atitude mais directa e decidida, eles já não gostam, pois já não serão eles a "dominar" toda essa situação.
Já a questão dos homens mostrarem pouco afecto, penso que as comédias românticas têm a sua culpa. ahahah..Pois estão sempre a mostrar homens maravilhosos, que não precisam de dar uma queca com uma gaja para se perceber que é a mulher da vida deles. Como o texto diz bem, e concordo, normalmente os homens apaixonam-se é na cama. É um facto.
Esta ilusão que o homem não mostra afecto e que as mulheres são naturalmente ensinadas para isso, a mim causa-me um pouco de confusão. Talvez porque tenha muita dificuldade nisto dos afectos. Mas sei bem que o medo da intimidade existe tanto em homens como mulheres. E nas mulheres é claramente um assunto tabu, porque esta ideia que já nascemos a esbanjar sentimentos e carinho está bem intrínseca.
Assim sendo, sou da opinião de quando queremos algo devemos mostrar que o queremos e isto é válido para ensinar, gostar, inovar e até amar algumas coisas. As mulheres têm muito a mania que os homens têm uma capacidade suprema de lhes ler a mente, e assim sendo, tudo aquilo que gostam e não gostam.

Rakel*

xarmus disse...

Olá Rakel*

Obrigado pelo teu comentário

Beijo

Anónimo disse...

Olha eu aqui de novo, mas não resisto a comentar seus posts são muito bons. Culturalmente são esperados certos comportamentos de homens e mulheres, isso de a mulher precisar amar para ter sexo não se encaixa a mim, consigo fazer essa distinção entre obter prazer sem ter compromisso, por incrível que pareça detesto ter que dar satisfação e fazer demonstrações publicas de afeto com alguém que so estou "conhecendo". Por esse motivo já me chamaram de fria diversas vezes, na cama uma única vez. Nessa época cheguei a acreditar que era mesmo pois nunca tinha realmente gozado com o ato sexual, foi quando percebi que so o sexo "normal", não me satisfazia. Quando tive coragem de pedir a um namorado que me prendesse na cama, e me batesse, libertei uma parte de mim que estava presa. Desde então sou adepta do SD, nem preciso da penetração em si para obter prazer, o meu principal afrodisíaco consiste em dar a meu "dono" total controle dos meus desejos. Bjs

FS

xarmus disse...

Ui Ui... deves ser uma maravilha. Eu adoro uma mulher que se entrega totalmente às vontades do dono e tem muito prazer com isso.

Lê algumas conversas aqui no blog com mulheres que gostam de ser dominadas. M João 42, , Nuria 30, Nicole 28, Helena 33, Nikita 38 e casal càtia 36 e Miguel 38... e há algumas mais que já não me lembro dos nomes... vais gostar.

xarmus disse...

Mais duas que me lembrei agora... Barbara 36 e patrícia 39... também foram ou são minhas submissas.