Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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30.3.17

IS037 Os pêlos púbicos estão de volta

Como eu tinha dito e previsto numa das minhas reflexões (aqui) acerca dos pelos púbicos, aqui está de volta a moda do naturalismo. Como também cheguei a prever, já há forma de implantar pelos públicos para quem fez depilação definitiva a laser.

Como está mais que provado que tirar os pelos púbicos faz mal à saúde e deixa a vagina mais exposta a infecções e portanto muito menos higiénico, era fácil de prever que a moda de rapar as passarinhas tinha os dias contados.

"As modas são cíclicas e têm-nos presentado com boas doses de nostalgia, como as calças à boca de sino, as permanentes ou os fatos de banho em vez dos biquínis. Agora a tendência é mais surpreendente: parece que os pelos na zona púbica voltaram, em nome do naturalismo dos anos 70, e até já há implantes para quem aderiu à depilação definitiva íntima há uns anos e se arrependeu.

Há pelo menos quatro décadas que temos vindo a adotar mil e uma formas de depilação nesta área do corpo, desde os designs mais arrojados à depilação total. Enquanto nas culturas ocidentais a tendência tem sido para eliminar o máximo possível, em alguns países asiáticos, pelo contrário, os pelos são sinal de feminilidade e até mesmo considerados sensuais. O mítico episódio do filme Sexo e a Cidade em que Samantha fica chocada com os pelos de Miranda na piscina mostra como, na nossa cultura, pelos e sexy não se conjugam na mesma frase.

A questão que já se tinha colocado - sobretudo por questões de saúde e a ideia de que se os pelos estão lá é porque fazem falta - é se esta vibe meio hippy alguma vez iria regressar e a resposta é mais do que positiva. Na verdade, os pelos têm vindo a ganhar um destaque cada vez maior na forma como as mulheres se sentem femininas, bonitas e sensuais. Em Nova Iorque, três jovens amigas criaram o ano passado uma marca de cosmética - Fur - que se foca numa linha de produtos naturais para a pele da zona púbica e os pelos da vagina. O sucesso é tal que há lista de espera para alguns.

Em 2015, a revista Cosmopolitan falava numa tendência de nicho que poderia, ou não, estar a vingar: o chamado “full bush” (arbusto cheio) onde os pelos queriam mesmo ser-se vistos a “fugir” do biquíni. A ideia era mesmo deixar-se um “montinho” percetível por baixo das cuecas do fato-de-banho. E esta moda não caiu de paraquedas. Já em 2014, a famosa marca American Apparel tinha colocado manequins “peludos” nas suas montras, numa tentativa de apelar à beleza natural feminina no seu todo, onde sexy e conforto podem andar juntos."

Helena Magalhães

Fonte: observador

18.9.16

IS036 Sexo com robôs

Pois é... com a evolução tecnológica, qualquer dia aparecem por aí robôs machos e fêmeas para todos os gostos. Robôs com software Heterossexual, homossexual ou bissexual já instalado de fábrica, mas que podem ser personalizados com os plugins favoritos e adaptados ao gosto de cada um. Podemos ter um robô fêmea, bissexual, submissa e muito tímida que pode virar uma ganda puta dominadora e agressiva, ou um machão dominador e malcriado mas que se for preciso também leva no cu ou aspira a casa. É evidente que, com este desenvolvimento tecnológico, os robôs não serão apenas para fins sexuais, mas vão servir para tudo. Cozinham, fodem, tratam das plantas, levam no cu e os animais à rua, lavam o carro, fazem broche e a lida da casa.

Mas vamos à notícia...

"O SEXO COM ROBÔS ESTÁ PARA BREVE (E VAI SER MUITO MELHOR)




Segundo diversos especialistas citados na imprensa internacional, os robôs sexuais vão ser melhores do que os humanos – e há mesmo quem adiante uma data para que tal aconteça: em 2050 poderemos assistir a celebração de casamentos entre humanos e robôs.

O crescente realismo dos “robôs sexuais” tem levado a um aumento da sua popularidade – e há quem acredite piamente que as máquinas podem mesmo vir a substituir a companhia humana.

Em entrevista ao Daily Star, Joel Snell, especialista em robótica da Universidade de Kirkwood, no Iowa, Estados Unidos, diz que por causa da sua capacidade de serem programados, os robôs iriam “corresponder mais facilmente” às necessidades sexuais do seu proprietário do que um companheiro humano.

Segundo Snell, esta nova modalidade sexual poderá ser muito “viciante”, porque os robôs estão sempre disponíveis e nunca rejeitariam o seu parceiro.

Snell considera mesmo que os robôs poderiam vir a ser melhores a fazer sexo que os humanos, pois tal como substituíram o homem em outras atividades, podem também superiorizar-se ao ser humano nas atividades sexuais.

A possibilidade já tinha sido avançada em 2012, num estudo de Ian Yeoman e Michelle Mars, onde é discutida a possibilidade de, em 2050, o famoso Red Light District, em Amsterdão, oferecer acompanhantes robô – livres de qualquer tipo de doenças sexualmente transmissíveis.

Para além disso, o advento e massificação da robótica sexual irá também permitir, por exemplo, que qualquer um possa ter em casa a sua própria Scarlett Johansson…

Mas Kathleen Richardson, investigadora na área da Ética na Robótica, na Universidade de Montfort em Leicester, realça, em entrevista à Sky News, que o uso destes androides “vai aumentar o isolamento dos seres humanos”.

Richardson, que dirige a Campaign Against Sex Robots, considera que o principal problema é “as pessoas acharem que os seus desejos, as suas necessidades mais complexas podem ser satisfeitas por objectos inanimados”.

“Basicamente, por coisas”, diz Richardson.

ZAP / Bom Dia"

Não acredito que venha a haver casamentos entre pessoas e robôs. Podendo comprar, ninguém vai casar com um eletrodoméstico. Mas convenhamos que é bastante agradável chegar a casa e termos a Sharon Stone com o plugin "cozinha-pró II" instalado, toda descascada e mortinha por nos mamar no caralho, sem reclamar, sem se cansar, e com a vantagem de poder funcionar em "silence mode". Para quem gosta de chegar a casa bêbado e dar porrada na mulher, pode optar por modelos como o "domestic violence" preparados para resistir às mais barbaras agressões.

Para as mulheres ainda vai ser melhor, já que sofrem muito com a fraca prestação sexual dos homens. Chegar a casa e ter o Brad Pitt todo nu e de pau feito, depois de já ter levado o cãozinho a passear, com as compras feitas e o jantar na mesa, é o sonho de qualquer mulher. Tem a vantagem de ter um caralho extensível e regulável à dimensão pretendida, sempre teso e rijo que, com o seu sistema de reconhecimento de sensações CATST (Come at the same time) esporra-se ao mesmo tempo que a proprietária, e só pára de foder depois de desligado, ou passado para "confort mode", que dá massagens, miminhos e lambidelas suaves na cona. Para quem gosta de fazer um bom broche e beber tudinho, pode escolher entre esperma normal, light ou com bifidus activos. Em "advanced mode", vai ser possível mamar até beber um bom tinto alentejano ou uma caipirinha.

Quando viajarem não necessitam de levar a "bonecada" toda. Basta alugar um robô no destino e instalar-lhe o software previamente descarregado do SkyDrive. Os hotéis terão nos quartos para além do frigo-bar, um casal de robôs prontos a receberem o software do cliente, que pode ser instalado pela net no momento da reserva. Quando entrarem no quarto já têm a puta de pernas abertas em cima da cama e a salivar por tudo quanto é buraquinho, (é assim que eu gosto de entrar no quarto) ou o matulão com o piço de 30 cm preparado para esfodaçar a cona ou o cu mais exigentes.

Em 2060 os humanos vão poder ver notícias deste tipo:

No próximo mês vão ser lançados dois novos modelos sexrobot. O “Xarmus XM500 Vintage”, uma reprodução "retro" desenvolvida pela Microsoft, inspirada no famoso garanhão que se tornou conhecido nos anos 10 e 20 através do blog “seduzir com prazer”, e o inovador Googlesex GS750 que não precisa de carregar software, já que recebe actualizações automáticas de acordo com os gostos e pesquisas feitas pelo utilizador através da internet.
O bug detetado na versão anterior já foi rectificado, depois de um utilizador ter sido agredido, amarrado e barbaramente enrabado pelo Googlesex da esposa, após ter feito pesquisas sobre sexo forçado e BDSM usando o telemóvel e o login da companheira.

16.3.16

IS035 Um problema que a monogamia não resolveu

Uma amiga viu este artigo, lembrou-se do meu blog e enviou-me o link. Foi um prazer ler este artigo escrito por uma professora, investigadora e psicoterapeuta na área da sexualidade, que confirma o que tenho escrito neste blog, tanto nas minhas reflexões como no separador da informação sexual e emocional.

Nós somos naturalmente poligâmicos. A monogamia é um comportamento social contra natura. É imposto por uma sociedade retrograda e preconceituosa que tenta controlar as nossas vidas, exigindo-nos uma conduta social desadequada às nossas necessidades e à nossa felicidade.

Enquanto não enfrentarmos este problema de frente e enquanto continuarmos a aceitar a hipocrisia que nos é imposta, nunca conseguiremos ser felizes, e continuarão a existir os problemas conjugais no seio dos casais. A possessividade, os ciúmes, a violência doméstica e as separações violentas e dolorosas, são o resultado de paradigmas criados, completamente desajustados aos tempos de hoje.

Mas vamos ao artigo...

O interesse romântico e/ou sexual por mais de uma pessoa é um dilema que a monogamia ainda não resolveu

É possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo? Quando amamos realmente uma pessoa podemos sentir atração sexual por outra? Se me sinto atraído por outra pessoa isso significa que o meu casamento não está bem?

Estes são alguns exemplos de perguntas que assombram muitíssimas pessoas em todas as sociedades e culturas onde o sistema relacional é a monogamia. Ouço estas perguntas com bastante frequência no meu consultório. São perguntas que geram dissonância, angústia, dúvida e conflito, e algumas vezes levam à ruptura de relações e perdas significativas, o que traz bastante sofrimento.

O interesse romântico e/ou sexual por mais de uma pessoa é um dilema que a monogamia ainda não resolveu. Nem pode resolver. Porque seguir o desejo erótico implica uma tendência naturalmente poligâmica.

Recordo-me de Florentino Ariza, personagem do Amor nos Tempos de Cólera, do magnífico García Márquez, no aceno de despedida à amada que partia no navio, quando já pensava em ir ao encontro de outra (amada), profere num acesso de raiva “O coração tem mais quartos do que uma pensão de putas”.

Viver uma relação com total honestidade consigo próprio e com o outro, passa por encaixar a ideia de que outra pessoa pode chegar de repente e entrar no nosso coração. Passa por aceitar que a pessoa-que-está-connosco pode ir embora a qualquer momento. E é duro aceitar a inevitável falta de segurança e instabilidade que define a condição humana.

Ser verdadeiramente livre, respeitar e aceitar a liberdade do outro, é das tarefas mais difíceis e desafiadoras do ser humano. E talvez por isso tenha sido necessário inventar a monogamia como um sistema regulador das relações. Um sistema regulado pela sociedade, pela religião e pelas leis.

É como tão bem escreveu Fernando Pinto do Amaral, na revista Ler, em 1996: “Sendo cada ser humano único e diferente de todos os demais, generalizou-se a partir de certa altura a ideia de que a atracção sexual deveria fixar-se num ente específico onde cristalizassem as emoções, de modo a que o desejo tomasse o nome de amor e a que as sensações (sobretudo físicas) pudessem transformar-se em sentimentos (sobretudo psíquicos). E dessa ilusão tem vivido uma boa percentagem da literatura amorosa do Ocidente”.

O que é a não-monogamia?

A liberdade para seguir o desejo erótico, envolver-se na experiência amorosa, e criar vários espaços no coração para gostar e amar várias pessoas ao mesmo tempo mas, sempre numa condição de consensualidade, ou seja, todos de acordo. Esta é a grande marca das relações não-monogâmicas. Uma relação com afectos, compromissos, planos, e tudo aquilo que as pessoas consensualmente decidirem.

Quando falamos de relações não-monogâmicas, falamos de relações românticas, sexuais, amorosas e afectivas consensuais, entre duas ou mais pessoas de qualquer sexo e género. Todos os parceirosexplicitamente concordam que cada parceiro pode ter relações românticas e/ou sexuais com outras pessoas.

Variantes possíveis das relações não-monogâmicas são, por exemplo, as relações abertas (ou casamentos abertos), em que ambos concordam que podem ter sexo extra-díade, e o poliamor - o envolvimento em múltiplas relações amorosas com o consentimento de todos os envolvidos, existindo um grau de compromisso. A principal característica das relações não-monogâmicas é que as pessoas podem dispor dos seus afectos e dos seus corpos livremente, consensualmente.

Os sistemas de poligamia, que existem nalgumas sociedades e culturas, não são necessariamente consensuais, e por isso podem tornar-se em sistemas opressores de dominação (como a monogamia também pode ser).

Uma das questões que vulgarmente surge sobre estas relações, é o ciúme. Como é que as pessoas não são esmagadas pelo ciúme. De um modo geral, o ciúme tem subjacente um sentimento de posse exclusiva da outra pessoa, e por conseguinte, o medo de a perder. A grande questão é o que fazemos com o ciúme. Podemos lidar com o ciúme com maturidade e controle, ou podemos atormentar e violentar a outra pessoa. Agir com agressividade motivado pelo ciúme é em grande medida o resultado da cultura que nos ensina a ser possessivos, pouco respeitadores do outro e consumidores egoístas e auto-centrados.

Para viver uma relação não-monogâmica é necessário muita empatia, alteridade, aceitar a liberdade do outro, discutir fraquezas, negociar limites, pensar e agir de forma ética. Mas não é sempre assim, cada vez que se juntam duas pessoas que trazem backgrounds diferentes, vivências e histórias de vida completamente diferentes? Eu diria que estes são os desafios de qualquer relação, monogâmica ou não. E não é fácil.

E o Swing?

A literatura científica tem considerado o swing como uma variante da não-monogamia. O swing é uma prática sexual entre casais em que, numa situação específica e delimitada, ambos membros de um casal se envolvem sexualmente com os membros de outro casal. De um modo geral, o swing acontece em contextos monogâmicos, onde a excitação é justamente a "transgressão controlada". Ou seja, são casais monogâmicos que procuram esta prática em contextos muito particulares (por exemplo, em clubes ou festas organizadas para o efeito), e quando saem dali, mantêm a sua relação tradicional, na maioria das vezes, monogâmica.

A dificuldade de abordar este tema e de o compreender, é a enorme diversidade que se encontra a nível dos comportamentos sexuais e do grau de compromisso das relações.

Comportamentos modernos, atitudes velhas

No contexto social actual assistimos a uma banalização do sexo, em que a sexualidade é vista como um produto numa sociedade cada vez mais de consumo. Neste contexto de pós-modernidade, muitas pessoas ficam baralhadas em comportamentos e atitudes e envolvem-se nas ditas “relações alternativas”. Mas muitas vezes, não é uma escolha em liberdade e em verdade, consigo próprio e com o outro, e a pessoa acaba por sentir-se perdida.

Independentemente de qual o sistema em que nos relacionamos, é fundamental haver uma ética na relação amorosa e/ou sexual. Uma ética do consentimento, da igualdade, do prazer partilhado, e do direito à vinculação e desvinculação.

Fonte: Visão | Ana Alexandra Carvalheira

Ana Alexandra Carvalheira, professora e investigadora no ISPA. Realiza investigação na área da sexualidade, aliada à prática clínica que mantém desde 1997 como psicoterapeuta. É membro da International Academy of Sex Research, foi presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica e tem dezenas de artigos publicados em revistas científicas internacionais. O que mais gosta, é do trabalho clínico com os clientes, onde mais aprende e de onde retira as questões que quer investigar.


16.10.15

IS034 Sexo oral é extremamente saudavel

Encontrei um artigo interessante na Time. Para não ter que traduzir o texto, procurei e encontrei em Português. Parece que as tão deliciosas mamadas fazem extremamente bem à saúde.

Mas o melhor é ler o artigo...

"Sexo oral não é só divertido mas super saudável. Veja a prova!

Sexo oral = mais saúde?! Parece mais matéria de tabloide. Mas é justamente isso que uma pesquisa médica recente acaba de comprovar. 2 cientistas austríacos estavam em busca do segredo da longevidade e acabaram encontrando. A resposta, no entanto, os pegou de surpresa. Acredite se quiser, mas o esperma guarda a chave!

O amor é saudável e deixa as pessoas mais jovens: Frank Madeo e Tobias Eisenberg, pesquisadores da Universidade Karl Franzens, em Graz, finalmente têm a prova. Eles compararam resultados de 6 países e o que descobriram é inacreditável.

A palavra mágica é: ESPERMIDINA! A substância é encontrada em grandes quantidades no sêmen. Entre outras funções, ela tem propriedades singulares que, além de reparar células danificadas, ainda retardam o processo de envelhecimento. Se não bastasse isso, a espermidina também pode ser usada no tratamento de ansiedade e depressão.

Até a publicação desta última pesquisa, sabia-se apenas que o sêmen era rico em vitaminas e proteínas. Mas os resultados obtidos pelos pesquisadores austríacos têm causado furor na comunidade científica. Com base nesses achados, especula-se agora que a espermidina possa ser usada também na luta contra doenças como mal de Alzheimer e Parkinsons.

Eisenberg, um dos responsáveis pela pesquisa, diz: "Parece que nós realmente encontramos o Santo Graal da pesquisa antienvelhecimento. Um achado incrível, que pode beneficiar toda a humanidade!" Para os menos aventureiros lendo esta matéria, além do esperma, a espermidina também está presente em alimentos como a soja, a toranja e os cereais, ainda que em concentrações bem menores.

Mas para os românticos de plantão, não é nenhuma novidade: o amor continua sendo o melhor remédio!

É sabido que o sexo faz com que as pessoas sintam-se mais jovens e bem-dispostas. Mas que ele possa ter efeitos a longo prazo sobre a saúde é realmente uma descoberta e tanto. O resultado da pesquisa é unânime: esperma faz bem à saúde!"

Fonte



Ou seja... uma boa mamada, para além de reparar células danificadas e dar uma boa dose de vitaminas, proteinas e sais minerais, também retarda o envelhecimento, cura ansiedade, trata depressões e ainda trata Alzheimer e Parkinsons. Mas atenção... não dá para fazer batota, tem mesmo que engolir todinho. Se não beber, sabe bem, é divertido, mas não faz efeito. Este sim, é um verdadeiro remédio caseiro.

31.8.15

IS033 Depilação genital feminina

Um dia destes, publiquei aqui uma reflexão que falava da depilação genital feminina. Na sequência, uma amiga enviou-me um texto em que fala do mesmo tema, mas explica ao pormenor, o que acontece quando se faz depilação genital feminina. Vale a pena ler e perceber o que está a fazer ao depilar-se. Publico também uma foto de uma coninha, depois de ser massacrada com uma depilação total, e depois de começarem a aparecer os pelos encravados, as borbulhas e os quistos. A cona não fica mais saudável, nem sequer mais bonita. Reparem que os pelos encravados, as borbulhas e os quistos, só aparecem na zona dos pelos genitais onde foi feita a depilação, já que no resto do corpo não tem esse problema.

"Depilação íntima: Pela sua saúde, não tire tudo

A pilosidade genital tem como principal função proteger o órgão sexual. A sua extração pode provocar infeções, principalmente em atletas. Se é adepta da depilação íntima deve ler este artigo

Cara leitora: nesta altura do ano, e depois de algumas tentativas falhadas de tentar manter dentro do biquíni alguns pelos rebeldes, pode começar a considerar a possibilidade de uma operação de extermínio massiva. Pode até acreditar que é mais higiénico e que, ao depilar-se por completo, irá transpirar menos na zona das virilhas. Mas será que é assim tão simples? 

Se a expressão 'depilação púbica' - seja ela brasileira ou integral - está a ganhar forma na sua mente, saiba que nem tudo o que reluz é ouro e pode estar a prejudicar a sua saúde genital. 

A culpada é a mãe natureza que "fez com que o pelo fosse mais curvo do que em outras áreas corporais", explica Ramón Grimalt, coordenador do grupo de tricologia (estudo do pelo/cabelo) da Academia Española de Dermatologia y Venereología (AEDV). 

Ao depilar-se com cera, um ato aparentemente inofensivo, está a arrancar o pelo. E é aqui que começa o verdadeiro inferno. Ao brotar de novo, os pelos devem rasgar a pele para prosseguir com o crescimento. Porém, nem sempre conseguem terminar o processo de forma natural, "sobretudo se a pele estiver ressequida ou for especialmente grossa, características mais comuns em mulheres das raças negra e latina". Infelizmente, ele é teimoso e, se não puder sair, irá ficar a meio caminho - dentro da derme. Por outras palavras, pode infetar e formar um quisto - como o pelo não sai, produz-se uma pequena inflamação, desenhando o cenário ideal para o ataque das bactérias, que se irão aninhar no folículo, segundo o especialista -, dando lugar a caroços que, em alguns casos, podem atingir grandes dimensões. 

As depiladoras elétricas ou as giletes são objetos que cortam o pelo, em vez de o arrancarem, mas a sua utilização também pode ter consequências menos boas: "como cortam o pelo em sentido oblíquo, por vezes, a secção do pelo assume uma forma afiada e tende a dar a volta e cravar-se na pele", aponta a Dra. Josefina Royo, subdiretora do Instituto Medico Láser. "Isto também acontece com a cera, quando não se chegam a arrancar por completo. Assim, não se eliminam de raiz, mas partem-se e a curvatura do pelo será maior, acabando por penetrar a pele." 

Se já sofreu de algum problema deste tipo, tenha cuidado. "Estes pacientes devem manter a pele cuidadosamente limpa e hidratada, exfoliar mas sem abusar e lavar a zona com um gel antissético, para evitar infeções", aconselha Grimalt. Os casos mais severos, acabaram numa micro cirurgia, para extrair o pelo e limpar a área de pele afetada. 

Há alguma maneira de eliminar os pelos púbicos sem causar uma 'carnificina'? 

Até agora, a única técnica que permite eliminar o pelo e reduz os riscos de infeções é a depilação a laser: "como elimina o folículo, o pelo não volta a sair e, portanto, não há preocupação quanto à formação de quistos." 

Se ainda não se deparou com nenhum problema, o mais provável é que isso não dure para sempre. A pele da zona genital, para além de ser bastante delicada, está submetida a constante fricção e não estamos a falar apenas da fricção que algumas mentes possam ter imaginado. A fricção com a roupa, por exemplo, irrita a pele. Os atletas, que normalmente usam roupas apertadas e de materiais mais sintéticos, têm maior tendência em desenvolver irritações - porque a pele depilada fica mais sensível, está em contacto direto com a roupa e o suor agrava a situação. 

O ginecologista Andrew De Maria do Centro para a Investigação Interdisciplinar para a Saúde da Mulher, do departamento de obstetrícia e ginecologia da Universidade do Texas, liderou um estudo sobre as complicações posteriores da depilação íntima. Das 369 mulheres que participaram no estudo, com idades compreendidas entre os 16 e os 40, que afirmavam fazer a depilação integral da zona púbica, 60% confessava ter tido, pelo menos numa ocasião, alguma complicação de saúde. 

Uma das conclusões do estudo é que as mulheres com peso a mais/obesas têm maior probabilidade de sofrer deste tipo de transtornos, já que a pele sofre mais fricção (zona das virilhas)."

Fonte: Aqui

1.4.15

IS032 Fantasias sexuais deles e delas

Ainda em relação às fantasias sexuais dos homens e das mulheres, aqui está um inquérito realizado por uma das maiores plataformas digitais de relacionamentos extraconjugais do mundo.

Para quem pensa que ser dominador, gostar de ser amarrada à cama, ou até ser açoitada são fantasias raras ou comportamentos desviantes, Têm aqui o resultado do inquérito.

Devo esclarecer que o ser “espancada” que fala no texto, deve ter sido tradução à letra de “spanking” mas que teria sido melhor traduzida por “açoitada”. Espancada em português tem um significado mais violento, e são raras as pessoas que gostam de ser espancadas, embora também haja quem goste muito.

É bom saber que as brincadeiras sexuais que tenho com algumas das minhas amigas são as principais preferências dos inquiridos.

“ELES GOSTAM DE SER DOMINADORES E ELAS GOSTAM DE SER AMARRADAS À CAMA

Utilizadores do maior site de relacionamentos extraconjugais do mundo revelam as suas fantasias sexuais. Os resultados são, no mínimo, surpreendentes.


Eles gostam de ser dominadores e elas gostam de ser amarradas à cama. A revelação é feita pelo site Ashley Madison.com, uma das maiores plataformas digitais de relacionamentos extraconjugais do mundo. De acordo com um inquérito realizado junto de 3.486 utilizadores (50% homens e 50% mulheres), fazer um ménage à trois é a segunda fantasia sexual deles e ser espancada é a segunda fantasia delas. Em terceiro lugar, eles referem que gostam de ser amarrados à cama, enquanto que elas afirmam de gostar de ser forçadas a ter sexo.

“Tidas como mais banais do que raras, as fantasias povoam o imaginário feminino e masculino, manifestando-se, de forma semelhante, em ambos os sexos”, refere fonte do site em comunicado. “Apesar de o tema estar na ordem do dia, são poucos os que se atrevem a falar, sem tabus, de fetiches. Fruto do imaginário erótico, as fantasias sexuais são, segundo os especialistas, saudáveis e só se tornam problemáticas quando pesam na consciência de quem imagina”, pode ler-se ainda no documento.


“Não há imaginários eróticos iguais, mas existem fantasias recorrentes e comuns, que aproximam os dois sexos, com algumas nuances. É quase senso comum que os homens sonham ter mais do que uma mulher na cama, e a prova disso é que a opção fazer um menage à trois foi uma das mais votadas (1.842 votos) pelos utilizadores masculinos do AshleyMadison.com. Os homens mais do que as mulheres têm necessidade de afirmar a sua masculinidade e, na maior parte das vezes, gostam de dominar. No que toca ao sexo feminino, destaque para as fantasias sexuais associadas à ideia de poder”, sublinha ainda o comunicado.


As fantasias preferidas dos homens:

- Ser dominador (1.958 votos);
- Fazer um ménage à trois (1.842 votos)
- Ser amarrado à cama (1.733 votos)
- Ser espancado (304 votos)
- Forçado a fazer sexo (181 votos)

As fantasias preferidas das mulheres:


- Ser amarrada à cama (2.015 votos)

- Ser espancada (1.734 votos)
- Ser forçada a fazer sexo (1.290 votos)
- Fazer um ménage à trois (988 votos)
- Ser dominadora (849 votos)”

Texto: Luis Batista Gonçalves

30.1.15

IS031 Traição não gera sentimentos de culpa

Deixo-vos aqui um artigo curioso. Pelos vistos, os portugueses pulam a cerca “na maior”. Nada de stresses. E levar os amantes para a própria casa também é de louvar… hehehehe. Enfim, só não temos coragem de defender os nossos interesses, quando somos descaradamente roubados pelos políticos. Para compensar, se o árbitro rouba um penalti ao nosso clube, pegamos fogo ao estádio. Somos um povo estranho.

Traição não gera sentimentos de culpa nos portugueses

É este o resultado do último inquérito feito pelo Ashley Madison a cerca de 3000 utilizadores nacionais inscritos no maior site de relacionamentos extraconjugais do mundo.

Os efeitos negativos que, segundo alguns investigadores, a traição provoca na saúde física e emocional, parecem não afetar os portugueses. Quando questionados se sentem peso na consciência depois da consumação da relação extraconjugal, 91% dos inquiridos pelo AshleyMadison.com disseram “não”, facto que pode ser justificado pela razão que a maioria aponta para trair: a mera satisfação sexual. À pergunta “o que procura no/a amante”, apenas 11% responderam “carinho”, contra 29% que alegam o “sexo”.

Não sentir culpa não significa, contudo, não ter medo de ser apanhado, muito pelo contrário. Na hora de trair, “cautela” é palavra de ordem, e a eleição do local mais apropriado premissa. E, quanto mais longe de casa, melhor, ditam os resultados da pesquisa. Quando questionados sobre o sítio ideal para se encontrarem com o/a amante, 39% dos utilizadores responderam “num motel”, 23% “no carro, num lugar isolado”, e 27% “durante uma viagem”. Ousadia é a principal característica de 11% dos inquiridos, que dizem gostar de estar com o/a amante na própria casa.

A frequência dos encontros varia, com 55% a afirmar que costuma ser infiel uma a três vezes por mês, pelo menos durante uma hora. Afinal de contas – e dado que 83% dos utilizadores apontam a inteligência como fator importante na hora de eleger o/a parceiro/a ideal para uma relação extraconjugal –, tem de haver tempo para dois dedos de conversa.

Fundado no Canadá, em 2002, o AshleyMadison.com é o primeiro e maior site de relacionamentos extraconjugais do mundo, com mais de 22 milhões de utilizadores anónimos.

Mood/Relações

20.1.15

IS030 Entrevista com Regina Navarro Lins

Vejam esta entrevista que vale a pena. Está dentro da linha da ultima entrevista da Regina que publiquei aqui no blog, mas como responde a perguntas de vários intervenientes no programa, ajuda a perceber as dúvidas e as questões das pessoas que ainda não perceberam que os problemas existentes entre os casais, se devem ao facto de as pessoas aderirem a um modelo de casamento, que não as satisfaz nem responde às expectativas criadas.










Se alguém tiver questões acerca do tema, podem colocá-las em forma de comentário que eu responderei oportunamente.

16.12.14

IS029 As Fantasias sexuais dos portugueses

Na continuação do ultimo post deste separador, deixo-vos aqui um artigo acerca das fantasias sexuais dos portugueses. É curioso ver aqui confirmada uma ideia que eu já tinha e que pode ser comprovada em diversos sítios neste blog. Uma fantasia muito comum entre as mulheres tem a ver com situações de dominação e submissão, ser marradas ou mesmo ser forçadas a ter relações sexuais. Algumas delas têm coragem de pôr essas fantasias em prática e outras ficam-se pela fantasia.

Eu já tive várias experiências com mulheres desconhecidas, que se encontraram comigo sem nunca me terem visto, deixaram-se amarrar, e deram-me permissão para fazer delas o que eu quisesse. Essas minhas experiências estão partilhadas neste blog em forma de histórias ou conversas.

AS fantasias sexuais dos portugueses

"Não há duas fantasias iguais, mas a maioria dos homens e das mulheres fantasia o mesmo: sexo a três e jogos de submissão ou dominação

Não é fácil adivinhar o que vai na cabeça dos portugueses no que diz respeito ao sexo e às fantasias sexuais: poucos estudos e sondagens se debruçaram sobre o assunto que continua a ser um tabu. "As pessoas não gostam de falar sobre isso", resume Ana Carvalheira, psicóloga do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas.


As fantasias sexuais são como impressões digitais: não há dois imaginários eróticos iguais. A fantasia é o somatório da educação, do contexto cultural, de experiências acumuladas, recordações, características da personalidade, expectativas e desejos. Mesmo assim, existem fantasias recorrentes e comuns. A maior parte dos homens, conta Júlio Machado Vaz, sonha em ter mais do que uma mulher na cama. Já as mulheres idealizam cenários e contextos mais complexos, quase sempre ligados à ideia de poder - quer sob a forma de dominação, quer de submissão - ou imaginam sexo em lugares muito específicos. "As mulheres constroem narrativas", explica o psicólogo e sexólogo. E as fantasias femininas que Júlio Machado Vaz escutava no consultório há 30 anos são diferentes das que lhe são relatadas hoje. "Com a emancipação das mulheres, mudou também o imaginário erótico. Muitas das fantasias que as mulheres têm hoje seriam consideradas masculinas há três décadas". Com os anos, foram-se derrubando mitos e tabus, como a ideia de que as mulheres não vêem pornografia.


Apesar de tudo, a fantasia sexual continua a estar associada à culpabilidade para muitas mulheres - que acham estranho pensar ou desejar determinados cenários. Culpa, aponta Ana Carvalheira, da herança judaico-cristã e da forte influência da Igreja durante o Estado Novo. A psicóloga continua a receber mulheres - mais velhas e com fantasias convencionais - preocupadas com o que idealizam em segredo "e que ficam tranquilas assim que ouvem o sexologista dizer-lhes que é normal. Procuram como que uma permissão".


Perceber os efeitos da socialização repressiva que as mulheres enfrentaram durante anos no imaginário sexual não é um trabalho linear. Por um lado, poderá pensar-se que a proibição criou, nas mulheres, um imaginário mais fértil. "O que poderia significar que as mulheres portugueses têm fantasias sexuais ricas", admite a psicóloga. Porém, a repressão conduz, muitas vezes, ao comportamento oposto: "A desvalorização da sexualidade e do prazer sexual".


Prova de que anda existe alguma inibição, acrescenta Júlio Machado Vaz, é o facto de as mulheres passarem da fantasia à acção menos vezes do que os homens. Embora neste aspecto Portugal não seja caso único. Um estudo canadiano, divulgado recentemente e que fez uma espécie de raio x às fantasias mais frequentes de homens e mulheres, chegou à mesma conclusão: elas hesitam mais na hora de transformar a fantasia em realidade. O mesmo estudo revela que o imaginário feminino e masculino não é muito diferente daquilo que os sexólogos portugueses encontram nos consultórios. A maioria dos homens imagina-se a dividir a cama com várias mulheres e 60% das mulheres fantasiam situações de submissão, como ser amarradas ou mesmo forçadas a ter relações sexuais.


"No caso dos homens, poderá estar relacionado com a afirmação da sua sexualidade e masculinidade", acredita Júlio Machado Vaz. Quanto às mulheres, explica o sexólogo Fernando Mesquita, as fantasias ligadas ao poder têm a ver com os papéis sociais que, durante anos, se esperou delas.


FANTASIAS É MAU? As fantasias sexuais são saudáveis e nesse ponto todos os especialistas concordam. "São óptimas para a vida erótica do casal", diz Júlio Machado Vaz. "Criar e recriar cenários e personagens pode ser um estímulo erótico muito importante", concorda Ana Carvalheira. Imaginar só se torna num problema, acrescenta Fernando Mesquita, quando quem imagina não se sente bem com isso. "Há homens que têm fantasias mais passivas, mas que se sentem ameaçados e não o dizem à parceira sexual porque sentem que isso põe em causa a sua masculinidade, tal como existem mulheres com fantasias de domínio e de controlo que não se sentem confortáveis e têm medo do que o companheiro possa pensar", exemplifica o sexólogo. Também há quem, pura e simplesmente, não tenha fantasias sexuais. "Com o tempo, percebe-se que não sentem especial prazer com o sexo. Há uma relação entre a fantasia e o desejo sexual", explica Fernando Mesquita.


Júlio Machado Vaz acrescenta que a origem das fantasias sexuais não é consensual. Não existe propriamente uma teoria sólida que explique o porquê de uma pessoa se tornar voyeurista e outra exibicionista. Resta saber se é recomendável que as fantasias sejam postas em prática. É irreversível: uma vez realizada, a fantasia deixa de o ser e passa a fazer parte do domínio da realidade. Também aqui não há uma resposta taxativa. "Há fantasias que são concretizáveis, outras que não e no caso das que são, fica simplesmente ao critério de cada pessoa", defende Ana Carvalheira.


Certo é que, no plano da realidade, o que se encontra nem sempre é igual àquilo que se fantasiou. "Há situações em que os casais não conseguem lidar com o assunto na hora h. Acontece muitas vezes no swing ou em situações em que o casal procura uma terceira pessoa para ter sexo", avisa Fernando Mesquita."


Rosa Ramos / Jornal i

12.11.14

IS028 Fantasias sexuais anormais, afinal são normais

Na sequência de uma conversa que tive com uma amiga acerca de fantasias sexuais, ela enviou-me este artigo que publico em baixo. Foi engraçado ter visto confirmado aquilo que sempre disse em relação às fantasias sexuais ou comportamentos sexuais considerados parafílicos.

Já aqui tinha escrito no blog que, para mim, a única coisa condenável no sexo, é não ser de mútuo consentimento. Tudo o que duas ou mais pessoas possam fazer em termos de sexo, desde que consensual, não deve nem pode ser condenável, porque colide com a liberdade sexual de cada um.

As pessoas têm tendência a considerar anormais ou desviantes as práticas sexuais que elas próprias não gostam, acham que não gostam ou nunca experimentaram. Fica aqui provado que muitas fantasias consideradas anormais, são muito mais normais e comuns do que muita gente pensa.

Embora possamos não gostar ou até de não entender como alguém possa gostar de determinadas práticas sexuais, o facto é que há quem goste e tenha todo o direito de as praticar.

Considerando que, o que é visto como normal ou anormal tem a ver com a percentagem de pessoas que fantasia ou realiza determinadas práticas sexuais, o que até aqui se considerava anormal, afinal é normal.

Pelo facto de já ter convivido de forma muito liberal com muitas pessoas, já tinha entendido o que este estudo revela. As pessoas, são muito mais arrojadas sexualmente do que se pensa, tanto nas suas fantasias como nas práticas. Maior parte das pessoas não assume perante as outras, as suas fantasias, e muito menos as suas práticas sexuais. Têm vergonha, e/ou têm medo de ser discriminadas.

As pessoas fantasiam, e algumas delas têm a coragem de realizar, práticas sexuais e situações bem arrojadas. Como os leitores do blog podem testemunhar, já realizei várias fantasias com mulheres e casais, que podiam ser consideradas anormais ou desviantes. Eu não as considero anormais, já que são realizadas entre adultos, desejadas por todas as partes envolvidas, e com limites estabelecidos previamente, se os houver, porque muitas das vezes não são impostos limites.

Como tenho fantasias muito diversificadas, e gosto de quase tudo no sexo, conjugo as minhas fantasias com as fantasias de pessoas que vou conhecendo através da net ou do blog, e realizamo-las em conjunto. Desde a fantasia mais soft em que me encontro com uma desconhecida, jantamos e conversamos e comemo-nos de forma “baunilha” como sobremesa, até práticas bem mais arrojadas, como encontrar-me com um casal e violar a mulher à bruta, com a agressividade e violência necessárias à recusa dela, com o marido a assistir.

Mas para não me alongar, prometo que escreverei uma reflexão, com as fantasias mais comuns, ou mais “à frente” que já realizei.

"Afinal, parece que a maioria das nossas fantasias sexuais é banal


Muitas fantasias sexuais consideradas atípicas ou invulgares são na realidade frequentes e, por isso, não devem ser logo consideradas desviantes ou patológicas, conclui estudo canadiano.


Já te sentiste incomodado(a), e até te achaste anormal, por teres prazer em imaginar-te a seres obrigado(a) ou a obrigar outra pessoa a fazer sexo? Ou talvez por imaginar o teu cônjuge a ter relações sexuais à tua frente com outra pessoa? Pois desengana-te: afinal, as tuas fantasias sexuais são, muito provavelmente, bastante banais e muito frequentes na população adulta sexualmente activa.


Mas então, o que é ao certo uma fantasia sexual atípica ou invulgar? Para tentar responder cientificamente a esta pergunta, Christian Joyal, da Universidade de Montreal (Canadá), e colegas realizaram um estudo, um dos primeiros do género a ser feitos junto da população geral (e não, por exemplo, de estudantes universitários). Os seus resultados foram publicados "online", na revista “Journal of Sexual Medicine”.


Diga-se antes de mais que, para definir as chamadas parafilias, ou desvios do desejo sexual, o "Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais" (DSM, a “bíblia” norte-americana das doenças psiquiátricas) e a Organização Mundial da Saúde falam em desejos sexuais “atípicos” e “invulgares”.


Porém, segundo os autores do estudo, nunca é dito claramente o que são ao certo esses desejos. E de facto, argumentam, a fronteira entre o “normal” e o patológico nunca foi devidamente delineada.


“As fantasias sexuais são geralmente definidas como sendo quaisquer imagens mentais que excitem sexualmente ou que sejam eróticas para a pessoa”, escrevem os cientistas.


“Do ponto de vista clínico determinar se uma fantasia sexual, invulgar ou não, constitui uma perturbação mental é bastante simples: tem de ser obrigatória, compulsiva e/ou resultar numa disfunção sexual ou numa perturbação da pessoa”, escrevem ainda. “Do ponto de vista legal, um interesse sexual de ordem criminal implica claramente o facto de o parceiro sexual não consentir ou ser menor de idade. Mas para além disso, o que é exactamente uma fantasia sexual invulgar?”


Daí que o objectivo principal do estudo tenha sido “conseguir especificar normas em termos de fantasias sexuais, uma etapa essencial na definição das patologias”, diz Christian Joyal em comunicado da sua universidade.


O estudo consistiu em pedir a 1517 adultos residentes no Quebeque — 799 homens e 718 mulheres (média de idade 30 anos) para responder a um questionário sobre as suas fantasias sexuais. Em particular, os participantes tinham de atribuir uma nota de 1 a 7 - nada interessado(a) a fortemente interessado(a) - a 55 fantasias sexuais diferentes. “Como suspeitávamos”, diz Joyal, “existem muito mais fantasias sexuais comuns do que fantasias atípicas”.


Os resultados revelaram que apenas duas fantasias sexuais eram estatisticamente raras (obtiveram menos de 2,3% de adesão dos participantes): sexo com crianças com menos de 12 anos e sexo com animais. Nove outras fantasias eram estatisticamente invulgares (menos de 16%  dos participantes interessados): para as mulheres, consistiam em urinar sobre o parceiro ou vice-versa (a chamada “chuva dourada”), vestir roupa do sexo oposto, obrigar alguém a ter sexo, abusar de uma pessoa bêbeda, adormecida ou inconsciente, fazer sexo com uma prostituta ou com mulheres com seios muito pequenos; e para os homens, em urinar sobre o parceiro ou vice-versa, ter sexo com dois, três ou mais homens.”


De uma maneira geral, os resultados mostram, lê-se no comunicado, que poucas fantasias sexuais podem ser consideradas estatisticamente raras ou invulgares.


O estudo confirma ainda que os homens têm mais fantasias do que as mulheres, mas por outro lado mostra que até dois terços das mulheres evocam temas associados com a submissão (ser amarrada, espancada ou obrigada a ter sexo).


Porém, as mulheres distinguem muito bem entre fantasia e desejo, algo que não acontece no caso dos homens. “Muitas das mulheres que exprimem fantasias extremas de submissão (dominação por um desconhecido, por exemplo) especificam que não querem de todo que elas se tornem realidade. Pelo contrário, a maioria dos homens gostaria muito de ver as suas fantasias realizarem-se”, lê-se ainda no comunicado.


Globalmente, escrevem os autores, muitas fantasias sexuais são típicas ou comuns. Diga-se já agora que as fantasias típicas (que suscitaram o interesse de mais de 84% dos participantes) tinham a ver com sentimentos amorosos durante a relação sexual, atmosferas ou locais românticos, sexo oral ou, para os homens, relações com duas mulheres ao mesmo tempo.


Por isso, concluem os autores, os médicos e os especialistas em geral não deveriam basear-se apenas no tema de uma fantasia sexual para determinar se ela é patológica ou invulgar. “É preciso ser prudente antes de classificar uma fantasia sexual como invulgar, já para não falar em desviante”, concluem no seu artigo. E sugerem que “o diagnóstico deve focar-se no efeito de uma fantasia sexual e não no seu conteúdo”."


Ana Gerschenfeld

30.8.14

IS027 O segredo do desejo num relacionamento a longo prazo

Deixo-vos aqui um video da Esther Perel que uma amiga me enviou. Apesar de eu achar que não apresenta soluções práticas para a resolução do problema da falta de desejo em relacionamentos de longo prazo, dá uma dicas, e essencialmente fala da temática com grande pragmatismo. Levanta questões para as quais a grande maioria das pessoas não tem resposta, e para as quais muitas pessoas têm a resposta errada.

Porque é que o bom sexo desaparece em casais que continuam a amar-se?
Porque é que uma boa intimidade não é garantia de bom sexo?
Pode desejar-se aquilo que já se tem?

Vale a pena ver este filme e pensar acerca do tema. Já é tempo de encararmos o problema de frente, reavaliarmos o que aprendemos acerca do amor e do sexo, e aceitarmos de vez que as coisas não são como nos ensinaram, e como muitos de nós pensam que funcionam.

Para quem tem dificuldade com o inglês, pode clicar no símbolo do youtube, e lá accionar as legendas em Português. A tradução é uma desgraça mas dá para entender a coisa.... Desfrutem.



25.10.13

IS026 Entrevista com Regina Navarro Lins

Nesta fantástica entrevista com a Regina Navarro Lins, ela que é uma verdadeira especialista, e uma autoridade incontestada nas questões do amor e do sexo, explica de forma extraordinariamente clara as transformações que os relacionamentos sexuais e amorosos sofreram desde há 5.000 anos, até ao presente.

Como todos sabemos, para se entender o presente, e poder prever o futuro, é necessário conhecer o passado e conhecer a trajetória da linha que nos trouxe até aqui. A Regina mostra tudinho com uma linguagem muito acessível e de fácil compreensão.

A forma preconceituosa com que a generalidade das pessoas vê os relacionamentos amorosos e a liberdade sexual, deve-se à ignorância e ao total desconhecimento de como eram e de que forma foram evoluindo as sociedades até aos dias de hoje. É Engraçado constatar que o desenvolvimento científico e o avanço tecnológico sempre estiveram ligados à evolução dos relacionamentos amorosos e à sexualidade em geral. O aparecimento do telefone, da pilula ou mais recentemente da internet foram essenciais no desenvolvimento das relações sociais, especialmente para as mulheres, extremamente mais oprimidas ao longo deste processo evolutivo.

A falta de cultura em relação a estas matérias, e o facto dos ensinamentos e dos “valores” serem passados de pais para filhos, faz com que as gerações anteriores “formatem” e condicionem as gerações posteriores de acordo com os paradigmas instalados há muitos anos nas sociedades. Esta realidade, faz com que as novas gerações tenham dificuldade em se adaptar com sucesso e de forma satisfatória aos desafios colocados pelo constante processo evolutivo em que vivemos.

A sociedade patriarcal e o cristianismo, sempre oprimiram (e continuam a oprimir) a sexualidade em geral, e reprimiram as mulheres em particular, de forma inimaginável. Felizmente, já se evoluiu muito, mas continuamos com os resquícios e as influências dessas sociedades medievais e dos moralistas que sempre existiram (e continuam a existir) ao longo de todo este percurso.

A maioria das pessoas que pensam que o amor e o sexo é hoje o que sempre foi, está completamente enganado, e os “valores” que os nossos pais e a sociedade machista nos incutiram, estão assentes em princípios completamente errados. É muito difícil termos sequer a noção de como essa educação formata e condiciona as nossas expectativas e a nossa forma de ver o mundo. A Começar logo pelas histórias terrivelmente machistas e moralistas que nos contavam em crianças, como a história da carochinha, da Cinderela ou da Bela adormecida, ou até os livros da Anita.

Uma pessoa que presentemente seja seguidora da moral e dos bons costumes, que acredite e procure o amor romântico, que tenha na monogamia o ideal de relacionamento sexual, e que deteste estas modernices do sexo livre ou dos relacionamentos abertos, que tenha um comportamento irrepreensível aos olhos da sociedade moralista do tempo presente, seria considerada uma leviana, depravada, puta, ou até queimada viva, dependendo apenas da quantidade de anos que andarmos para trás no tempo.

Por outras palavras, aquilo que é considerado reprovável na sociedade moralista de hoje, vai ser considerado “normal” daqui a uns anos. O sexo livre, as relações abertas, o swing, as relações poliamorosas ou mesmo a bissexualidade ou homossexualidade ainda reprovadas e reprimidas hoje, por conservadores, moralistas e pelas pessoas de baixo nível cultural, serão considerados “normais” para a generalidade das pessoas dentro de poucos anos. É lógico que ninguém vai ser obrigado a ter nenhum tipo de comportamento imposto, o que se deseja é exatamente o contrário, que cada um possa relacionar-se com os outros da forma que for mais feliz, e que todos nós aceitemos as diferentes opções sexuais e respeitemos a liberdade sexual de cada um.

Resumindo, vale a pena ouvir esta fantástica entrevista todinha com muita atenção, para entendermos melhor a sociedade de hoje no que toca ao amor, ao sexo e aos relacionamentos em geral.

Vejam, e tomem conhecimento de coisas que nem imaginam.



Se o video não funcionar, fica aqui o link do video no youtube.

18.10.13

IS025 O efeito nocivo da repressão

Uma amiga minha, enviou-me este texto fantástico da Regina Navarro Lins, acerca do efeito nocivo da repressão. Achei giro publicar este texto, porque já tinha tocado neste tema numa das minhas reflexões.

Quando as pessoas me dizem que uma relação extraconjugal pode acabar com uma relação, ou costumo dizer que reprimir essa relação extraconjugal também pode acabar com ela. E ninguém pensa nisso nestes termos. Mas vamos ao texto que tão bem explica este fenómeno.

O efeito nocivo da repressão

“Muito se fala dos perigos de uma relação extraconjugal, mas pouco é dito sobre os efeitos nocivos da repressão dos desejos. Reich analisa os prejuízos causados às pessoas envolvidas e à própria relação. “Quando o desejo por outros parceiros se tornam mais prementes, afetam a relação sexual existente, nomeadamente, no sentido de acelerar o enfraquecimento do desejo sexual pelo cônjuge. A relação sexual torna-se progressivamente um hábito e um dever. A diminuição progressiva do prazer obtido com o parceiro e o desejo de outros objetos somam-se e reforçam-se mutuamente. Esta situação não pode evitar-se ou iludir-se por meio de boas intenções ou de “técnicas amorosas”. 


É nesta altura que se manifesta um estado crítico de irritação contra o outro, irritação que, conforme o temperamento de cada um, se exterioriza ou é reprimida. Em qualquer dos casos, e conforme demonstra a análise de situações desse gênero, gera-se e desenvolve-se sem cessar um ódio inconsciente contra o outro, pelo fato de ele impedir a satisfação, frustrar, os outros desejos sexuais. Em tal caso, não se tem qualquer razão pessoal e consciente para odiar, entretanto, sente-se nele, e mesmo no amor que por ele se tenha, um obstáculo, um peso.”


Regina Navarro Lins


Este texto também me vai ajudar na defesa da reflexão polémica que estou a escrever e que se chama “os benefícios das relações extra-conjugais”, ou pior… “os benefícios da traição”… hehehehe

Quando, em algumas reflexões que escrevo, digo que as relações extra-conjugais ou a prática de swing fortificam a intimidade e cumplicidade do casal, é com o testemunho da minha experiência e da experiência de muitos casais que conheci.

Entre muitos outros benefícios, o facto dos elementos do casal não reprimirem o desejo do seu parceiro de poder desfrutar do prazer de se relacionar com outras pessoas, faz com que cada um dos parceiros agradeça ao outro a liberdade e o prazer que lhe é permitido ter.

Por outro lado, a cumplicidade fortifica-se porque para além de acabarem os segredos e as mentiras, os parceiros podem partilhar os seus desejos sem qualquer tipo de inibição e ficarem a conhecer uma parte do parceiro que era totalmente desconhecida.

Não me vou esticar em mais considerações, já que estou a escrever uma reflexão acerca do tema, mas acreditem que as vantagens das relações extra-conjugais são mais do que as desvantagens.

12.10.13

IS024 Diferença entre amor e paixão

Aqui está mais um texto muito bom da Regina Navarro Lins que nos fala da diferença entre o amor e a paixão. Todos nós já experimentámos estes dois sentimentos, mas é engraçado ver essas diferenças aqui retratadas.

A diferença entre amor e paixão

"Paixão, amor romântico e amor são sentimentos distintos, embora com frequência confundidos. A paixão é sem dúvida a que causa mais tormentas. Sua característica principal é a urgência; é tão invasiva e poderosa que pode fazer com que sejam ignoradas todas as obrigações habituais.


Perturba as relações cotidianas, arrancando a pessoa das atividades a que está acostumada, deixando-a completamente fora do ar. É comum se fazerem escolhas radicais e muitas vezes penosas — falta-se ao trabalho, larga-se o emprego, muda-se de cidade, abandona-se a família. O filme Perdas e danos ilustra bem isso. Um homem que ocupa importante cargo no governo e feliz com a família dá uma guinada dramática na vida ao se apaixonar pela noiva do filho.


Para o sociólogo inglês Anthony Giddens, o amor apaixonado tem sido sempre libertador, mas apenas no sentido de gerar uma quebra da rotina e do dever. Foi precisamente essa qualidade que sempre o colocou à parte das instituições existentes. Até pouco tempo atrás, nunca foi aceito como base para o casamento; ninguém ousava criar ligações duradouras a partir de um amor apaixonado.


A paixão é de certa forma um fenômeno universal, mas o amor romântico é específico do Ocidente. Aproveitou alguns elementos da paixão, se diferenciando dela em importantes aspectos. Ao contrário da paixão, em que ninguém consegue raciocinar, o amor romântico prevê uma vida a dois estável e duradoura.


Geralmente ele está associado ao amor à primeira vista, ao casamento e à maternidade e também à crença de que o verdadeiro amor é para sempre. Desde o início se “intuem” as qualidades da pessoa, e a atração que se sente ocorre na mesma medida em que se supõe que ela vá tornar completa a vida do outro.


A atração sexual que se sente no amor romântico é mais tranquila, bem diferente do ardor sexual enlouquecido, componente importante da paixão. O parceiro é idealizado e nele se projeta tudo o que se gostaria que ele tivesse. Como não poderia deixar de ser, esse tipo de amor não resiste ao cotidiano.


A intimidade impede a permanência das idealizações. Os homens nunca tiveram problemas para resolver a questão entre o amor romântico, carinhoso e terno do casamento e a paixão sexual pela amante. E a vida seguia em frente com o confinamento da sexualidade feminina ao lar, e a mulher orgulhosa por ser considerada “respeitável”.


Falta falar do amor sem projeções e idealizações, que existe por si mesmo, só para amar e ser amado. O que se sente nesse amor? Prazer de estar com o outro, vontade de dividir nossas questões existenciais, participar de sua vida e permitir que ele participe da nossa, ser solidário, torcer pela pessoa, sentir saudades."


Regina Navarro Lins


15.7.13

IS023 A fidelidade não é natural

Depois de ler a minha reflexão “R021 Monogamia e traição”, uma amiga minha enviou-me este texto da Regina Navarro Lins.

Nas minhas reflexões (“R004 Infidelicidades”, “R016 Infidelidade e traição”, “R019 Da monogamia ao poliamor”, e “R021 Monogamia e traição”) em que falo da monogamia e da traição no seio de relações monogâmicas, parto sempre de dois princípios que para muita gente são controversos, que são o facto das relações monogâmicas prolongadas com exclusividade sexual se tornarem monótonas ao longo dos anos e criarem o desinteresse sexual no seio do casal, e o facto da monogamia ser contranatura. É a conjugação destes dois factores que gera a traição.

Decidi publicar este texto, porque confirma que a fidelidade é uma opção cultural e é contranatura. Não são meras opiniões de pessoas comuns, são opiniões de professores investigadores que estudam o comportamento humano.

A fidelidade não é natural

“A antropóloga americana Helen Fisher conclui que nossa tendência para as ligações extraconjugais parece ser o triunfo da natureza sobre a cultura. “Dezenas de estudos etnográficos, sem mencionar inúmeras obras de história e de ficção, são testemunhos da prevalência das atividades sexuais extraconjugais entre homens e mulheres do mundo inteiro. Embora os seres humanos flertem, apaixonem-se e se casem, eles também tendem a ser sexualmente infiéis a seus cônjuges.”


O professor de ciências sociais Elías Schweber, da Universidade Nacional Autônoma do México, reforça essa ideia. “Na infidelidade influem fatores psicológicos, culturais e genéticos que nos levam a afastar a ideia romântica da exclusividade sexual. Não existe nenhum tipo de evidência biológica ou antropológica na qual a monogamia é ‘natural’ ou ‘normal’ no comportamento dos seres humanos. Ao contrário, existe evidência suficiente na qual se demonstra que as pessoas tendem a ter múltiplos parceiros sexuais.”


Um dos pressupostos mais universalmente aceitos em nossa sociedade é o de que o casal monogâmico é a única estrutura válida de relacionamento sexual humano, sendo tão superior que não necessita ser questionado. Na verdade, nossa cultura coloca tanta ênfase nisso, que uma discussão séria sobre o assunto dos relacionamentos alternativos é muito rara.


Entretanto, as sociedades que adotam a monogamia têm dificuldades em comprovar que ela funciona. Ao contrário, parece haver grandes evidências, expressas pelas altas taxas de relações extraconjugais, de que a monogamia não funciona muito bem para os ocidentais. O argumento de que o ser humano é “predestinado” à monogamia é difícil de sustentar.


Portanto, uma vez que nós humanos nos damos tão mal com a monogamia, outras estruturas de relacionamento livremente escolhidas também devem ser consideradas. E para não haver mágoas e culpas é fundamental que a nossa visão do amor e do sexo seja passada claramente para o outro desde o início do relacionamento.”


Regina Navarro Lins – Psicanalista e escritora


IS022 Porque o desejo acaba no casamento?

No seguimento das minhas reflexões (“R004 Infidelicidades”, “R016 Infidelidade e traição”, “R019 Da monogamia ao poliamor”, e “R021 Monogamia e traição”) em que falo da monogamia e da traição no seio de relações monogâmicas, parto sempre de dois princípios que para muita gente são controversos, que são o facto das relações monogâmicas prolongadas com exclusividade sexual se tornarem monótonas ao longo dos anos e criarem o desinteresse sexual no seio do casal, e o facto da monogamia ser contranatura. É a conjugação destes dois factores que gera a traição.

Decidi publicar este texto, porque ajuda a compreender porque é que o desejo sexual vai diminuindo em relacionamentos monogâmicos com exclusividade sexual.

Porque o desejo acaba no casamento?

“Até a década de 1940, a importância da atração sexual entre o casal se colocava depois de vários outros aspectos como a fidelidade, o caráter, e principalmente da divisão das tarefas e preocupações. As mudanças começaram a ocorrer mais claramente em meados do século. A valorização do amor conjugal, sob todos os pontos de vista, sobretudo o sexual, começou a se manifestar.

A ausência de desejo no casamento só passou a ser problema quando, recentemente, o amor e o prazer sexual se tornaram primordiais na vida a dois e se criaram expectativas em relação a isso. Esse conceito teria sido incompreensível para as mulheres, em certas épocas, dadas à desinformação, à ameaça de gravidez e até mesmo à condenação do desejo e realização sexual.


Jornais, revistas e programas de TV fazem matérias, tentando encontrar uma saída para a falta de desejo sexual no casamento. Como resolver a situação de casais que, após alguns anos de vida em comum, constatam decepcionados não haver mais desejo?

Alguns dizem que é necessário quebrar a rotina e ser criativo, o que não passa de um equívoco. É o desejo sexual intenso que leva à criatividade, e não o contrário. Quando não há tesão, a pessoa só quer mesmo dormir. Outros dão sugestões concretas: ir a um motel, viajar no fim de semana, visitar uma sex-shop. Contudo, quem se angustia com essa questão sabe que as sugestões apresentadas de nada adiantam. Desejo sexual não se força, existe ou não.

Mas por que o desejo acaba no casamento? Mesmo que os dois se gostem, a rotina, a excessiva intimidade e a falta de mistério acabam com qualquer emoção. Desejo sexual está ligado a magia, encantamento, descoberta nossa e do outro. Numa relação estável é raro isso ocorrer. Busca-se muito mais segurança que prazer.


Para se sentirem seguras, as pessoas controlam o outro, o que sem dúvida é limitador e também responsável pela falta de tesão. A certeza de posse e exclusividade leva ao desinteresse, por eliminar a sedução e a conquista. Familiaridade com o parceiro, associada ao hábito, pode provocar a perda do desejo sexual. Mas o que fazer quando o desejo acaba?


Essa é uma questão séria, principalmente para os que acreditam ser importante manter o casamento. É fundamental todos saberem que na grande maioria dos casos não se trata de problema pessoal ou daquela relação específica, e sim fato inerente a qualquer relação prolongada, em que a exclusividade sexual é exigida. Essa informação pode evitar acusações mútuas, em que se busca um culpado pelo fim do desejo. O preço é a decepção de ver se dissipar o ideal do par amoroso.


No entanto, a partir daí fica mais fácil cada um decidir o que fazer da vida. As soluções são variadas, mas até as pessoas decidirem se separar, há muito sofrimento. Alguns fazem sexo sem vontade, só para manter a relação. Outros optam por continuar juntos, como se sexo não existisse. E ainda existem aqueles que passam anos se torturando por não aceitar se separar nem viver sem sexo.”


Regina Navarro Lins

16.5.13

IS021 Entrevista com Regina Navarro Lins


Um/a leitor/a do blog enviou-me um link para esta entrevista com a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, e decidi publicá-la aqui no blog.

Embora ache que a Regina nem esteve no seu melhor, porque podia ter aproveitado melhor as perguntas da entrevistadora, penso que mesmo assim vale a pena ouvir esta entrevista. A verdade é que as perguntas também não ajudaram muito.

Já é tempo de sabermos que os paradigmas que nos impingiram, não são mais que os preconceitos vindos de há muitos milhares de anos, impingidos e defendidos pela igreja e por uma sociedade machista e opressora.

Aconselho-vos a leitura destes dois textos: IS016 "Essencial" da Rede de Relações Livres e IS017 Rede de Relações Livres - Entrevista, onde está muito bem explicado o ponto de vista das pessoas que se recusam a viver a sua vida segundo padrões sociais opressores completamente desajustados à realidade de hoje.

Atenção que a ideia não é obrigar toda a gente a ter mais que um parceiro ou a amar mais que uma pessoa de cada vez, mas também não é obrigar quem não quer, a viver relações de monogamia em série, em que somos obrigados a deitar fora uma pessoa quando começamos a gostar de outra. Já é tempo de aceitarmos as opções sexuais e afectivas de cada um sem discriminações estúpidas.

Acho uma crueldade, uma hipocrisia e uma falta de respeito pelo ser humano, aquilo que os monogâmicos em série acham que é correcto fazer quando se apaixonam ou se sentem atraídos sexualmente por outra pessoa, que é deitar fora como se fosse um objecto que já não precisam, a pessoa com quem se relacionam no momento.


14.5.13

IS020 Tendências do amor e do sexo


Uma amiga minha enviou-me o link para esta entrevista da psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, por saber que reflecte bem a minha forma de pensar e de viver a minha sexualidade.

De facto, concordo com tudo o que a Regina diz, e é com o objectivo de partilhar e divulgar a forma de viver a minha sexualidade, e de denunciar a hipocrisia de quem se diz monogâmico mas está sempre a saltar a cerca, que publico os conteúdos do meu blog. A ideia também é abrir um espaço de debate entre os leitores através dos comentários, onde os leitores possam dar as suas opiniões e partilhar as suas experiências.

Para mim, (e achei piada ouvir o Ricardo Araújo Pereira dizer isso no programa “Governo Sombra”), de todas as taras sexuais, a mais bizarra será a abstinência, e a segunda a monogamia… hehehehe… muito bom.

Tal como eu sempre disse, e como sem hipocrisia todos nós sabemos, o natural no ser humano é sentir atracão sexual por mais que uma pessoa. Também sempre disse, até porque já vivi essa experiência na minha vida, é possível amar uma pessoa, e termos atracção sexual por outras, ou mesmo amarmos uma pessoa e apaixonarmo-nos por outra, ou até amarmos mais que uma pessoa de cada vez.

Embora os monogâmicos em série continuem a dizer que isso não é possível, quem já passou por essa experiência sabe que é possível. Já é tempo de encararmos esta realidade de frente, e embora cada um deva viver a sua vida amorosa e sexual como muito bem entender, já é tempo de aceitarmos esta realidade como normal e deixar de criticar quem quer viver a sua viva emocional e sexual de forma diferente dos paradigmas instalados na nossa sociedade.

“Você sente calafrios só de pensar que não tem domínio sobre a vida sexual do seu parceiro ou parceira? Segundo a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, acreditar que é possível controlar o desejo de alguém é apenas uma das mentiras do amor romântico.

"É comum alimentar a fantasia de que só controlando o outro há a garantia de não ser abandonado", afirma ela, que lançou recentemente  "O Livro do amor" (Ed. Best Seller). Dividida em dois volumes ("Da Pré-História à Renascença" e "Do Iluminismo à Atualidade"), a obra traz a trajetória do amor e do sexo no Ocidente da Pré-História ao século 21 e exigiu cinco anos de pesquisas.


Regina, que é consultora do programa "Amor & Sexo", apresentado por Fernanda Lima na Rede Globo, acredita que, na segunda metade deste século, muita coisa ainda vai mudar: "Ter vários parceiros será visto como natural. Penso que não haverá modelos para as pessoas se enquadrarem", diz ela. Leia a entrevista concedida pela psicanalista ao UOL Comportamento. 


UOL Comportamento: Na sua pesquisa para escrever "O Livro do Amor", o que você encontrou de mais bonito e de mais feio sobre o amor?


Regina Navarro Lins: Embora "O Livro do Amor" não trate do amor pela humanidade, e sim do amor que pode existir entre um homem e uma mulher, ou entre dois homens ou duas mulheres, a primeira manifestação de amor humano é muito interessante. Ela ocorreu há aproximadamente 50 mil anos, quando passaram a enterrar os mortos –coisa que não ocorria até então– e a ornamentar os túmulos com flores. O que encontrei de mais feio no amor foi a opressão da mulher e a repressão da sexualidade. 


UOL Comportamento: Como você imagina a humanidade na segunda metade deste século?


Regina: Os modelos tradicionais de amor e sexo não estão dando mais respostas satisfatórias e isso abre um espaço para cada um escolher sua forma de viver. Quem quiser ficar 40 anos com uma única pessoa, fazendo sexo só com ela, tudo bem. Mas ter vários parceiros também será visto como natural. Penso que não haverá modelos para as pessoas se enquadrarem. Na segunda metade do século 21, provavelmente, as pessoas viverão o amor e o sexo bem melhor do que vivem hoje.


 UOL Comportamento: Você fala sobre as mentiras do amor romântico. Quais são elas? 


Regina: O amor é uma construção social; em cada época se apresenta de uma forma. O amor romântico, que só entrou no casamento a partir do século 20, e pelo qual a maioria de homens e mulheres do Ocidente tanto anseia, não é construído na relação com a pessoa real, que está ao lado, e sim com a que se inventa de acordo com as próprias necessidades.


Esse tipo de amor é calcado na idealização do outro e prega a fusão total entre os amantes, com a ideia de que os dois se transformarão num só. Contém a ideia de que os amados se completam, nada mais lhes faltando; que o amado é a única fonte de interesse do outro (é por isso que muitos abandonam os amigos quando começam a namorar); que cada um terá todas as suas necessidades satisfeitas pelo amado, que não é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo, que quem ama não sente desejo sexual por mais ninguém.


A questão é que ele não se sustenta na convivência cotidiana, porque você é obrigado a enxergar o outro com aspectos que lhe desagradam. Não dá mais para manter a idealização. Aí surge o desencanto, o ressentimento e a mágoa.


UOL Comportamento:  Por que você diz que o amor romântico está dando sinais de sair de cena?


Regina: A busca da individualidade caracteriza a época em que vivemos; nunca homens e mulheres se aventuraram com tanta coragem em busca de novas descobertas, só que, desta vez, para dentro de si mesmos. Cada um quer saber quais são suas possibilidades, desenvolver seu potencial.


O amor romântico propõe o oposto disso, pois prega a fusão de duas pessoas. Ele então começa a deixar de ser atraente. Ao sair de cena está levando sua principal característica: a exigência de exclusividade. Sem a ideia de encontrar alguém que te complete, abre-se um espaço para outros tipos de relacionamento, com a possibilidade de amar mais de uma pessoa de cada vez. 


 UOL Comportamento: E como fica o casamento?


Regina: É provável que o modelo de casamento que conhecemos seja radicalmente modificado. A cobrança de exclusividade sexual deve deixar de existir. Acredito que, daqui a algumas décadas, menos pessoas estarão dispostas a se fechar numa relação a dois e se tornará comum ter relações estáveis com várias pessoas ao mesmo tempo, escolhendo-as pelas afinidades. A ideia de que um parceiro único deva satisfazer todos os aspectos da vida pode vir a se tornar coisa do passado.  


UOL Comportamento: Só de pensar na possibilidade de ter um relacionamento em que a monogamia não é uma regra, muitos casais têm calafrios. Porque?


Regina: Reprimir os verdadeiros desejos não significa eliminá-los. W.Reich [psicanalista austríaco] afirma que todos deveriam saber que o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural da pulsão sexual. 


Pesquisando o que estudiosos do tema pensam sobre as motivações que levam a uma relação extraconjugal na nossa cultura, fiquei bastante surpresa. As mais diversas justificativas apontam sempre para problemas emocionais, insatisfação ou infelicidade na vida a dois.


Não li em quase nenhum lugar o que me parece mais óbvio: embora haja insatisfação na maioria dos casamentos, as relações extraconjugais ocorrem principalmente porque as pessoas gostam de variar. As pessoas podem ter relações extraconjugais e, mesmo assim, ter um casamento satisfatório do ponto de vista afetivo e sexual.


 A exclusividade sexual é a grande preocupação de homens e mulheres. Mas ninguém deveria se preocupar se o parceiro transa com outra pessoa. Homens e mulheres só deveriam se preocupar em responder a duas perguntas: Sinto-me amado(a)? Sinto-me desejado(a)? Se a resposta for "sim" para as duas, o que o outro faz quando não está comigo não me diz respeito. Sem dúvida as pessoas viveriam bem mais satisfeitas. 


 UOL Comportamento: Como as pessoas poderiam viver melhor no amor e no sexo?


Regina: Para haver chance de se viver a dois sem tantas limitações, homens e mulheres precisam efetuar grandes mudanças na maneira de pensar e de viver.


Acredito que para uma relação a dois valer a pena, alguns fatores são primordiais: total respeito ao outro e ao seu jeito de ser, suas ideias e suas escolhas; nenhuma possessividade ou manifestação de ciúme que possa limitar a vida do parceiro; poder ter amigos e programas em separado; nenhum controle da vida sexual do parceiro, mesmo porque é um assunto que só diz respeito à própria pessoa. 


Poucos concordam com essas ideias, pois é comum se alimentar a fantasia de que só controlando o outro há a garantia de não ser abandonado. A questão é que não é tão simples. Para viver bem é preciso ter coragem.”


Fonte: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/12/08/ninguem-deveria-se-preocupar-se-o-parceiro-transa-com-outra-pessoa-diz-psicanalista.htm


Todos nós sabemos que a monogamia forçada, com o controle da vida do amado/a não é a solução para manter um relacionamento. Se quisermos que os relacionamentos durem mais tempo, e sejam de facto relacionamentos felizes e em total liberdade dos intervenientes, temos mesmo que começar a mudar a forma de nos relacionarmos uns com os outros, e independentemente de cada um se relacionar com o seu amado/a como muito bem entender, é tempo de todos nós aceitarmos as opções dos outros mesmo que sejam diferentes das nossas.

Sempre achei mal e me debati contra aqueles que optando por um tipo de relacionamento monogâmico em série, critiquem quem pensa e vive os seus relacionamentos de forma diferente.

31.3.13

IS019 O cíume


Andei a procurar textos acerca do ciúme, e encontrei este que gostei particularmente. Está sucinto, simples e pragmático. Eu não sofro desta enfermidade, mas conheço quem sofra, e imagino que não seja fácil, tanto para o “opressor” como para o “oprimido”. É um tema sobre o qual vale a pena reflectir. Como só tenho alguma experiência (pouca) do lado do “oprimido”, não me sinto com capacidade para fazer uma reflexão séria do ponto de vista do “opressor”, mas deixo aqui a deixa para quem quiser comentar acerca do tema. É um tema muito interessante.

“Tenho acompanhado vários casos de ciúme patológico no consultório, e me chama a atenção o fato de as pessoas deixarem para procurar ajuda apenas quando são alertadas por um profissional da área da saúde, geralmente psicólogo ou psiquiatra. Aqueles que sofrem com o cíume do parceiro acham que esse comportamento faz parte do jeito de ser da pessoa, incomodam-se com as cobranças e controle a que são submetidos, porém não fazem ideia de que isso possa ser sintoma de uma doença, e como tal, deve ser tratado.

O que é o ciúme?

Basicamente, ciúme é o medo de perder alguém amado para uma terceira pessoa. Segundo Ballone, o ciúme normal é transitório e baseado em fatos. O maior desejo é preservar o relacionamento. Algumas pessoas o encaram como prova de amor, zelo ou valorização do parceiro. Outros o consideram uma prova de insegurança e baixa autoestima. 


Ciúme doentio


Já no ciúme patológico há o desejo inconsciente da ameaça de um rival, assim como o desejo obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do outro. Caracteriza-se por ser exagerado, sem motivo aparente que o provoque, deixando o ciumento absolutamente inseguro e transformando-o num tremendo controlador, cerceador da liberdade do outro, podador de qualquer atividade que o parceiro queira fazer sem que ele esteja presente. 


Dúvidas se transformam em ideias supervalorizadas, levando a pessoa a checar, verificar se ela tem fundamento. Checa celulares e ligações recebidas constantemente, quer saber quem enviou mensagens, que e-mails recebeu e por qual motivo, com quem falou e sobre o que, onde está e a que horas voltará, quem são os amigos e porque os têm; acha que se a pessoa se arruma para sair, mesmo que seja para o trabalho, está "se arrumando para encontrar o amante"; se há algum atraso é motivo de brigas e questionamentos intermináveis; e por mais que tente aliviar seus sentimentos, nunca estará satisfeito, permanecendo o mal estar da dúvida. Enfim, a vida a dois transforma-se num verdadeiro martírio. 


A maneira errada de lidar com o ciúme


Quem sofre os "ataques" do parceiro alimenta-o sem saber à medida que concorda em submeter-se ao que o outro pede. Por exemplo: se, ao ser questionado sobre quem lhe enviou e-mails, mesmo no trabalho, ele responder, der satisfações, o outro se sentirá no direito de fazê-lo sempre, agindo dessa forma cada vez mais incisivamente. 

As brigas tornam-se frequentes e o clima de tensão impera na relação, já que qualquer coisa é motivo para reacender o ciúme. Porém, há momentos de total tranquilidade intercalados a estes - geralmente quando estão juntos, fazendo algo que distraia a atenção do ciumento - o que deixa a "vítima" do ciúme confusa, tirando a vontade de abandonar a relação que muitas vezes é tentadora.

Quando você vive em uma família cujas características principais são o controle, o cuidado excessivo, o zelo e preocupação com os filhos, cresce achando que assim deve ser, pois esse foi o modelo aprendido.

Mas afinal quem é a vítima aqui? Aquele que sofre com as cobranças e vive numa verdadeira prisão ao lado de alguém possessivo e controlador ou este, que vive em constante tensão e desconfiança, perdendo por completo sua tranquilidade perante a vida em função de algo que o consome? Diria que ambos são vítimas e necessitam cuidados, cada um em seu contexto. Aquele que convive com o ciumento deve aprender a colocar limites, não alimentando a dinâmica doentia do parceiro, e não deixando de fazer suas coisas ou falar com seus amigos só porque o outro quer.


Ele acaba cedendo às pressões para evitar brigas, o que lhe parece mais fácil, mas o resultado é catastrófico, pois quando menos imaginar perceberá o quanto está agindo em função do outro e se deixando de lado, submetendo-se, anulando-se por completo. E o pior: nada satisfaz ao parceiro, que vai exigir sempre mais, pois, como já foi dito, a sensação da dúvida permanece. 


A maneira certa de lidar com o ciúme


Em sua terapia procure entender porque se deixa dominar por alguém que lhe cerceia por completo, aceitando abrir mão de seu direito e liberdade de relacionar-se com as pessoas e com o mundo. Já o ciumento deve procurar ajuda psicoterapêutica e medicamentosa, pois o tratamento abrange tanto o lado emocional quanto o físico. É uma doença tratável à base de antidepressivos, que aliviarão e muito os sintomas, devolvendo à pessoa a liberdade de viver. A psicoterapia paralela à medicação é fundamental para que se trabalhem questões profundas ligadas ao aparecimento do ciúme, geralmente envolvendo dinâmicas familiares complicadas, insegurança e autoestima baixa, entre outras. Nunca tome medicação por conta própria, sempre consulte o médico antes de optar pelo tratamento medicamentoso.


Uma grande dificuldade que encontramos ao lidar com essas pessoas é que em muitos casos tal comportamento foi aprendido com o pai ou a mãe, também ciumentos, passando a falsa ideia de que esse jeito de funcionar é o normal. Quando você vive em uma família cujas características principais são o controle, o cuidado excessivo, o zelo e preocupação com os filhos, cresce achando que assim deve ser, pois esse foi o modelo aprendido. 

Porém, ao deparar-se com um(a) namorado(a) que não viveu essa dinâmica, o ciúme começa a se manifestar, denunciando a presença da doença. Como convencê-lo a se tratar se a própria família não considera seu comportamento "fora do padrão", muitas vezes boicotando a continuidade do tratamento? Aqui entra a importância de uma terapia familiar acontecendo paralelamente ao tratamento individual, para que cada um possa reconhecer sua parcela de responsabilidade no problema e juntos, se comprometam a resolvê-lo. 


É preciso reaprender a relacionar-se sem o controle e libertar-se da angústia da dúvida para experimentar o prazer de um relacionamento "saudável", onde ambos possam compartilhar momentos de tranquilidade, sem ter que abrir mão de sua individualidade ao mesmo tempo. Isso é possível, basta querer.”


Marina Vasconcellos Psicóloga

3.3.13

IS018 Os orgasmos múltiplos do homem

Durante uma sessão de umas horas de sexo, eu tenho múltiplos orgasmos, e retenho a ejaculação por tempo indeterminado. Depois da minha parceira estar satisfeita e de termos vários orgasmos, é que ejaculo.

Segundo as minhas amigas, esta possibilidade de ter vários orgasmos durante uma relação é rara nos homens. É uma vantagem enorme para os homens que conseguem ter vários orgasmos numa relação, e também é muito bom para as mulheres sentirem os vários orgasmos do seu parceiro.

Apesar de há muitos anos ter vários orgasmos em curtos intervalos de tempo, foi há pouco tempo que percebi que o que eu tinha eram de facto orgasmos. Como para mim, orgasmo significava ejaculação, eu pensava que não chegava a ter orgasmo, embora o prazer fosse enorme.

Aqui há uns tempos, e na busca de textos acerca da matéria, encontrei um artigo que publiquei no separador “informação sexual e emocional” com o nome “IS001 Orgasmo masculino” onde partilhei a minha recente descoberta, acompanhada do tal artigo em que explicava como tudo acontece. Recentemente, voltei a encontrar um artigo que fala sobre o assunto, desta vez da autoria de Regina Navarro Lins, e não quis deixar de partilhar com os meus leitores.

Aqui, explicado de outra forma, reafirma-se o que se dizia no primeiro texto, que erecção, orgasmo e ejaculação são fenómenos distintos e dissociáveis. É possível e até desejável, separar o orgasmo da ejaculação, já que a ejaculação deixa o homem cansado, e acima de tudo sem vontade de continuar. A ejaculação é como um ponto final no desejo imediato.

Separando o orgasmo da ejaculação, o homem pode ter vários orgasmos tal como a mulher, sem nunca perder o desejo sexual.

Deixo-vos então com o texto da Regina Navarro Lins…

“Apesar de quase todos os homens estarem acostumados a ter ereção, e depois a ejaculação e o orgasmo juntos, esses, na verdade, são três fenômenos distintos: ereção, ejaculação e orgasmo. Mediados em lugares diferentes — o orgasmo ocorre no cérebro e a ejaculação ocorre na uretra posterior, próstata e vesículas seminais, e é um refluxo medular —, o paraplégico, sem nenhuma sensibilidade nos órgãos genitais, consegue ter orgasmo, assim como há homens operados da próstata que não têm ejaculação nenhuma, mas têm orgasmo.

É possível um homem ter ereção sem ejaculação, ejaculação sem ereção e orgasmo sem ejaculação, desde que aprenda a fazer isso. O orgasmo ocorre no cérebro, e pode ocorrer em pacientes com lesão da medula espinhal. Já a ejaculação ocorre na uretra posterior, próstata e vesículas seminais e é um refluxo medular. Orgasmo é a sensação, ejaculação é a saída de esperma. Os chineses há mais de três mil anos perceberam que o homem pode ter vários orgasmos seguidos sem ejacular e, desse modo, aumentar a longevidade por não sentir a fadiga que se segue à ejaculação.


O New York Times publicou, em dezembro de 1992, o resultado de uma pesquisa científica sobre os danos causados pela produção de esperma para o organismo do homem, concluindo que "gerar esperma é muito mais difícil do que os cientistas imaginavam. Isso requer um desvio de recursos que pode vir a prejudicar a saúde masculina a longo prazo". E faz sentido, pois durante toda a sua vida um homem ejacula em média cinco mil vezes. Considerando que cada ejaculação contém de 50 a 250 milhões de espermatozoides, ele ejacula cerca de um trilião de desnecessários espermatozoides! Entretanto, na realidade, só precisaria ejacular quando desejasse ter um filho.


Sem falar nas queixas das mulheres: "Depois que meu marido tem orgasmo ele vira para o lado e dorme. Eu fico ali, sozinha, olhando o teto". É, com certeza, a reclamação mais comum das mulheres em relação aos seus parceiros no sexo. Muitos dirão que isso acontece porque o homem é egoísta mesmo, que só pensa em sexo e após se sentir satisfeito perde o interesse pela mulher. Mas não é isso. Esse desencontro ocorre porque ele ejaculou e... ficou exausto. Mal consegue se mexer, só desejando dormir.


A representação da mulher insatisfeita, cujo amante ejacula, grunhe e desmorona sobre ela é tão comum que já virou piada popular, diz Mantak Chia em seu livro. Para ele, a exaustão que os homens sentem após a ejaculação é também tão antiga quanto o primeiro gemido do coito. Segundo seu relato, há cinco mil anos, Peng-Tze, um conselheiro sexual do famoso imperador oriental, disse: "Após ejacular, o homem fica cansado, seus ouvidos zunem, suas pálpebras pesam e ele deseja ardentemente dormir. Ele tem sede e seus membros parecem fracos e tensos. Ao ejacular, ele usufrui de um breve momento e depois sofre um longo período de exaustão".


A ejaculação não passa de um fenômeno localizado e mecânico, no qual o líquido ejaculatório, em consequência da diferença de pressão, migra de um local para o outro. Já o orgasmo consiste numa série de fenômenos corporais e neurofisiológicos. A sensação ejaculatória causada pelo progresso do líquido espermático dentro dos órgãos genitais depende do grau de força dos músculos que sustentam o pênis (músculos pubococcígeos), assim como dos músculos que o contraem, fazendo o sêmen chegar ao exterior da uretra.


Esses músculos, se treinados, podem aumentar o tempo de controle ejaculatório e, como após a ejaculação normalmente o pênis perde sua rigidez, essa ejaculação mais tardia aumenta consequentemente o tempo de ereção, o que por sua vez aumenta o tempo da sensação orgástica.


Além disso, é possível ter um orgasmo completo sem ejaculação simultânea, e aí se encontra o segredo para o homem se tornar multiorgástico. A maioria dos homens que já teve essa experiência espontaneamente julga que foi um acidente, outros já se preocupam achando que está acontecendo algo de errado com eles, mas muito poucos pensam no fato de que pode ser uma experiência repetida quantas vezes quiserem e ser cada vez mais aperfeiçoada.


Para o homem ter vários orgasmos sem perder a ereção, existe toda uma técnica a ser desenvolvida. Nela se aprendem exercícios que possibilitam o controle da respiração e o fortalecimento do músculo da região pubiana, responsável pelas contrações rítmicas da pelve durante o orgasmo.


Assim, o homem passa a ter ereções mais firmes, intensifica seus orgasmos e aprende a separar orgasmo e ejaculação. Os homens que têm orgasmos sem ejaculação afirmam que o prazer é bem mais intenso do que o alcançado no orgasmo ejaculatório. O livro de Mantak Chia, que ensina os exercícios chama-se O Orgasmo Múltiplo do Homem (editora Objetiva).”


Artigo de Regina Navarro Lins


… E meus amigos… não tenham duvidas, que apesar de todas as minhas outras qualidades (Adorar mulheres, respeitá-las e saber dar-lhes prazer / ser simpático, charmoso e atrevido / ter um piço enorme, grosso e rijo / cheiroso, quentinho e de pele muito macia / e claro… muito modesto… heheheh), o facto de eu conseguir ir tendo orgasmos sem ejacular, e assim conseguir estar horas a trocar prazer, sempre teso, e deste modo dar tempo para que as minhas parceiras tenham paletes de orgasmos, é uma das principais razões para as mulheres gostarem tanto de trocar prazer comigo.

Estes truques estão ao alcance de todos… vamos lá a melhorar essas performances meus meninos.