Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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20.5.16

R027 Relacionamentos com grande diferença de idades

A atracção sexual ou até emocional entre pessoas com grande diferença de idades, sempre foi uma realidade ao longo dos tempos. Se num passado recente era uma situação tabu e que os envolvidos tinham que manter em segredo, com a possibilidade de se relacionarem anonimamente através das novas tecnologias, o relacionamento entre pessoas com grande diferença de idade ganhou um novo fôlego.

É natural que as pessoas mais novas se sintam atraídas por pessoas mais velhas, porque os mais velhos são normalmente pessoas interessantes, experientes e menos egoistas . Todos nós vamos melhorando com a idade, sejamos homens ou mulheres. Melhoramos como pessoas, melhoramos sexualmente, em sabedoria e sobretudo em inteligência emocional.

O preconceito que existe contra este tipo de relacionamentos é alimentado por todos os que não tem nada a ver com esses relacionamentos. É alimentado pelas pessoas mais velhas que não gostam de ser trocadas pelas mais novas, é alimentado pelos pais que não gostam de ver os seus filhos a namorarem com pessoas das idades dos pais, é alimentado pelos filhos que não gostam de ver os seus pais a namorarem com pessoas da idade dos filhos. É alimentado pelas pessoas mais novas que gostariam ter um relacionamento com pessoas mais velhas e não conseguem, e alimentado pelas pessoas mais velhas que gostariam de ter um relacionamento com pessoas mais novas e não conseguem.

Se repararmos bem, o preconceito é alimentado por todas as pessoas externas a esses relacionamentos, e motivados quase sempre pela inveja, ciúme ou pela tentativa de controlo da vida dos outros. Quando gostamos de alguém que se relaciona com outra pessoa com grande diferença de idade, podemos conversar no sentido de os alertamos para os problemas que daí podem resultar, mas se gostamos das pessoas e se as queremos ver felizes, não devemos interferir nas suas opções e na sua felicidade.

Se os relacionamentos entre pessoas com grande diferença de idade podem ter alguns inconvenientes, principalmente se a ideia for fazer vida em comum, já que os objectivos de vida podem ser muito diferentes, a verdade é que também traz muitas vantagens, principalmente a nível sexual, tanto para os mais novos como para os mais velhos. Uma das maiores, senão a maior vantagem, é a aprendizagem que os mais novos podem ter com os mais velhos. Tal como um professor ensina e partilha os seus conhecimentos com os mais novos, ou os pais ensinam os filhos, também numa relação entre uma pessoa jovem e uma pessoa com grande diferença de idade pode ser muito gratificante em termos de aprendizagem a nível sexual e emocional. É uma forma de passar conhecimentos e experiências para as gerações mais novas.

Já é tempo de todos compreendermos esta temática e combatermos o preconceito. Cada um deve ser livre de se relacionar com quem quiser sem sofrer o estigma da discriminação e sem ter que esconder da sociedade o seu relacionamento qualquer que ele seja.

10.7.15

R026 A depilação genital feminina

A depilação genital feminina é uma espécie de mutilação genital. Os pelos pubianos são selvaticamente arrancados da pele da vagina, zona bastante sensível, provocando uma dor dilacerante. Podem ser arrancados com cera, cortados com uma lâmina, ou retirados definitivamente com a moderna técnica do laser. A natureza providenciou pelos para proteger as zonas genitais de microrganismos que podem causar infeções, mas as mulheres que se depilam acham que isso são pormenores de pouca importância. E qual é a razão pela qual as mulheres sofrem dor e prejudicam a sua saúde? Para agradar aos “meninos” que só gostam de pipi light. Cona sem pelos, é como coca-cola light, café sem cafeina ou cerveja sem álcool.

Se perguntarmos a uma mulher por que razão se depila, vamos ouvir que gostam mais, que se sentem melhor assim, que é mais higiénico (imagine-se), e que as relações sexuais são mais prazerosas, mas a verdade é que é principalmente para estarem na moda e para agradar a “meninos” que têm nojo de cona. Curiosamente, se procurarmos na net qual a função dos pelos pubianos, vamos encontrar duas razões principais: proteger a vagina de microrganismos que podem provocar infeções e uma função secundária que é, o aumento do estímulo sexual pelo atrito dos pelos durante o ato sexual.

O argumento mais ouvido, o de que é mais higiénico, será o argumento mais ridículo. Higiénico, é tomarmos banho e lavarmos as partes intimas. Se fosse mais higiénico não ter pelos, quem faz depilação, para ser coerente, deveria também rapar a cabeça. Eu sou da opinião que cada um tem o direito de andar da forma que mais lhe agrada, mas devem assumir isso, sem necessidade de arranjar razões fictícias e tendenciosas, porque quando se diz que é mais higiénico andar depilada, subentende-se que as mulheres que não se depilam são pouco higiénicas, ou mesmo umas verdadeiras badalhocas. Nunca entendi porque é que as pessoas que aderem a estas modas prejudiciais à saúde, tenham sempre tendência de tentar rebaixar quem não quer aderir, como se tivessem inveja da personalidade e carácter de quem não adere.

Esta moda da depilação genital, deve-se essencialmente à indústria da pornografia, que para tornar mais visíveis os órgãos genitais decidiu rapar os atores porno. Os jovens cresceram a ver os filmes com atores depilados, e para eles o normal é não se ter pelos genitais. Para os mais velhos, que cresceram a ver filmes feitos por atores com grandes pintelheiras, ver uma cona toda rapada, faz lembrar o pipi de uma criança. É por isso que na sua generalidade os homens mais velhos gostam de conas com pelos, e os mais novos gostam mais de conas sem pelos. Esta moda é apoiada pelas depiladoras que ao verem a possibilidade de negócio, vão dizendo às suas clientes, que toda a gente faz depilação, que é mais higiénico e que os homens gostam mais delas rapadas. Mas é bom que os mais novos saibam, que a moda da depilação genital é recente, prejudicial à saúde, e que vai desaparecer dentro de pouco tempo.

Esta espécie de ditadura da depilação genital exercida sobre as mulheres, (já que os homens não são discriminados se não o fizerem), é mais uma submissão da mulher aos caprichos do homem. Nos países mais civilizados do norte da europa, onde a igualdade de géneros é praticada pela sociedade em geral, a maioria das mulheres não faz depilação genital, e muitas delas não fazem depilação de espécie nenhuma. Um dia destes vai aparecer uma geração de mulheres, que com a sua irreverência e informação disponível, vai recusar submeter-se a esta mutilação genital. Nessa altura, vai ser uma vergonha ter a cona sem pelos, já que isso vai revelar falta de personalidade, desinformação e estupidez na medida em que a mulher põe em risco a sua saúde para aderir a uma moda irracional, e apenas para agradar a “meninos” que não gostam de cona. Quem fez a depilação definitiva a laser, se não quiser passar por essa vergonha, vai ter que implantar pelos na zona genital.

Para os homens que gostam verdadeiramente de cona, gostam delas de qualquer maneira. Pessoalmente acho mais bonita uma cona com pelinhos e com um "ar" saudável. As conas com depilação recente, ficam todas amassadas, massacradas e vermelhas, com uma suavidade muito artificial, a nalguns casos com muitas borbulhas e pelos encravados. Ou seja, não ficam de facto mais bonitas.

Para mim cada cona é única, com a sua forma, a sua aparência, a sua beleza, o seu cheiro e o seu sabor, e nunca pode ser vista separadamente de um todo bem mais complexo e da qual faz parte integrante que é a mulher, também ela única, com todas as suas qualidades e fragilidades naturais de um ser humano. Nesse contexto, para se ter prazer com uma mulher, mais importante do que se usa a cona ao natural ou rapada, é a forma como interagimos e nos envolvemos com ela. A resposta do seu corpo (cona incluída) depende desse envolvimento e da forma como é estimulada.

Informação cientifica acerca da depilação genital Feminina: Aqui

Deixo aqui o link para uma conversa publicada no blog, que mostra bem o dilema de uma rapariga de 22 anos em relação à depilação.

http://xarmus.blogspot.pt/2013/08/conversa-902-diana-22-c01b.html

2.12.14

R025 Sexo com desconhecidos

Algumas pessoas que conversam comigo de forma anónima na net, acham estranho, e confessam-se incapazes de ir para a cama com um desconhecido, porque têm a ideia de que é necessário nutrir sentimentos para terem sexo com alguém. Há quem só admita ter sexo com quem ame, outras necessitam pelo menos de sentir paixão, outras necessitam de sentir algumas afinidades em termos gostos pessoais ou objetivos de vida, e outros admitem que só precisam de sentir desejo. A “educação” que recebemos, e a “formatação que sofremos da sociedade em geral, condiciona-nos ao ponto de não nos sentirmos bem se agirmos de forma diferente do que é considerado “normal”.

Todos nós temos a liberdade de ter sexo com quem queremos pelas razões que quisermos, e cada um de nós deve agir de acordo com o que a sua consciência permitir. É aconselhável que a nossa cabeça esteja de acordo com as nossas ações, sob pena de nos culpabilizarmos depois de tomarmos determinadas atitudes. Há quem aja segundo a sua cabeça, e quem organize a sua cabeça segundo as suas ações. De uma forma ou de outra, convém que a cabeça e os atos estejam de acordo.

O sexo como consequência do amor ou da paixão, é excelente e pode funcionar como “celebração” ou “concretização” do que sentimos por outra pessoa, ou até como complemento de um relacionamento mais alargado de uma vida a dois, mas não é a única forma de sentir atração sexual por alguém, até porque as pessoas que nunca amaram ou foram amadas também sentem desejos e atração sexual por outras pessoas. Também há quem amando uma pessoa, sinta atração sexual por outras.

A grande vantagem do sexo com amor é estarmos com quem amamos, é ter o prazer de sentir o amor e a paixão para além do prazer do sexo. Como a pessoa que amamos representa para nós muito mais do que apenas sexo, o nosso comportamento é influenciado por uma série de condicionantes, que muitas vezes não permitem o distanciamento necessário aos jogos de prazer sensorial e físico do prazer sexual. É por isso que muita gente diz que o amor “atrapalha” o sexo.

Se o sexo com amor tem condimentos que o sexo sem sentimentos não tem, também o sexo desprovido de sentimentos tem vantagens que dificilmente existem no amor romântico. Por isso, o amor e o sexo são coisas diferentes e de certa forma incomparáveis. Excelente, é quando conseguimos atingir uma maturidade no amor, que nos permite fazer amor ou apenas sexo com a pessoa que amamos, apesar de, mesmo assim, ser diferente de quando fazemos sexo com alguém que não conhecemos, e apenas pelo prazer do sexo.

Do meu ponto de vista que é manifestamente liberal e desprovido de preconceitos, para se ter sexo com alguém só é necessário que os envolvidos sintam atração e desejo sexual um pelo outro, e se possível, que haja compatibilidade nas preferências sexuais de ambos. A idade, nível cultural, interesses pessoais, objetivos de vida, preferências clubísticas, políticas ou religiosas têm muito pouca relevância para o ato. Da mesma forma que se eu quiser fazer uma caminhada ou corridinha com alguém, fazer uma partida de ténis, um jogo de xadrez, ou qualquer outra atividade específica, só necessito que haja desejo dos dois em realizar essa atividade juntos.

Seguindo esta linha de raciocínio, quanto menos conhecermos o nosso parceiro sexual, e menos soubermos da sua vida, menos probabilidade existe da informação que possamos conhecer, poder vir a condicionar ou influenciar a nossa atuação, performance ou comportamento. Quando há relacionamento social ou profissional, as informações que conhecemos dessas pessoas, e o relacionamento que temos com elas, influenciam o nosso comportamento inevitavelmente.

A prática de encontrar parceiros sexuais desconhecidos na net, é muito semelhante aquela que acontece quando se sai à noite e se engata um desconhecido numa discoteca ou num bar, com a vantagem de que pela net se pode conversar com o candidato a parceiro, conhecer as suas preferências sexuais, e o encontro só se realizar se ou quando os dois assim o desejarem.

Para os homens, que normalmente lideram o ato sexual, é fácil ficarem satisfeitos com o encontro. As mulheres, que têm um comportamento mais passivo ou até submisso, devem ser mais seletivas em relação ao homem que escolhem, sob pena de saírem insatisfeitas do encontro. A vantagem do conhecimento pela net em relação ao engate presencial num bar, é assim mais útil para as mulheres do que para os homens.

Desde a primeira vez que tive sexo com uma anónima que conheci na net, percebi a diferença da desinibição e da liberdade de movimentos que as mulheres sentem quando não há outro tipo de ligações entre parceiros, a não ser o prazer do sexo. Como os parceiros são anónimos um para o outro e só se voltam a ver se os dois quiserem, a liberdade é total. Não havendo amigos em comum, tudo o que acontecer entre os dois, fica entre os dois. A vantagem não é apenas em relação ao sigilo, mas também em relação à desinibição de estar com alguém a quem não temos que provar nada, e com quem não temos “passado” nem “interesses”, a não ser o genuíno e puro prazer do sexo.

22.11.14

R024 A necessidade de variar

Ao longo das minhas conversas virtuais e anónimas com mulheres que conheço na net, já reparei que muitas delas não entendem porque é que os homens traem mesmo quando amam uma mulher. Perguntam-me porque é que os homens estando bem servidos em casa, procuram outras mulheres.

Mesmo quando temos alguém que amamos e que nos satisfaz sexualmente, precisamos de ter outras experiências sexuais, da adrenalina do desconhecido, do "flirt", da sedução, da caça, e de tudo o que a pessoa com quem já vivemos essas coisas todas, não nos pode voltar a dar como se fosse a primeira vez. Essa experiência, esse variar, nunca nos pode ser dado pelo nosso parceiro de alguns anos de relacionamento.

Na maior parte das vezes em que se tem aventuras fora do casamento, o sexo nem é tão bom como com quem amamos, mas numa aventura tudo é novo e diferente. O engate, a sedução, o encontro, os beijos, o despir, ver outro corpo, apalpar outro corpo, encaixar noutro corpo, enfim, trocar prazer com outra pessoa. Viver uma experiência nova com sensações e emoções diferentes.

É como jogarmos xadrez sempre com a mesma pessoa durante muitos anos. Ao fim de um tempo, temos necessidade de jogar com outra pessoa, porque com a mesma, já as estratégias estão todas experimentadas e os jogos acabam quase sempre da mesma forma. Já sabemos o que podemos esperar do parceiro, já lhe conhecemos as jogadas. Precisamos de experimentar o que aprendemos com alguém que não conhece as nossas jogadas também.

Esta prática que era quase exclusiva dos homens, já está a atingir também as mulheres. Cada vez mais, as mulheres também precisam de ter experiências sexuais fora do casamento. Apesar da sociedade em que vivemos pretenda cultivar o amor romântico e monogâmico, o facto é que a nossa natureza não é essa. Está provado com a realidade que todos nós conhecemos, em estatísticas e estudos científicos.

Conheço mulheres casadas, que me dizem que estão satisfeitas sexualmente com os maridos e que o sexo é bom, provavelmente o melhor de todos, mas que com outros homens sentem coisas diferentes. Gostam de ser seduzidas, engatadas, sentirem-se desejadas e bajuladas por homens que as querem conquistar. Gostam de conhecer um corpo diferente, de práticas diferentes, sensações e emoções diferentes.

Contrariamente ao que se possa pensar, normalmente estas escapadelas até melhoram a relação, mesmo que não consentidas. Muitos relacionamentos mantêm-se porque um ou os dois cônjuges saltam a cerca. Se não o pudessem fazer, muitos relacionamentos ficavam insustentáveis, apesar da amizade e muitas vezes do amor no seio do casamento.

Se a aventura for consentida, então melhora mesmo muito o relacionamento, porque a maior parte das zangas e dos desentendimentos nos relacionamentos, estão ligados à desconfiança e ao ciúme. Por outro lado, o entendimento entre o casal melhora tremendamente, deixando de haver segredos e mentiras, aumentando a cumplicidade e a intimidade.

É por estas razões que casais casados há muitos anos, e que sempre se amaram e continuam a amar, escolhem o swing como forma de resolver esse problema. Sentem que têm vontade e necessidade de variar e como bons amigos que são, e porque se amam, decidem ir engatar e viver essas experiências sexuais em conjunto. 

26.5.14

R023 Como engatar um homem mais velho

Uma leitora do blog, deixou-me um comentário na Foto 851, que transcrevo em baixo. Como achei a questão interessante de responder, e com a certeza de que as questões levantadas pela leitora, são também questões que muitas outras jovens gostariam de ver respondidas, decidi fazer da resposta, um post em forma de reflexão, onde mais do que lhe responder, possa abrir uma plataforma de diálogo aberta a quem quiser participar, seja com a sua opinião acerca do tema, seja com perguntas que gostassem de ver respondidas.

"Sou leitora do Shiuuuu e, como gosto das observações que lá faz, dei com este espaço. :) Como já reparei que um dos lados bons deste blog é ser uma espécie de "consultório sexual", tenho uma pergunta: tenho 20 e pouquíssimos anos e gostaria de ter uma experiência (ou troca de experiências) com um homem de 40 e tal anos. Mas nunca sei como conseguir isso, é sempre mais fácil o envolvimento com pessoas da mesma faixa etária, uma vez que se assume (embora erradamente) que isso seja sempre o mais certo. Pergunto isto por curiosidade, gostaria de saber o que acha. :) "

A sociedade em geral aprova os relacionamentos entre pessoas da mesma faixa etária porque partem do princípio que esse relacionamento tem como objectivo, o namoro, o casamento e a procriação, enfim, uma vida em conjunto. Ou seja, manter um relacionamento que envolva sentimentos e que tenha futuro. Nesse caso, e até por uma questão de partilha de interesses, é sempre melhor os envolvidos serem da mesma faixa etária. Uniões entre pessoas com grande diferença de idades, são na generalidade mais difíceis de manter, porque os objectivos de vida são muito diferentes, e por muitas outras razões que não interessa agora enumerar. É preciso um amor muito forte, muitas cedências de parte a parte e muita “ginástica” para que um relacionamento entre pessoas com grande diferença de idades dure muitos anos ou mesmo uma vida inteira.

No caso de a ideia ser apenas uma experiência sexual, pode ser benéfica essa diferença de idades. À partida, uma jovem tem mais probabilidades de ter uma melhor experiência sexual e aprender mais, se trocar prazer com alguém mais velho, que tem mais maturidade e experiência, e que certamente se vai preocupar com o prazer dela, e lhe proporcionar uma relação sexual gratificante no seu todo, do que com um jovem da sua idade, também ele inexperiente, com menos conhecimento e/ou vontade para lhe dar prazer, e com o problema muito comum de atingirem o orgasmo em pouco minutos, não dando tempo à parceria para o acompanhar.

Outro problema que se levanta entre jovens da mesma faixa etária, é que os rapazes que normalmente são mais imaturos que as raparigas, são também mais preconceituosos, cheios de certezas, e aceitam mal as experiências mais arrojadas propostas pelas raparigas, quando estas querem experimentar coisas novas (coisas que para eles só se fazem com as prostitutas). Conheço casos de raparigas que namoram rapazes da idade delas com quem têm uma relação “soft” própria para as suas idades, e depois têm um amigo colorido com quem têm práticas sexuais que seriam impensáveis ter com o namorado, e com quem aproveitam para dar largas à invaginação, e gozarem à grande sem o medo de serem recriminadas ou censuradas.

Como nem tudo são rosas, as experiências sexuais com homens mais velhos, também têm os seus riscos. Como as jovens têm mais propensão para se apaixonarem, correm o risco de se apaixonarem e não serem correspondidas por alguém mais velho que resiste melhor às paixões arrebatadoras e que terá apenas interesse no relacionamento sexual. Muitos homens mais velhos, têm relacionamentos a decorrer, e procuram apenas sexo, sem grandes envolvimentos, e se não têm, também não estão interessados em ter, preferindo ter uma vida livre de compromissos e que lhes permitam ir variando de parceira, e gastar os "últimos cartuchos".

As experiências que tive quando era novo, com mulheres mais velhas, e as que tenho agora com mulheres mais novas que eu, têm sido muito gratificantes para os dois lados. Muitas das histórias, reflexões e principalmente conversas com raparigas na casa dos vinte e poucos anos publicadas neste blog, para além de comprovarem o que foi dito em cima, também mostram que as experiências sexuais que algumas delas tiveram comigo, foram sempre gratificantes e prazerosas para elas.

Passando à questão levantada pela leitora, há diversas formas de travar conhecimento com pessoas que procuram relacionamentos de diversos tipos, seja amizade, namoro, amizades coloridas ou encontros meramente sexuais. Uma das formas que acho mais seguras é através de sites de relacionamentos. Embora pareça perigoso à primeira vista, nestes sites podemos conhecer e testar outras pessoas à distância e sob anonimato, e só as passarmos para os nossos contactos de Skype ou outros, depois de termos algumas garantias de idoneidade, honestidade, sinceridade e respectivas intenções. Assim, os associados destes sites, podem na segurança das suas casas, conversar o tempo que quiserem, e protelarem um encontro real até sentirem o desejo e a confiança necessárias, para dar esse passo.

Há muitos sites de relacionamentos onde as pessoas se inscrevem de forma anónima, preenchem um perfil, onde divulgam algumas informações básicas, e onde podem optar por serem contactadas por pessoas com determinado perfil, e podem inclusivamente escrever um pequeno texto livre, onde podem dizer o que procuram ou para o que se podem disponibilizar. Há perfis de raparigas de vinte e poucos anos, que dizem procurar homens dos 35 aos 50 por exemplo. Todas as opções são possíveis, inclusivamente bloquear tipos de perfis que não lhes interessam, como por exemplo, homens casados, ou até bloquear pessoas por quem foram contactadas e de quem não gostaram. Desta forma, podem travar conhecimento com outras pessoas com os mesmos interesses, de forma segura, e selecionar apenas aquelas com quem querem conversar, ou com quem gostariam de conhecer pessoalmente.

Foi desta forma que conheci centenas de mulheres, e depois de as passar para os meus contactos de msn ou de Skype, pude conversar com elas, no sentido de perceber se tínhamos interesses em comum, e se estaríamos interessados em conhecer-nos pessoalmente, manter algum tipo de relacionamento ou até apenas de nos envolvermos sexualmente. São algumas dessas conversas que eu publico aqui no blog, com o objectivo de partilhar com quem quiser ler, toda esta temática da forma mais real possível, onde se podem perceber as diferentes motivações, desejos, receios e expectativas, das diferentes pessoas que conversaram comigo, assim como acompanhar alguns desses relacionamentos, e em muitos casos, perceber como ou porque acabaram.

Dito isto, não posso deixar de alertar principalmente os mais novos, que o mundo da net também tem os seus perigos. As pessoas que andam na net, somos todos nós, e são as mesmas que nos rodeiam na vida real, mas devido à possibilidade de se mostrarem e agirem anonimamente, surgem novas formas de mentir e de enganar, para as quais, uma grande parte das pessoas não está preparada. Aconselho a leitura das histórias “H003 Viver à conta” e “H004 Mentiras perigosas”, e os respectivos comentários.

Uma das tangas mais usadas pelos homens na net, (que também acontece na vida real) para conseguirem levar para a cama, as mulheres que só vão se sentirem que o homem está apaixonado ou interessado num relacionamento “sério”, com compromisso de exclusividade e fidelidade, e aceitarem as condições impostas por elas, quando sabem à partida que não vão cumprir o prometido. Aceitam porque também querem exclusividade da parte delas, fingem-se apaixonados e tudo o mais que elas quiserem para as papar. Muitos deles são casados ou têm relacionamentos fixos, ou várias amigas coloridas. A possibilidade do anonimato, e o facto de as pessoas não terem amigos em comum, e não se conhecerem na vida real, facilita manter e gerir a mentira por muito tempo. Quando eles desaparecem de um dia para o outro ou finalmente se descobre a mentira, é muitas vezes devastador para as mulheres que acreditaram, construíram sonhos, e se apaixonaram por eles.

Para complementar esta reflexão, aconselho a leitura das reflexões R001 Mentiras, R003 Diferença de idades, R009 Cantadas hipócritas, R010 Engana-me que eu gosto, R014 Engatar na net.

20.10.13

R022 Os benefícios das relações extraconjugais

Muita gente pensa que uma relação extraconjugal pode acabar com um relacionamento. Se for sem consentimento e se for descoberta, até pode acabar com a relação, mas se houver desejo de ter uma aventura sexual extraconjugal e esse desejo for reprimido, também pode provocar o fim da mesma.

Na sociedade retrógrada e hipócrita em que vivemos, especialmente no que toca ao sexo e aos relacionamentos, os preconceitos e os paradigmas instalados impedem muitas vezes as pessoas de pensarem de forma livre e racional acerca dos problemas, e dá-lhes sempre uma resolução simplista e preconceituosa, que a generalidade das pessoas aceita como certa, correta e até “normal”.

Mas uma coisa que a sociedade não diz, é que o efeito nocivo que a repressão dos desejos traz para o seio de uma relação, são muitas vezes devastadores. Muitas pessoas reprimem o desejo sexual que possam sentir por outras pessoas, pensando que estão a salvar o seu relacionamento, mas na verdade podem estar a destruí-lo.

Segundo os estudiosos da matéria, a repressão dos desejos sexuais por outras pessoas, faz com que o desejo sexual dentro da relação sofra danos muitas vezes irreparáveis. Segundo eles, desenvolve-se uma irritação e culpabilização inconsciente do outro pelo facto de ser um entrave à liberdade e à felicidade. Esse impedimento da satisfação do desejo de sexo com outras pessoas, juntamente com a deterioração da qualidade do sexo dentro da relação, acaba por minar a relação de forma irreversível.

Muitas pessoas reprimem esses desejos para poderem exigir o mesmo comportamento ao parceiro, não percebendo que mesmo que eles próprios consigam viver com essa repressão, os parceiros podem não conseguir, e aí o resultado é o mesmo.

Ao contrário, quando os elementos do casal não reprimirem o desejo do seu parceiro de poder desfrutar do prazer de se relacionar com outras pessoas, faz com que cada um dos parceiros esteja agradecido ao outro pela liberdade e o prazer que lhe é permitido ter. A cumplicidade entre o casal aumenta exponencialmente e o sexo melhora incomparavelmente, porque para além de acabarem os segredos e as mentiras, os parceiros podem partilhar os seus desejos a as suas fantasias sem qualquer tipo de inibição, e ficarem a conhecer uma faceta do parceiro que até ali era totalmente desconhecida. O swing, por exemplo, é uma prática usada por certos casais para resolver o problema do desejo sexual por outras pessoas, vivendo essa experiência em conjunto.

Como a grande percentagem do fim dos relacionamentos está diretamente ligada à desconfiança, ao ciúme, à traição, à falta de liberdade e à repressão dos desejos, eliminando estes problemas na relação, estão reunidas as condições para o aumento da durabilidade e da qualidade da relação, com a consequente segurança e felicidade que daí resultam. Como dizia uma amiga minha “eu adoro os relacionamentos liberais… duram mais que os outros”.

Resumindo…. As relações extraconjugais consentidas acabam com os problemas que normalmente ditam o fim da relação tais como a desconfiança, a insegurança, o ciúme, a repressão dos desejos, ou a traição (quando descoberta), e por outro lado, aumentam a cumplicidade, a segurança, melhoram o sexo, prolongam a durabilidade da relação, fortificam o amor e motivam a felicidade do casal, reforçando a relação.

Embora seja necessário que estas práticas sejam desejadas e consentidas pelos elementos do casal para se usufruir destas vantagens todas, o facto é que as relações extraconjugais não consentidas, também ajudam a manter um relacionamento.

Tem o risco de poder acabar com a relação se for descoberta, mas se não for descoberta ou se for perdoada, serve de válvula de escape a muitos casais, que não tendo a cumplicidade, ou o amor, ou até a amizade, ou seja lá o que for, necessários para o conseguirem fazer de forma consentida, possam ter maneira de satisfazer os seus desejos sexuais por terceiros, evitando assim a repressão sexual dos desejos, essa sim, verdadeiramente destruidora de relacionamentos que tinham tudo para dar certo.

Todos nós conhecemos casais que apesar de gostarem um do outro e de serem felizes na sua relação, precisam de viver experiências fora do relacionamento, e vivem-nas sem conhecimento do cônjuge. Esta prática, preconceituosamente conhecida por “traição” tem salvado muitos relacionamentos.

Em jeito de conclusão, acho que não devemos ser radicais nestas coisas, e se amamos alguém ou queremos manter um relacionamento que nos faz sentir bem, devemos ser sinceros, partilhar os nossos sentimentos e desejos com quem nos relacionamos, e chegar a entendimentos que satisfaçam ambas as partes. Assim, cada um dos parceiros permite ao outro ser feliz, e viver a sua vida sexual em total liberdade, contribuindo assim para fortalecimento, qualidade e durabilidade da relação.

Para quem quiser aprofundar o tema, aconselho a leitura das seguintes textos: (R016 Infidelidade e traição), (R019 Da monogamia ao poliamor), (R021 Monogamia e traição) e (R020 Uma história de amor)

13.7.13

R021 Monogamia e traição

A monogamia em série como opção cultural, é a forma considerada normal na nossa sociedade de nos relacionarmos amorosa e sexualmente com quem gostamos. Desde muito novos somos ensinados pela família, escola, amigos, religião e sociedade em geral, que é essa a forma correta de namorarmos, casarmos e constituirmos família.

Chama-se monogamia em série, para se distinguir da monogamia, que significa ter apenas um parceiro sexual durante toda a vida. Na monogamia em série, pode ter-se vários parceiros ao longo da vida, só que um de cada vez.

O problema, é que como é natural sentirmos atracão sexual por outras pessoas, quando os relacionamentos começam a entrar na rotina, e o sexo com o cônjuge ou a pessoa com quem nos relacionamos já não é o que era inicialmente, temos tendência a desejar outras pessoas, com quem possamos sentir de novo uma forte atracão sexual ou mesmo vontade de nos apaixonarmos e vivermos emoções que nos façam sentir vivos, e termos novas experiências sexuais com novos parceiros.

Quando esta situação surge, aos monogâmicos em serie, colocam-se várias opções, consoante o interesse que tenham ou não em manter o relacionamento. Se amam o parceiro ou têm interesse em manter a relação, a atracção que possam sentir por outras pessoas é meramente sexual, e aí têm três opções:

1 - Contenção. Controlam a atracção sexual que sentem por terceiros e cumprem a sua promessa de fidelidade podendo assim exigir o mesmo comportamento por parte do seu parceiro.

2 – Dialogo. Conversam com o parceiro acerca dessa vontade e escolhem a melhor forma de resolver o problema. Nesta opção, o elemento que tem vontade de viver aventuras com outras pessoas tem que estar disposto a conceder ao outro a mesma liberdade. O parceiro, nos casos em que a relação começou por ser monogâmica, pode não aceitar a proposta, e não permitir essa liberdade a quem a propõe, já que representa uma alteração às regras a meio do jogo. Apesar de ser desejável que essas questões se coloquem logo no início do relacionamento, o facto é que dificilmente isso acontece porque no início das relações os elementos do casal não sentem necessidade de estar com outras pessoas, e muito menos interessadas em dar essa permissão ao seu parceiro.

3 – Traição. Como a atracção por terceiros e a vontade de ter aventuras é meramente sexual, e como normalmente o elemento do casal está interessado em manter a relação, as pessoas optam por ter as suas aventuras sexuais sem conhecimento do parceiro, para não o magoar, para não arriscar o fim de relação, e principalmente para impedir que o seu parceiro exija a mesma liberdade. A hipocrisia de quem trai, reside no facto de querer ter a liberdade que nega ao seu parceiro. A traição só é considerada traição porque quem trai prometeu exclusividade sexual ao outro. Porque uma relação extraconjugal não é uma traição em si.

A escolha de uma destas opções varia de pessoa para pessoa, e para além das suas características pessoais em termos de personalidade e carácter, também influenciam estas escolhas, o tipo, a qualidade e a intensidade de cada relação. Uma coisa é certa, está mais que provado que a natureza acaba por vencer quase sempre a opção cultural de se ser fiel.

Tanto nos relacionamentos monogâmicos em série como nas relações abertas ou poliamorosas, os elementos do casal têm que controlar os seus impulsos naturais por respeito aos seus parceiros. Enquanto os monogâmicos controlam o seu impulso natural que os faz sentirem atracão sexual por outras pessoas, para cumprirem a promessa de exclusividade sexual dada aos seus parceiros, os casais que optam por relações abertas ou poliamorosas têm que controlar o seu sentimento natural que os faz sentirem ciúmes por respeito à liberdade do seu parceiro.

A traição é a opção mais usada, pelo facto de quem trai não ter que controlar os seus impulsos naturais. Por um lado goza da liberdade de ter as suas aventuras sexuais, e por outro não sofre de ciúmes já que exige exclusividade sexual ao seu parceiro, que pensa ser reciproco.

Os relacionamentos monogâmicos com promessa de exclusividade sexual, pela sua natureza, são mais propícios a desconfianças, desentendimentos, desgaste da relação e por isso são normalmente relações com menos probabilidades de perdurar no tempo. Se houver traição e for descoberta, pode determinar o fim da relação. Se não houver traição ou se houver e não for descoberta, há sempre o receio e a desconfiança de que o parceiro não resista à tentação, ou pior ainda, que encontre alguém de quem goste, já que isso ditaria o fim da relação. Se o casal conseguir cumprir a promessa de fidelidade durante muitos anos, pode surgir outro problema, que é o desinteresse sexual motivado pelo desgaste natural de quem só tem sexo com a mesma pessoa durante muitos anos, com a consequente deterioração da relação. Com ou sem traição, há muitas razões que podem determinar o fim da relação.

Quando amamos alguém e o sexo até é gratificante, a vontade de saltar a cerca acontece pelo desejo de viver situações que a pessoa com quem nos relacionamos, já não pode dar. A vontade de voltar a viver relações sexuais intensas, viver novas emoções, variar, conhecer outro corpo, outras práticas sexuais, seduzir e ser seduzido e sentir que despertamos o desejo a outras pessoas, são algumas dessas necessidades. Muitas vezes o sexo até nem é tão bom, tão envolvente, tão intimo como é com quem amamos, mas dá-nos a possibilidade de viver situações impossíveis de viver com quem amamos e com quem já nos relacionamos há muitos anos.

É por esta razão que quem já viveu estas situações, diz que uma aventura muitas vezes ajuda a manter um relacionamento. Dito de outra forma, a privação da liberdade e de não se poder satisfazer a vontade natural de se ter sexo com outras pessoas, dita o fim de relacionamentos entre pessoas que tinham tudo para dar certo. Todos nós conhecemos situações em que as pessoas têm um relacionamento monogâmico durante uns anos, depois separam-se e aproveitam para viver aventuras e terem sexo com quem querem. Ao fim de um tempo e já fartos de terem sexo sem envolvimento emocional, voltam a querer ter um relacionamento “sério”, com alguém que amem. Há pessoas que passam a vida nesta alternância, sempre insatisfeitas, quando bastaria ter um relacionamento onde o diálogo, a tolerância e a compreensão fossem uma realidade.

É pelas razões apresentadas que as relações abertas ou poliamorosas são normalmente mais duradoiras. Neste tipo de relações, muitas das razões que fazem acabar os relacionamentos monogâmicos, não existem, já que não há traição, não há a falta de liberdade sexual ou emocional, nem há a monotonia de se ter sexo durante anos apenas com uma pessoa. Neste tipo de relacionamentos, a única razão para acabar o relacionamento é acabar o amor. Por outro lado, o facto do casal se permitir viver em liberdade sexual de forma sincera onde não existe mentira, aumenta substancialmente a confiança e a cumplicidade entre os elementos do casal, podendo até viver essa liberdade sexual em conjunto.

Os relacionamentos monogâmicos que acabam por causa de uma aventura extraconjugal, são relacionamentos onde já não havia verdadeiro amor e compreensão, e já estavam condenados a prazo, porque quando se ama mesmo uma pessoa, não se consegue perder quem amamos por causa de uma aventura sexual. Por outro lado, relacionamentos que resistem a uma aventura extraconjugal, saem reforçados, tanto a nível sexual como emocional, e depois de se viver essa experiência e de se constatar que a relação melhorou, estão criadas as condições para se transformar numa relação mais tolerante, onde o amor, a compreensão e o respeito pela liberdade de quem amamos é mais forte que tudo o resto. Aí sim, o relacionamento fica mais sólido, mais seguro, mais sincero, mais cúmplice onde apenas o fim do amor pode ditar o fim da relação.

xarmus

4.6.13

R020 Uma História de amor

Um dia destes, de visita a um blog que publica segredos de anónimos, vi um segredo de um homem que dizia que gostava de ver a mulher dele ter sexo com outros homens. O post teve muitos comentários, e em alguns deles os comentadores diziam que o homem não amava a mulher porque se amasse não gostaria de vê-la ter sexo com outros, porque quando duas pessoas se amam, não precisam de ter sexo com terceiros.

Eu deixei um comentário dizendo que isso não é verdade, que se pode amar e trair, que se pode amar e ter um relacionamento aberto onde seja permitido viver aventuras fora do casamento. Mais, penso que o amor entre duas pessoas que se permitem essa liberdade é um amor mais consolidado, cúmplice e inabalável, do que um amor possessivo que restrinja a liberdade e que acabe à primeira contrariedade. Não acredito que haja amor num relacionamento que não resista a uma aventura sexual. Um casamento só acaba de um dia para o outro se for apenas um contrato. Quando há amor de verdade, há tolerância e vontade de ficar juntos.

Entre os muitos comentários ao post, apareceu um comentário de um homem que contava como a sua relação evoluiu de um casamento monogâmico para um casamento aberto, e como o amor que sentiam um pelo outro foi suficientemente forte para superar esses acontecimentos.

Quando li a história deixei um comentário, e o anónimo que tinha comentado, clicou no meu perfil e veio ter ao meu blog. Depois de ler parte do blog, enviou-me um mail onde expressava o seu agrado pelo mesmo. Na altura em que recebi o mail dele, andava a escrever a reflexão do post anterior “R019 Da monogamia ao poliamor”, e como achei que a história dele era um excelente contributo à reflexão que estava a escrever, pedi-lhe autorização para publicar a história do comentário dele no meu blog.

Ele disse-me que teria todo o prazer em contribuir com a história dele para o meu blog, e enviou-me o texto.

“Sou casado há 25 anos e sempre amei a minha mulher. No inverno dormimos agarradinhos e no verão ainda adormecemos de mão dada. Ao longo dos primeiros 20 anos de casamento sempre fomos fieis um ao outro. Apesar de ser difícil manter a chama acesa do ponto de vista sexual, já que em relação ao amor o tempo só nos tem beneficiado, sempre tivemos desejo um pelo outro.

Há cerca de 5 anos atrás, eu que sempre viajei muito em trabalho, comecei a ter encontros sexuais com mulheres que ia conhecendo num site onde as pessoas se predispõem a conhecer outras pessoas, com o objetivo de marcar encontros sexuais. Estes encontros só aconteciam quando dormia fora de casa.

No início fi-lo sem a minha mulher saber, mas um dia, já com muito peso na consciência, decidi contar-lhe o que se passava. Ela ficou chocada com o que lhe contei, e pediu-me uma semana para pensar o que fazer. Embora estivéssemos em período de reflexão, o sexo durante essa semana foi fantástico, muito mais intenso do que tinha sido nos últimos anos.

Como o sexo melhorou, a nossa relação e a nossa cumplicidade melhoraram, e como o que sentíamos um pelo outro não ficou afetado com a nova realidade, a minha mulher decidiu que queria continuar casada comigo. Disse-me que me amava e não queria viver sem mim, e como nunca tinha sentido que as minhas aventuras tivessem posto o nosso relacionamento em risco, não fazia sentido acabar com ele.

Durante mais cerca de 4 anos, tive a liberdade de estar com quem quisesse, sempre que dormia fora de casa, e embora a liberdade fosse para os dois, a minha mulher continuava a só conhecer um homem na vida dela.

Aqui há um ano atrás, a minha mulher disse-me que havia um colega de 32 anos que tinha sido colocado provisoriamente na escola dela, que se andava a fazer a ela. O rapaz ia enviando umas mensagens de vez em quando e a minha mulher respondia-lhe e ia-me mostrando as mensagens trocadas. Embora ela não tivesse grande interesse nele, e nunca tivesse correspondido às investidas dele, sabia-lhe bem “flirtar” através de sms e saber que despertava o interesse e que era assediada por um homem mais novo 16 anos.

Apesar de ter namorada na cidade onde vivia, o rapaz continuava a insinuar-se à minha mulher, que com 48 anos é uma mulher muito charmosa e com um corpo fantástico. Sempre que eu lhe perguntava se ela gostaria de ter alguma coisa com ele, ela dizia-me que lhe achava graça mas que não era capaz de se envolver com ele, até porque não queria magoar-me ou estragar a nossa relação com isso.

A troca de mensagens durou uns meses, e um dia em que eu ia dormir fora dois dias, deixei-lhe uma caixa de preservativos e disse-lhe que se ela quisesse estar com ele, devia aproveitar agora já que se aproximava o fim do ano e o colega já não estaria na nossa cidade no ano seguinte. Eu queria que ela vivesse uma experiencia diferente, e que sentisse a liberdade de quem apesar de casada, pudesse viver uma aventura com alguém que a desejava. Ela também me proporciona essa liberdade, e eu queria retribuir-lhe o miminho. Sei que ela era incapaz de me trair, e a única forma de ela poder viver esta experiencia seria com o meu consentimento e incentivo.

Disse-lhe que apesar de não ter prazer nisso, e até de sentir algum ciúme, queria que ela sentisse a liberdade de poder viver uma experiencia diferente, e de sentir que um encontro sexual não interfere na nossa relação e no nosso amor. Sabia também por experiencia própria que aquela aventura só iria aumentar a nossa cumplicidade e fortificar o amor que ela sente por mim, tal como as minhas aventuras intensificaram a cumplicidade e o amor que eu sinto por ela.

Eu não tenho prazer nem gostaria de ver a minha mulher com outro homem, mas não só acho que temos os dois o mesmo direito, como sinto prazer em fazê-la feliz, da mesma forma que ela sente prazer em fazer-me feliz. Viver uma aventura com outro homem, é coisa que ela não pode viver comigo, tem mesmo que ser com outro. A novidade, a descoberta, um outro corpo, são sensações que ela nunca poderá sentir comigo.

Se eu lhe dissesse que não queria que ela estivesse com outro homem, apesar de eu ter essa liberdade, eu sei que ela nunca estaria com ninguém, mas como percebi que ela tinha vontade de conhecer outro homem e só não o fazia porque me amava e não queria magoar-me, senti que apesar de não me agradar a ideia, devia não só dar-lhe essa liberdade como até incentivá-la.

É por amor que ela me deixa ter as minhas aventuras quando estou longe de casa, é por amor que ela nunca me exigiu a mesma liberdade, é por amor que eu lhe dei essa liberdade. O nosso amor, o sexo e a nossa cumplicidade está melhor que nunca apesar dos nossos 25 anos de casamento, e continuamos a adormecer de mãos dadas.”

Esta história é um exemplo prático de como é possível conciliar o amor entre duas pessoas com a liberdade de cada um, e onde a tolerância e a compreensão são fatores essenciais a um relacionamento harmonioso e feliz. Retrata bem o que eu escrevi na minha reflexão “R019 Da monogamia ao poliamor”.

Achei esta história de uma ternura imensa, e um exemplo fantástico do que o verdadeiro amor é capaz. Como diz Ivan Lins, “o amor tem feito coisas que até mesmo Deus duvida”.

1.6.13

R019 Da monogamia ao poliamor

Tenho verificado que uma das coisas que mais atormenta as pessoas que têm relacionamentos de monogamia em série, é o ciúme e a traição. Entendo que não seja caso para menos, porque se a traição dita o fim da relação, deve ser difícil viver com alguém sem saber se o relacionamento acaba amanhã.

Na tentativa de evitarem situações em que sintam ciúmes ou sejam traídos, os monogâmicos em série, adotam um comportamento possessivo e controlador, pensando que assim não deixam espaço aos seus parceiros para que estes os possam trair.

Pensando que esta é a forma mais correta de qualquer relacionamento funcionar, fazem afirmações completamente ridículas e utópicas tais como… “quem ama não sente necessidade de ter sexo com outra pessoa”; “quem ama não trai”; “quem trai não ama”; “só se pode amar uma pessoa de cada vez”, e outras afirmações falsas derivadas destes paradigmas impostos por uma sociedade hipócrita e retrograda. Até pode haver pessoas que amando não queiram ou não consigam trair, apesar de poderem ter esse desejo, mas a realidade é que existe quem amando o consiga fazer.

Embora entenda que paixões ou relacionamentos recentes não consigam entender nem sintam necessidade de se relacionarem com outras pessoas, o facto é que com a maturidade e a monotonia da relação ao longo dos anos, os elementos do casal começam a sentir necessidade de variar, de se sentirem desejados por outras pessoas, de ter sexo com outros parceiros, de viver aventuras gratificantes, e até às vezes de viverem paixões fora do casamento, querendo no entanto manter o casamento e amando o seu cônjuge.

Quando esta necessidade surge, várias opções se colocam aos elementos do casal. Ou traem, ou toleram infidelidades, ou iniciam-se na prática do swing, ou decidem passar a um relacionamento tolerante ou aberto que permita sexo com outros parceiros, ou ainda um relacionamento poliamoroso. Independentemente da opção seguida, os elementos do casal continuam a amar-se, porque se não se amarem mais, simplesmente separam-se, senão fisicamente pelo menos emocionalmente.

Este facto prova que se pode amar uma pessoa e desejar sexualmente outras, que se pode amar e trair, que se pode amar uma pessoa e apaixonarmo-nos por outra, ou até é possível amar uma pessoa e acabar por amar uma segunda, sem que se deixe de amar a primeira. O relacionamento só acaba se os elementos deixarem de se amar, independentemente do tipo de relacionamentos que possam ter com terceiros.

Mas voltemos à análise das opções que se deparam aos casais quando surge a vontade de saltar a cerca. Vou falar apenas dos casos em que os casais se amam, porque quando não se amam, apesar de poderem estar juntos por causa dos filhos ou de outro tipo de interesses, é natural que procurem fora de casa o sexo e o amor que não têm em casa.

A opção mais usada é a traição. É a mais fácil, mas também a mais perigosa e a mais desonesta porque envolve a mentira e quando corre mal, pode determinar o fim da relação de forma conflituosa ou mesmo violenta. Apesar do risco, é a mais praticada porque como os elementos do casal não querem que o outro lhes seja infiel, preferem manter um falso relacionamento de fidelidade, podendo os próprios ser infiéis às escondidas. Apesar de nesta situação haver amor entre o casal, esta opção será a pior por ser uma opção egoísta, em que cada um tenta ter as suas aventuras, mas não quer permitir que o outro as tenha. Muita gente opta por esta solução por não querer que o parceiro saiba e sofra com as suas traições. Outro perigo que existe nesta prática, é que os elementos do casal podem apaixonar-se involuntariamente pelos terceiros.

A opção de tolerar infidelidades, é a segunda mais usada, ou a fase seguinte dos casais que começam por trair e acabam por ser apanhados, mas que não se separam apesar disso. É parecida com a primeira porque envolve traição, e porque algumas das infidelidades nem chegam a ser conhecidas, mas como os elementos do casal se amam, toleram as infidelidades de que têm conhecimento. O que trai, apesar de trair ama o parceiro, e como sente que as traições não prejudicam o relacionamento, vai continuando a trair. O traído, embora não goste das traições, como ama o outro e como também sente que as traições não prejudicam a relação, vai tolerando a situação, mas não assume que as permite, para não saber delas, para o outro não exagerar na quantidade de cambalhotas por fora, e para que seja discreto em relação à sociedade que os rodeia. Tal como na primeira opção, nesta prática também existe o perigo dos elementos do casal se apaixonarem involuntariamente por terceiros. Esta possibilidade é mais frequente nas mulheres que têm mais facilidade de se envolverem emocionalmente com os seus parceiros.

A opção do swing é a adotada pelos casais que tendo uma excelente relação de cumplicidade e abertura para falarem destes desejos e sentindo o seu relacionamento suficientemente seguro, decidem fazer a coisa em conjunto, até por uma questão de igualdade. Como sabem que tal como eles, existem outros casais com o mesmo problema, se conseguirem encontrar um casal com quem sintam que existe empatia entre os quatro, podem viver essa aventura em conjunto. Há várias formas de praticar swing, e cada casal decide entre si as regras pelas quais se vai reger, e tentam encontrar outro casal compatível com essas regras. “Ver e ser vistos” com ou sem caricias sem troca, “troca em quartos separados”, “troca no mesmo espaço”, ou todos ao molho e fé em deus, são algumas formas de praticar swing. Nesta opção, os casais procuram apenas sexo com outros parceiros, e como estão juntos durante estas práticas impossibilitam o envolvimento emocional nas trocas. É também por esta razão que os casais swingers gostam de ir conhecendo novos parceiros sexuais, evitando assim criar laços emocionais. Esta prática pode ser a forma escolhida pelo casal para resolver o problema logo numa fase inicial, ou pode ser uma nova fase para os casais que já experienciaram as duas anteriores e não se deram bem.

A opção menos usada, mas que parece ser a mais natural, é a relação aberta, em que cada elemento do casal é livre de viver a sua sexualidade como bem entender. Esta opção só resulta em casais onde existe um amor forte, maduro e consolidado, onde a cumplicidade e a confiança são extremas, já que não estão juntos durante as práticas. Apesar de nesta opção também existir o risco de envolvimento emocional com terceiros, esta hipótese é pouco provável, já que nesta modalidade o que se procura são apenas aventuras sexuais, e o amor entre o casal e a partilha das experiencias, reforça a cumplicidade e minimiza os riscos. Contrariamente ao swing em que os elementos do casal têm a mesma quantidade de experiencias, nas relações abertas a quantidade de experiencias de cada elemento do casal é diferente. Isto possibilita que cada um dos elementos do casal adapte a frequência das aventuras aos seus desejos e necessidades, aproveitando melhor as possibilidades que se deparam a cada um em separado.

A prática do poliamor ainda é mais rara. É parecida com a anterior, mas com uma liberdade ainda maior na medida em que pode haver envolvimento emocional. Apesar de amarem alguém, os poliamorosos estão abertos a novas paixões e novos amores, porque umas relações não dependem das outras. Cada relação só depende de si, e só acaba quando acaba o amor. Há relações múltiplas de poliamor onde os intervenientes vivem juntos na mesma casa.

Embora haja casais que possam relacionar-se durante uma vida inteira optando por uma destas formas de resolver o problema das aventuras fora do casamento, há casais que passam por algumas, ou todas estas fases ao longo de 20 ou 30 anos de relacionamento.

O casal começa por ter um relacionamento monogâmico e durante uns tempos são fieis um ao outro. Passados uns anos, um deles começa a trair. Um dia é apanhado e se a coisa não acabar logo ali, o que traiu continua a trair e o outro começa a trair também ou não. Passa-se para a fase em que se tolera a infidelidade. Com a continuidade do relacionamento, e o consequente aumento da cumplicidade, acabam por experimentar o swing ou optar por uma relação aberta, preferindo ter as aventuras numa base de sinceridade e partilha em vez de continuar a tê-las às escondidas, e continuar com as mentiras que tanto minam o relacionamento.

As pessoas que optam pela monogamia em série, acham que quem não é monogâmico em série não ama, e eu tenho a certeza que isso não é verdade. Seja com traição ou com permissão, a verdade é que com a monotonia do relacionamento estas vontades existem e não significa que os elementos do casal não se amem. Antes pelo contrário, é preciso um amor muito forte e maduro para que o casal consiga ir encontrando o seu equilíbrio e superar as contrariedades que a vida lhes apresenta. Um relacionamento de dois anos tem características e necessidades completamente diferentes de um relacionamento de 20 anos. Acabar um relacionamento por causa de uma aventura é a prova de que não existe, e provavelmente nunca existiu amor naquela relação.

Muitas pessoas confundem posse com amor. Controlar, perseguir e limitar os movimentos de alguém não tem nada a ver com amor. Amor é liberdade, sinceridade, cumplicidade, compreensão e tolerância. Amor é, amar uma pessoa como ela é, sem tentar modificá-la nem restringir-lhe a liberdade, e fazendo tudo o que está ao nosso alcance para a fazer feliz.

Em jeito de conclusão, penso que cada casal deve viver a sua sexualidade como muito bem entender, e se se amarem, é desejável que consigam superar as adversidades que vão surgindo na relação, da forma mais justa para os dois. Se existir verdadeiro amor, o casal vai fazer tudo para que a relação se mantenha. Uma coisa é certa, os relacionamentos abertos duram mais que todos os outros.

Esta reflexão serve para que cada pessoa medite sobre estes problemas, e para que, independentemente do tipo de relação que cada casal tenha escolhido viver, ou da fase em que se encontre a relação presentemente, sejamos todos mais tolerantes em relação à forma como os outros vivem a sua sexualidade.

xarmus

9.2.13

R018 Abusos e BDSM


Na sequência dos comentários e mails que tenho recebido em relação ao tema BDSM , decidi escrever uma reflexão que possa dar uma ideia geral assim como o meu posicionamento em relação a este tema.

Para começar será necessário dar algumas explicações prévias, e algumas definições que me vão simplificar a comunicação.

BDSM é o acrônimo para Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo.

Bondage é um tipo específico de fetiche, geralmente relacionado com o BDSM, onde a principal fonte de prazer consiste em amarrar e imobilizar seu parceiro ou pessoa envolvida. Pode ou não envolver a prática de sexo com penetração.

Disciplina, no âmbito do BDSM, significa obediência ou castigo na falta dessa obediência. Significa também instruir, educar, treinar e está ligado à disposição da/o submissa/o seguir os ensinamentos e as regras de comportamento que o seu dominador lhe quiser impor.

Dominação e submissão são práticas diretamente ligadas ao acrônimo BDSM. Esse tipo de comportamento pode ser classificado como parafilia (comportamento sexual que pode ser considerado  perversão ou anormalidade) por algumas pessoas. Também conhecido como D/S , é a forma de se denominar uma relação desigual estabelecida entre duas pessoas, onde todo o poder é dado ao dominante e cabe a parte submissa obedecer de livree e espontânea vontade, realizando tarefas e obedecendo ordens que podem ou não ter conotação sexual.

Sadismo sexual é uma tendência oposta e complementar ao masoquismo, e envolve actos (reais, não simulados) nos quais o indivíduo retira excitação sexual do sofrimento psicológico ou físico (incluindo humilhação) do parceiro.

Masoquismo sexual, é uma tendência oposta e complementar ao sadismo. É uma tendência ou prática, pela qual uma pessoa busca prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente, ou ter prazer com a humilhação verbal. Uma relação onde as tendências sádicas e masoquistas se complementam é denominada de sadomasoquista.

O BDSM tem como objectivo o prazer sexual através da troca erótica de poder, que pode ou não envolver dor, submissão e tortura física ou psicológica. Por padrão, a prática é provocada pelo(a) Dominador(a) e sentida pelo(a) Submisso(a).

Muitas das práticas BDSM fora do contexto sexual, são consideradas, desagradáveis ou indesejadas. Por exemplo, a dor, a prisão, a submissão, a humilhação e até mesmo as cócegas são, geralmente, infligidas nas pessoas contra sua vontade, provocando essas sensações desagradáveis. Contudo, no contexto BSDM, estas práticas são executadas com o consentimento mútuo entre os participantes, levando-os a desfrutarem mutuamente desse prazer.

O conceito fundamental sobre o qual o BDSM assenta, é que as práticas devem ser SSC (São, Seguro e Consensual). Atividades de BDSM não envolvem necessariamente a penetração mas, de forma geral, o BDSM é uma atividade erótica e as sessões geralmente envolvem sexo. O limite pessoal de cada um não deve ser ultrapassado, e para interromper a sessão/prática, é utilizada uma safeword (palavra de segurança) que é pré-estabelecida entre as partes.

Os praticantes de BDSM, chamam ao sexo convencional, sexo baunilha.

Quando somos jovens e nos iniciamos na nossa vida sexual, percorremos um caminho. Começamos pelos namoros apenas com beijinhos, depois apalpões e por aí adiante até chegarmos ao sexo oral e sexo com penetração vaginal e anal. Tal como no sexo baunilha, o BDSM também tem vários níveis de intensidade, que pode ir do mais suave, como umas tapas no rabinho ou puxões de cabelos, até ao mais duro que pode atingir níveis extremos de dor, como a utilização de agulhas ou mesmo pregos e cortes no corpo. Há pessoas que mantêm sempre as práticas que mais gostam, e há outras que vão subindo na intensidade ou agressividade das práticas, na procura de superar os seus próprios limites. À medida que esses limites vão sendo superados, a tendência é ir progredindo na busca de novos limites.

Convém lembrar que o prazer provoca a libertação de substâncias analgésicas muito fortes no nosso cérebro, e isso explica a forte tolerância à dor de quem está a sentir prazer. Quando se está a ter prazer, fica-se anestesiado e as práticas que pensamos provocarem dor intensa, na realidade não provocam porque a dor está atenuada pelo prazer.

Há muitos motivos, tanto físicos como psicológicos para se ter prazer com as práticas de BDSM. Esta motivação é diferente de pessoa para pessoa, e ainda pode ser uma junção de várias motivações. Muitas pessoas vêm a dor como um potenciador do prazer. Através da minha experiencia e de conversas que tive com pessoas que têm prazer com as práticas BDSM, posso revelar algumas dessas motivações.

A motivação mais comum e que está presente em quase todas as práticas de BDSM é o facto de se ter prazer em dar prazer de forma geral, ou a uma determinada pessoa de quem se gosta e a quem se quer agradar. Uma pessoa submissa tem prazer em se entregar às vontades de uma outra que tem prazer em abusar e dominar sexualmente de outra pessoa. Embora o BDSM não implique penetração e sexo explícito, tem sempre uma vertente sexual pelo facto de dar prazer. Para mim o BDSM não faz sentido sem sexo.

Há outro tipo de motivação, que é uma pessoa gostar de experimentar situações extremas e superar desafios. Pôr-se à prova, sentir que consegue aguentar a tortura e sentir que consegue superar os limites. Para muitas pessoas submissas ou mesmo escravas, é uma motivação muito forte a satisfação de ter conseguido executar uma tarefa que à partida lhe parecia muito difícil ou dolorosa de concretizar. Para certas pessoas, o superar desses obstáculos faz elevar a auto-estima.

Tal como muitos pedófilos que foram abusados sexualmente na sua infância, e acabaram por desenvolver o gosto por essas práticas, algumas pessoas podem desenvolver um certo prazer em serem castigadas ou em castigar, pelo facto de terem sido castigadas na infância em determinadas alturas do seu desenvolvimento sexual. Uma criança que é açoitada repetidamente tem tendência para sua própria defesa a criar mecanismos que minimizem a dor, ou até mesmo a erotizar a dor. Se quem castiga a criança, também sentir prazer em castigar e fizer disso um ritual sádico, é natural que essa criança mais tarde sinta prazer com algumas destas práticas sado-masoquistas.

Há pessoas que sentem que merecem castigo ou ser torturadas, porque se portaram mal de alguma forma. Sentem remorsos por terem feito mal a alguém ou a animais, praticaram actos condenáveis, e encontram na dor, no castigo e na punição um certo alívio no peso da consciência. Há quem ache que mereça ser castigado, por ser gordo, ou por fumar, ou por se ter “portado mal” de alguma forma.

Há também explicações fisiológicas para se sentir prazer na dor. Li um artigo numa revista científica que explicava que a zona do prazer e da dor no nosso cérebro estão muito próximas. Se houver alguma deformação congénita ou se por alguma razão se desenvolverem ligações nervosas entre estas duas zonas do cérebro, é possível sentir prazer na dor, e vice-versa. Já me aconteceu mais que uma vez, sentir uma dor de cabeça (tipo enxaqueca) que vai crescendo muito rapidamente quando estou prestes a atingir um orgasmo, que se torna quase insuportável no momento da ejaculação, e que diminui rapidamente após a ejaculação, e desaparece completamente passados alguns minutos. Depois de pesquisar no Google (dor de cabeça no orgasmo) descobri que é uma característica que afecta cerca de 0,4% da população, que se chama “cefaléia orgásmica benigna” e que ainda não se sabe bem o que a provoca, mas que não é perigosa nem denuncia qualquer tipo de problema grave. Este exemplo prova bem as ligações neurofisiológicas que existem entre o prazer a dor.

Há quem goste de ser torturado e açoitado, também para sentir o alivio do depois. Durante as práticas, debatem-se, gritam e choram, o que provoca a libertação do stress, sentem um cansaço prazeroso, e no pós práticas lhes dá uma estranha sensação de paz, parecida com a paz que sentimos depois de fazer exercício físico ou depois de uma noite a dançar.

Haverão mais motivações para se ter prazer com as práticas de BDSM, mas o importante a termos em conta, é que sejam elas quais forem, são motivações do foro intimo de cada um, e desde que sejam praticadas de livre vontade, não devem ser práticas discriminadas por quem não partilha dos mesmos gostos.

Eu não discrimino nem acho que seja um comportamento parafílico ter prazer com as práticas de BDSM, como também não discrimino quem não tem prazer com essas práticas. Cada um de nós tem o direito de viver a sua sexualidade como lhe dá mais prazer, e ninguém tem o direito de discriminar, já que é uma opção livre de cada um de nós.

Para mim, violência no sexo não está ligada às práticas, mas sim à falta de consentimento ou vontade de quem sofre essas praticas. Qualquer tipo de sexo que seja praticado contra vontade de algum dos intervenientes, é sempre violento. Da mesma forma, qualquer prática que seja desenvolvida com o consentimento, vontade e desejo dos intervenientes nunca é violento, pelo menos no sentido depreciativo do termo, já que é uma violência consentida e desejada. São “mimos” infligidos com todo o prazer e carinho, a quem gosta deste tipo de “mimos”.

Eu gosto de todo o tipo de sexo, desde que dê prazer a todos os envolvidos. Gosto de sexo baunilha, com meiguice e carinho, gosto de sexo mais selvagem, gosto de dominação e submissão e de algumas práticas de BDSM. Gosto essencialmente de sentir que a parceira confia em mim, e se entrega totalmente às minhas vontades. Como o que me dá prazer é sentir o prazer da parceira, moldo-me bem aos desejos e vontades de quem está comigo, praticando o tipo de sexo que lhe dê mais prazer e respeitando sempre os seus limites.

Sendo eu um homem meigo e carinhoso por natureza, é curioso como consigo e gosto de ser abusador e castigador se encontrar parceira que goste de ser dominada e abusada sexualmente. Como tenho parceiras para todo o tipo de sexo, não preciso impor nenhum tipo de sexo que não seja desejado por uma determinada parceira.

Sexo é dar e receber, é partilhar o prazer, e será tanto melhor, quanto mais se complementarem as partes envolvidas. É como uma dança, em que os envolvidos se devem coordenar para voar no mesmo sentido.

xarmus

24.12.12

R017 O meu segredo


Tenho recebido muitos mails de leitores (homens) do meu blog a perguntarem em que sites é que eu engato. Percebo que os leitores ficam com a ideia de que os sites onde engato são melhores do que os sites onde eles engatam. Ficam com essa ideia porque vêm a facilidade com que eu marco um encontro com as mulheres com quem teclo. Quem anda nestas andanças, inscreve-se em todos os sites disponíveis, e são sempre as mesmas pessoas a frequentarem os mesmos sites.

Há sites onde cada associado tem um perfil e há sites onde para além do perfil, é possível publicar um anúncio. Há sites onde também é possível entrar num chat publico ou privado. Eu nunca uso os chats e o que faço nesses sites é enviar uma mensagem para a associada, ou responder a um anuncio, onde envio o meu contacto de Msn ou Skype e espero ser adicionado. Essa primeira mensagem tem que ser suficientemente interessante e original para que quem a recebe tenha vontade de me adicionar ao seus contactos.

As primeiras conversas que tenho com as mulheres com quem teclo são já no Msn ou Skype, e são exactamente essas conversas que eu publico no meu blog. Deste modo, é possível todos os leitores verem como consigo travar conhecimento com alguém, já que em muitos casos publico a primeira conversa que tenho com quem me adiciona ao msn. Antes dessas conversas, o unico contacto que houve foi o envio de uma mensagem, ou a resposta a um anúncio e nada mais.

Presentemente, pouco utilizo os sites porque muitas mulheres me adicionam aos seus contactos a partir do meu blog. Prefiro os contactos que me chegam do blog, porque as pessoas já vêm predispostas a conhecerem-me.

Muitas vezes as mulheres que me chegam ao msn através dos sites e que não me conhecem de todo, necessitam de muito mais tempo de teclanso para nos conhecermos mutuamente, e muitas vezes ao fim de horas de conversa percebe-se que não temos interesses em comum. As mulheres que me chegam através do blog, já vêm com o trabalho de casa feito e por já conhecerem a minha forma de pensar e de me expressar, facilita a comunicação.

O sucesso do engate ou a facilidade de marcar um encontro não está nos sites mas sim na forma como abordamos ou tentamos engatar uma mulher. Há homens com mais jeitinho para engatar que outros e apesar do aspecto físico também contar muito nestas coisas, para a maior parte das mulheres, a conversa é sempre mais importante. Um homem que não saiba dizer nada, ou que não seja emocionalmente inteligente dificilmente consegue bons resultados.

Segundo as minhas amigas e mulheres com quem teclo no msn, os homens costumam ter uma conversa imatura, prepotente, e tanguista. Acham-se os maiores, mais inteligentes que as mulheres e perdem-nas porque não respeitam a sua inteligência, as suas opiniões ou as suas vontades. Se queremos engatar uma mulher, não podemos começar por enganá-la insultando a sua inteligência, com as tangas do costume. É uma falta de respeito querer cona e dizer que se quer outra coisa qualquer. Mentir na idade, estado civil, profissão, usar fotos falsas ou muito antigas nunca dá bom resultado, até porque se a ideia é marcar um encontro, nessa altura seremos confrontados com a mentira.

As mulheres têm uma sensibilidade muito apurada, e topam quase sempre quando um homem não está a ser sincero. A falta de sinceridade traz a falta de confiança, e sem confiança é muito difícil uma mulher marcar encontro com um homem que tem mais força física do que ela e que lhe pode fazer mal. Mesmo que arrisque a ir conhecer um homem, nenhuma mulher se entrega intimamente a alguém em quem não confia.

Muitos homens começam a conversa com uma panóplia de mentiras, e de demonstrações de força e virilidade, cheios de razões e certezas, não percebendo que estão a condenar à partida o sucesso de uma relação que poderia ser verdadeiramente prazerosa. Muitas vezes, é logo nas primeiras palavras que se trocam que se consegue fazer passar uma boa imagem, ou se destrói completamente qualquer hipótese de marcar um encontro sexual.

Assim, a postura ideal para se engatar uma mulher, é ser sincero, simpático, bem-educado, atrevido e respeitador.

Sinceridade: Como disse em cima, a sinceridade está intimamente ligada à confiança, e sem confiança não há possibilidade de haver intimidade nem entrega. Mesmo que se consiga levar para a cama uma mulher sem haver muita confiança entre os intervenientes, a queca não é nada de especial, pelo facto de não haver confiança. O prazer está principalmente na cabeça, e sem confiança, por muito que se seja bom fisicamente, nunca se pode ter o prazer que se teria se houvesse intimidade e entrega.

Simpatia: A simpatia é essencial à empatia. Se não formos simpáticos dificilmente iremos conseguir criar desejo na mulher, ou que se gere a química necessária a um relacionamento intimo e prazeroso. Para se conseguir bom sexo, é necessário que cada um dos intervenientes deseje dar prazer ao outro, e se não formos simpáticos para o outro, nunca vamos conseguir isso. Acontece-me muitas vezes, começar uma conversa com uma mulher que se mostra agressiva, ou com a mania que é boa, ou cheia de certezas, ou com qualquer outra paranoia que me tira completamente o desejo de lhe dar prazer.  Muito dificilmente consigo apagar essa imagem negativa criada logo nas primeiras linhas de conversa.

Boa educação: A boa educação, fica sempre bem a qualquer pessoa. Cumprimentar à entrada, avisar se estamos ao telefone ou se nos vamos ausentar do computador, despedirmo-nos à saída como de resto se faz em qualquer outra situação. Às vezes geram-se mal entendidos por não se respeitarem as mais elementares regras da boa educação. Muitas vezes o desprezo e a falta de respeito criam no outro lado ainda mais vontade de travar conhecimento, mas como não gosto minimamente de gente que se estimula pela negativa, são pessoas que não me interessam conhecer. Do outro lado acontece a mesma coisa. Há homens que logo nas primeiras linhas dizem coisas ou têm atitudes que inviabilizam à partida qualquer hipótese de conhecerem pessoalmente a mulher com quem conversam.

Atrevimento: Se a ideia é paparmos uma mulher, convém que lhe mostremos que estamos interessados nela e o quanto a desejamos. Devemos ser atrevidos na linguagem e nas atitudes, (sem sermos porcos). A linguagem apimentada é um bom excitante, e devemos chamar as coisas pelos nomes. Claro que convém pedir licença antes de usarmos linguagem mais hardcore, (é uma questão de boa educação) mas não devemos evitar o uso de linguagem mais atrevida. Uma conversa "politicamente correcta" e sem sair da normalidade pode ser até muito interessante, mas se não formos atrevidos, corremos o risco de não conseguir despertar o desejo do outro lado.

Respeito: O respeito pela outra pessoa é essencial para que se consiga desenvolver uma relação de intimidade e desejo. Quando digo respeito, não estou a falar da linguagem, que deve ser atrevida, mas do respeito pela outra pessoa enquanto ser humano, com direito e ter ideias, desejos e interesses diferentes dos nossos. Respeitar os outros, pressupõe não lhes mentirmos, não humilharmos nem gozarmos. Sabermos respeitar as diferenças de opinião, gera uma conversa saudável, onde cada um pode mostrar o seu ponto de vista, de forma sincera e desinibida. Se não formos abertos às diferenças e não respeitarmos as opiniões dos outros, não só não aprendemos nada de novo, como acabamos por inibir o outro de expressar livremente as suas opiniões.

Ao longo da minha vida e experiência sexual, apesar de ser um homem fisicamente atraente e que sabe dar prazer a uma mulher do ponto de vista meramente físico, percebi que o sucesso das minhas aventuras sexuais, deve-se à minha inteligência emocional, e começa ainda antes de conhecer pessoalmente as mulheres que se encontram comigo. Nesta fase ainda não nos conhecemos pessoalmente e o meu bom desempenho a nível sexual ainda não é conhecido e não conta para a decisão.

A prova de que as primeiras conversas são muito importantes e que consigo criar laços de confiança apenas teclando, é o facto de algumas mulheres aceitarem as minhas propostas por mais arriscadas que sejam, como encontrarem-se pela primeira vez comigo às escuras, ou entrarem vendadas, deixarem-se amarrar ou autorizarem abusos mesmo antes de me conhecerem pessoalmente.

Muitos leitores perguntam-me qual é o meu segredo para ser tão bem sucedido, mas eu não faço segredo de nada. A publicação das minhas conversas, das histórias, das reflexões e de todo o conteúdo do blog em si, é um partilhar permanente de toda essa informação com os meus leitores.

3.12.12

R016 Infidelidade e traição


A traição é um problema recorrente nos relacionamentos. Mas a traição existe porque os elementos do casal fazem uma promessa que é muito difícil de cumprir, senão mesmo impossível. Como a promessa não tem prazo de validade, mais tarde ou mais cedo acaba por se quebrar a promessa.

No início do relacionamento as pessoas são fiéis de livre vontade, mas à medida que o relacionamento avança no tempo e se instala a monotonia na relação, os elementos do casal começam a ter necessidade de se sentirem desejados, da emoção do flirt, da novidade, da variedade, de colorir a vida tanto ao nível sexual como emocional.

Embora as pessoas tenham noção disto tudo, prometem fidelidade aos seus parceiros, não porque pensem ser fiéis (porque nesse caso não precisavam de prometer), mas por quererem exigir fidelidade aos seus parceiros. Esta promessa não é sincera na sua essência e tem como objetivo, condicionar a liberdade do parceiro.

No fundo, a traição existe porque é resultado do não cumprimento de uma promessa que à partida é feita mais para exigir fidelidade ao parceiro, do que para ser cumprida por quem promete.

A fidelidade sexual tem que ser vivida de livre vontade e nunca por imposição. Não adianta obrigarmos alguém a prometer fidelidade. Não é dessa forma que se prende uma pessoa a um relacionamento. Está provado que não resulta. Quanto mais intolerante uma pessoa se mostre ao seu parceiro em relação à infidelidade, mais probabilidade tem de ser traído sem nunca chegar a saber.

Quem é fiel, não o faz por obrigação, fá-lo por vontade própria, e nesse caso não adianta ter prometido ou não. Quem julga que acorrenta alguém através de uma promessa de fidelidade, engana-se. Ninguém consegue obrigar um parceiro a ser fiel. Pode-se dificultar a vida ao parceiro, mas se a fidelidade não for exercida de livre vontade, é impossível controlá-la.

Eu nunca prometi nem exigi fidelidade a ninguém, porque já sei que é uma promessa muito difícil de cumprir. Se não houver promessa, não há traição. Embora eu nunca tivesse exigido fidelidade a ninguém, tive mulheres que me foram fieis durante muitos anos, de livre vontade, e nunca porque tenham assinado um contrato comigo, ou sequer prometido nada.

Outra coisa que muita gente não sabe e que está provado através de estudos comportamentais, é que as infidelidades perpetuam os casamentos. Ou seja, contrariamente ao que muita gente pensa, a infidelidade em vez de estragar uma relação, pode salvá-la.

Está provado que muitos casamentos se aguentam e os cônjuges se mantêm juntos, porque ambos ou um deles é infiel, seja com conhecimento do parceiro ou não. Uma coisa é ser infiel, outra é ser apanhado a trair.

O que eu aconselho a casais que sentem a monotonia prejudicar a relação e caso não queiram ter um relacionamento assente na mentira e na hipocrisia, é que conversem abertamente acerca do tema, e que juntos encontrem uma solução para superar essa dificuldade. As soluções são várias, mas terão sempre que ser aceites, consentidas ou desejadas pelas duas partes.

A abertura e sinceridade entre os dois elementos do casal acerca das suas vontades e desejos, torna a relação mais cúmplice, mais apimentada, mais forte e mais segura.

xarmus

28.10.12

R015 Sem peso na consciência

Recebi um dia destes o seguinte comentário à minha reflexão “R003 Diferença de idades”:

“Sou um homem maduro.....liberal e para os menos afortunados existe sim o pensamento da diferença de idade.....mas para as pessoas que procuram a essência de viver os impulsos naturais do desejo...atração e prazer.....isto passa ao longe, pois qdo existe a afinidade....as diferenças somem..........”

Achei que este comentário merecia uma resposta mais aprofundada da minha parte, por ser um tema tabú, e em vez de escrever apenas umas linhas, decidi expor o meu ponto de vista.

Para fazer um enquadramento desta minha reflexão, devo dizer que sou um homem liberal, que me livrei das formatações “morais” e que não alinho nas normatividades que esta sociedade opressora teima em nos incutir. Faço nudismo, ando nu em casa, mijo contra uma árvore e cago de porta aberta. Não me sinto nada condicionado pelos preconceitos morais, e vivo a minha sexualidade de forma livre e assumida.

Eu sei que para muita gente o sexo é uma prática pouco frequente, que só se pratica com alguém muito especial e em condições muito especiais, mas para mim o sexo é uma prática natural, muito frequente, em que basta haver vontade entre duas pessoas para se consumar. Como costumo dizer, tenho o complicador desligado. Tenho sexo com uma amiga, com a mesma facilidade com que vou jantar com ela, tenho uma boa conversa ou vou ao cinema. Vivo o sexo de uma forma natural, lúdica e divertida, e mais do que apenas o prazer do sexo, procuro o conhecimento do outro, enquanto ser humano.

Dito isto, devo dizer que quando me embrulho com uma mulher muito mais nova e com pouca experiência sexual, eu que sou dominador e costumo dirigir as manobras, assumo uma atitude neutral e decidimos em conjunto o programa de festas. Conversamos acerca das vontades, limites e curiosidades ou fantasias da parceira, para que seja uma experiência gratificante. É uma prática divertida e bem disposta, onde lhes posso ensinar a ter e dar prazer de forma desejada e desinibida. Digamos que é uma experiência sexual pedagógica.

Mais do que a idade, o que me faz ter uma atitude colaborante e alinhar nos desejos de cada mulher, é a experiência ou a idade sexual que as parceiras possam ou não ter. Porque se por um lado há mulheres com 18 anos com muita experiência, que gozam e se divertem de forma muito mais desinibida e depravada do que muitas mulheres com 40 anos, há outras com 45 anos que são tímidas, cheias de tabus em relação a certas práticas, e formatadas ou mesmo traumatizadas por uma educação sexual opressiva e desinformada.

Tenho encontrado mulheres de todas as idades muito mal tratadas nesse aspeto. Com experiencias sexuais muito pouco gratificantes, ou mesmo traumatizantes, que geram inseguranças e resultam numa baixa auto-estima. Muitos homens ainda são egoístas, prepotentes e castradores, e nem sequer têm a sensibilidade suficiente para perceber que quando fazem determinadas afirmações e/ou tomam certas atitudes deixam as mulheres completamente destroçadas.

Relacionarmo-nos sexualmente com pessoas muito mais novas que nós, pode ser bom ou mau para elas, dependendo da atitude com que o façamos. Se formos com uma atitude egoísta, e não levarmos em conta a sua inexperiência e não respeitarmos as suas vontades e limites, pode ser mau. Se formos com uma atitude altruísta e dispostos a proporcionar uma boa experiência à jovem, pode ser muito bom, e até limpar alguma má imagem que possam ter do sexo em experiências ou relacionamentos anteriores. Deixo-as sempre consoladinhas, felizes e com a auto-estima em alta..

É tudo relativo. Se jogarmos às cartas com uma criança, e lhe ganharmos consecutivamente, tirando partido da sua inferioridade, é certamente humilhante e traumatizante para a criança. Se em vez disso, formos jogando de forma divertida, ensinando uns truques e dando dicas, e deixarmos a criança ganhar a maior parte das vezes, e as que nós ganharmos sejam por margens pequenas e vitórias bem suadas, estamos a contribuir para a sua aprendizagem, proporcionando-lhe uma experiência gratificante e enriquecedora a todos os níveis.

Devido à forma como interajo com mulheres que têm grande diferença de idade ou experiencia da minha, tenho a certeza que os meus encontros sexuais são benéficos e gratificantes para elas, e por isso não me pesam na consciência.

Um bom exemplo do que acabo de dizer é a história “H010 Pura química”. A Reflexão “R007 Qualidade na variedade” também ajuda a perceber a razão pela qual eu não preciso de impor a minha vontade ou forçar qualquer tipo de prática com mulheres mais novas ou com pouca experiência, ou até com gostos e vontades diferentes das minhas.

xarmus

25.6.12

R014 Engatar na net

22: 32 xarmus diz: (flor)
Olá
22: 32 Rute diz: oi
22: 33 xarmus diz: ainda não tínhamos falado?
22: 33 Rute diz: nop
Achei a tua mensagem muito engraçada fartei de rir lol
22: 33 xarmus diz: obrigado, faz-se o que se pode.
22: 34 Rute diz: tens jeito para escrever e pareces ser um homem inteligente e com sentido de humor
o que procuras la no site
22: 34 xarmus diz: Eu não procuro nada de especial, mas estou aberto a tudo
Amizades, conversas, e sexo claro. Gosto de conhecer pessoas e de saber o que pensam, o que fazem, e se encontrar alguém que me interesse e que tenha algum interesse em comum… vamos nessa vanessa
22: 35 Rute diz: eu não preciso de vir pra net para ter sexo
Espanta-me que um homem como tu precise de vir á net para dar umas quecas
Essa foto e tua?
22: 35 xarmus diz: Bem… eu precisar, não preciso… mas o melhor sitio para arranjar sexo, é mesmo na net.
também posso arranjar pão num lado qualquer, mas o melhor sitio, é mesmo na padaria
22: 35 Rute diz: achas?
22: 35 xarmus diz: sim a foto é minha… e sim.. acho
22: 36 Rute diz: tens um bom corpo para a idade
22: 36 xarmus diz: aliás… não acho… tenho a certeza mesmo
Onde é que tu arranjas gajo para dar umas quecas?
22: 36 Rute diz: sei la os amigos dos amigos
discotecas
posso ver se o gajo me agrada
nestes sites a malta mete sempre fotos que não são deles ou fotos bue antigas
acho que pela net vamos mesmo as cegas
22: 37 xarmus diz: não podias estar mais errada… às cegas vais tu numa discoteca.
A teclar e de forma anónima, podes saber muita coisa do gajo…. saber como é ele no sexo, se ele gosta de lamber, se tem ejaculação precoce, inclusivamente se é preconceituoso ou liberal, se tem bom ou mau feitio… se é meiguinho ou violento, do que gosta, do que não gosta… e fazes isso completamente defendida porque estás longe dele. Vais teclando na segurança e conforto da tua casa… até teres vontade de o conhecer pesoalmente.
Numa discoteca, vais para o carro dele, ele põe-te a mamar, vem-se e tu nem tens direito a mais nada.
22: 39 Rute diz: tu nao tens papas na língua
Ja me aconteceu isso lol

Esta conversa continuou, mas para introduzir o tema, foi suficiente este bocadinho. Como curiosidade, esta rapariga que não precisa de ir para a net para arranjar sexo, lá se fartou de curtir comigo 3 dias após esta conversa. Se não fosse na net, nunca me tinha conhecido, porque não temos amigos em comum, nem eu vou engatar para discotecas.

No decorrer de conversas que vou tendo com mulheres que vou conhecendo na net, acontece com muita frequência dizerem-me com muito orgulho que para terem sexo não precisam de vir para a net, como se fosse uma vergonha procurar sexo na net. É mais uma daquelas coisas que muita gente diz, mas que muito pouca gente pensou. Ainda está muito enraizado nas cabeças de muita gente que quem vem procurar sexo na net são os coitadinhos que não conseguem arranjar de outra forma. Eu arranjo sexo na net por opção, e não por não conseguir arranjar fora da net. Nunca tive dificuldade em engatar onde quer que seja, mas prefiro escolher com quem me embrulho. E quando digo escolher não é apenas pelo aspecto físico, que é como engatamos numa discoteca, mas sim conhecer a pessoa conversando, que graças ao anonimato consegue ser mais verdadeira, e dizer sem receios ou vergonhas, o que realmente pensa e sente em relação ao sexo. As primeiras conversas que tenho com mulheres que conheço na net e que publico aqui no blog, são um bom exemplo disso.

Se pensarmos um bocadinho, é fácil perceber que a net é o melhor sitio para se encontrar parceiro. Um site de relacionamentos, onde as pessoas se inscrevem para conhecer outras pessoas com os mesmos interesses, é de facto o local próprio para se conhecer quem está disponível e receptivo a travar conhecimento. Há sites mais vocacionados para amizades e outros mais vocacionados para o sexo, mas em todos eles as pessoas estão disponíveis para conhecer outras pessoas com os mesmos interesses. É como pescar num aquário.

Qual é afinal a melhor forma para uma mulher arranjar alguém para se enfiar na cama? Ir para a cama com os amigos dos amigos? Com o João da padaria? Com colegas de trabalho ou da escola? Com o marido da vizinha de baixo? Ir para a discoteca ver se é engatada por alguém que lhe agrade? Em que é que estas formas de arranjar parceiro sexual são melhores, mais legitimas, mais dignificantes ou até mais seguras do que conhecer alguém anonimamente na net? Não são. Se pensarmos um bocadinho facilmente percebemos que estas formas de arranjar parceiro sexual têm muitos inconvenientes.

A net é de facto o melhor sítio para se arranjar parceiro sexual, principalmente para as mulheres, e para quem a discrição é essencial. Pela net as mulheres podem conhecer homens anonimamente, na segurança da sua casa, conversar do que quiserem, perguntar o que quiserem, testar o homem de diversas formas. Podem ir teclando até terem a confiança suficiente para um encontro. Enquanto não sentirem essa confiança, podem ir protelando o encontro, e são livres de nunca chegarem a ter esse encontro se o homem não lhes agradar, ou não lhes inspirar confiança. Como as conversas são entre anónimos, é muito mais fácil as pessoas desinibirem-se e conversarem de temas que com pessoas conhecidas ou pessoalmente não conseguiriam falar. A net é de facto a forma mais segura e inteligente de conhecer pessoas com os mesmos interesses, e encontrar parceiros para diversas finalidades.

Podem ver fotos, ver o aspecto através da Web cam e se de facto o homem agradar e preencher os requisitos, marcar um encontro num local público para se conhecerem pessoalmente. Se decidirem avançar, o sexo é muito mais desinibido, sem compromissos nem obrigações, em que tudo fica no segredo dos deuses, e em que os dois são livres de não voltarem a ver o outro se assim entenderem, sem constrangimentos.

Nos sites de relacionamos tenho encontrado mulheres com interesse em trocar prazer, mas também tenho feito muitas amizades. Na generalidade dos casos, as pessoas são mais sinceras, e conversam acerca de qualquer tema sem tabus, falam das suas preocupações e dão opiniões verdadeiramente sinceras, sem hipocrisias e sem a mascara do dia a dia, que têm que usar no trabalho, na família, e às vezes até com os "amigos".

xarmus

28.4.12

R013 Tamanho importa?


Sempre pensei pela minha cabeça, e como detesto carneirismos, nunca repito opiniões dos outros, sem ponderar e ter a certeza que fazem sentido para mim. Acho que devemos ter sentido critico para não aceitarmos os paradigmas que se criam, só porque “todos” pensam assim.

Quando ouço ou leio determinadas frases feitas que muita gente diz e que outros repetem, sem nem uns nem outros terem pensado bem no que estão a dizer, deixa-me sempre indignado.

Quando vejo em fóruns de discussão a pergunta “ size mathers ? ”, reparo que há sempre quem dê respostas do género… "De que vale ser grande se não souber o que fazer com ele?"… ou “prefiro um pequeno e trabalhador do que um grande e que não saiba fazer nada”. Este tipo de respostas feitas, que alguém ouviu outro dizer e que acha que é bonito repetir, deixa-me sempre chocado, e a pensar como é possível existirem pessoas que conseguem dizer coisas ou opinar sobre assuntos dos quais nunca reflectiram.

Quando se pergunta se o tamanho importa, está-se a pedir a comparação de tamanhos apenas, e não de performances. É lógico que o tamanho do piço pode ser pouco relevante para o prazer que se possa ter com determinado homem, mas não se pode partir do princípio de que quem "o" tem grande não sabe o que fazer com "ele". Assim como, se me perguntarem se prefiro mulheres altas ou baixas, eu não vou responder: "de que serve uma mulher ser alta se for coxa?"… ou responder… “prefiro uma mulher baixa e bonita do que uma mulher alta e feia”. Deste modo não estamos a comparar apenas a altura da mulher, estamos a introduzir na comparação outros factores que as tornam incomparáveis.

A  prova de que para as pessoas que dizem “de que vale ser grande se não for trabalhador” o tamanho importa, é que necessitam introduzir na comparação factores de valorização (que nem são pedidos) para compensar o facto de serem piços pequenos, e desvalorizar os grandes, para lhes retirar a vantagem de serem grandes. Ou seja, se de facto o tamanho não importasse, não seria necessário tentar compensar uns e denegrir outros.

É logico que gostos não se discutem, e qualquer pessoa tem o direito de gostar mais de pequenos ou de grandes, mas neste caso a opinião deve apenas refletir um gosto pessoal, e não deve ser passível de argumentação tendenciosa.

Outro disparate que já li várias vezes, é argumentarem… “se o piço for muito grande, magoa”. Se magoa, é porque o dono do "malho" não sabe o que está a fazer, tenha ele um piço grande ou pequeno, porque o sexo é para ser prazeroso e não para doer. Aqui o problema não está no tamanho do piço, mas sim na inabilidade de quem o maneja. É o mesmo que eu dizer que não gostava de ter um BMW porque anda muito depressa. Como é lógico, não é o carro que anda depressa, mas sim quem o conduz.

Da mesma forma que se pode ter prazer com um piço pequeno, um piço grande também não é nenhum entrave ao prazer. Se compararmos homens com a mesma performance, claro que o tamanho importa. Se compararmos homens com performances diferentes, não podemos compará-los apenas pelo tamanho do piço.

Mais importante que o tamanho, o que é relevante no prazer é saber fazer, tanto na penetração vaginal, anal ou sexo oral, independentemente de se ter um piço pequeno ou grande.

Saber dar prazer a uma mulher, requer que estejam reunidas determinadas condições, como o respeito pelas mulheres, ter prazer em dar prazer, gostar de aprender, muita humildade e entender que o sexo só pode ser de qualidade se for igualmente bom para os dois.

O homem é um todo completo, que aprende a funcionar com o corpo que tem, quer tenha um piço pequeno ou grande. A performance sexual do homem depende do seu carácter e da sua personalidade, e de características como a generosidade, o altruísmo e a inteligência emocional.

xarmus

12.4.12

R012 Intimidade Sexual

Numa das minhas visitas ao blog da minha amiga Libélula Purpurina, li um texto escrito por ela acerca da intimidade sexual, que eu achei uma delícia. Com uma escrita limpa e de fácil compreensão, este texto aborda um tema importante numa relação a dois, e sobre o qual pouca gente reflecte.

Intimidade sexual

“A intimidade sexual é uma espécie de escada de muitos degraus que só se pode subir a dois, de preferência de mãos dadas. Isto porque é impossível subir mais que dois ou três degraus sem que o outro suba também, o que faz com que a distância máxima possível entre ambos nunca vá longe do comprimento possível dos braços. Suponho que não haja regra para a escalada. Não tem que ser devagar se ambos tiverem fôlego para o fazer em corrida, e também pode suceder que uma vida inteira seja insuficiente para vencer sequer o primeiro patamar. O que me parece imprescindível é a confiança. A intimidade é mesmo isto: o exercício da confiança. O que não significa que a confiança tenha obrigatoriamente que ser fundamentada, isto é, que se tenha que “conhecer muito bem” a pessoa e há muito tempo, etc., nem significa que deva ser absoluta, como em tudo o mais, há casos em que se tem confiança numa pessoa para umas coisas e não se tem para outras… No sexo, confiança é, de parte a parte: liberdade física e psíquica para se dar e receber o que se quiser, ou então, liberdade física e psíquica para fruir do corpo do outro como se fosse nosso, ou ainda, liberdade para se fazer tudo quanto der na telha no intuito de se dar ou de se receber prazer. E aqui chegamos ao ponto G da coisa: os limites. Sem que haja sintonia na definição do que sejam os limites possíveis para o “tudo” não pode haver confiança nem intimidade. E o ideal é que esta sintonia seja natural, porque se for regulada por opção… lá se vai a plenitude da liberdade… Há pessoas, por exemplo, que se excitam com a dor, para estas os limites possíveis são uns… para as que perdem o tesão com a dor, como é evidente, são outros… E também há aspectos psíquicos sensíveis… o caso das massagens à próstata, por exemplo, para muitos homens é um autêntico “nó mental”, qualquer coisa de muito esquisito entre o prazer físico e a repulsa psíquica. E pronto. Era mais ou menos aqui que eu queria chegar… Sempre que existe sintonia dos limites naturais possíveis, isto é, quando, de parte a parte, os limites do outro permitirem o “tudo” sem ultrapassar os nossos próprios limites… a intimidade é apenas uma questão de prática… de onde a tal escadaria de muitos degraus ao longo da qual se vão aferindo os limites possíveis. Quer demore dias, quer demore anos, enquanto nenhum se deparar com uma parede… ou algum se recusar a dar sequer mais um passo … é sempre a subir…”

http://libelulapurpurina.blogspot.pt/2012/03/intimidade-sexual.html

Aproveito esta reflexão da Libélula para, usando a mesma figura de estilo, transpor para a minha experiência pessoal.

A minha vasta experiência sexual, leva-me a gostar de sexo com muita entrega, confiança e intimidade, e consigo mesmo num primeiro encontro subir degraus a correr e levar a minha parceira de mão dada comigo bem para cima, e ter um relacionamento sexual a um nível que muitos casais não conseguem ao fim de anos de relacionamento. A minha liberalidade, sinceridade e entrega, permitem-me levar as parceiras a patamares onde muitas vezes elas nunca tinham estado com ninguém.

Mas se por acaso a minha parceira por alguma razão não consegue subir mais, também consigo fazer com que nos divirtamos no patamar onde ela se sentir confortável. Digamos que não arrasto a parceira à força comigo, e também não subo sozinho deixando-a lá em baixo.

Consigo dar e ter prazer em qualquer patamar, mas faço questão que fiquemos sempre juntos. Só assim é possível tirarmos prazer da relação e ser agradável para os dois.

O problema de muitos homens, e não estou a falar dos que não sabem sequer subir dois degraus, é subirem por ali acima sozinhos, e deixarem as parceiras onde elas não conseguem subir mais. Eles divertem-se imenso, porque fazem o que querem e elas são simplesmente usadas sem tirarem qualquer tipo de prazer do momento. Nestes casos a intimidade não existe.

A intimidade no sexo é de uma importância fundamental. Sem intimidade, o sexo não tem cor, não tem sabor. Quando há amor numa relação, a intimidade à partida está salvaguardada, mas numa situação em que o relacionamento é puramente sexual, a confiança, a entrega e a intimidade são essenciais.

xarmus