Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

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14.5.10

D001 Uma Boa Noticia

Estava a circular numa rua da inbicta, quando vi um posto móvel de despistagem do HIV. Estes postos móveis fazem o teste gratuitamente e dão o resultado na hora. Pensei… ando há tanto tempo para fazer um teste destes… nem é tarde nem é cedo, é já. Estacionei e dirigi-me ao posto. Fui recepcionado por uma senhora a quem perguntei se era rápido. - Pode ser já, respondeu-me ela. Fazem um pequeno inquérito anónimo, no qual perguntam acerca dos nossos hábitos sexuais, e nos explicam como funciona o teste, assim como nos explicam os cuidados a ter, e nos preparam psicologicamente para recebermos uma má notícia. No meio da conversa, vem uma senhora que nos faz a colheita do sangue através duma picadazinha na ponta do dedo. A conversa foi divertida na parte em que ela me perguntou quantas parceiras tinha tido no último mês, nos últimos 3 meses, ou no último ano. Também teve piada quando ela me quis oferecer preservativos grátis, daqueles que só me servem nos dedos. Quem me conhece, pode imaginar com facilidade o surrealismo daquele momento. A senhora aguentou-se muito bem à bronca, e tentou manter o decoro todo o tempo, o que não me demoveu de chamar as coisas pelos nomes e por muito que lhe custasse, responder com toda a sinceridade e frontalidade a todas as questões que me foram colocadas. Quando ela me falou de preservativos vaginais para o sexo oral, tive que me largar a rir, e dizer-lhe com todo o respeito que quando lambia uma cona, era porque gostava mesmo de lamber a cona e não o plástico, ao que ela me respondeu com um sorriso envergonhado… -entendo. Aproveitei a conversa para em vez de ouvir o que já sei, esclarecer algumas dúvidas que tinha, e aprendi algumas coisas que não sabia.
No caso de quem tem sempre relações protegidas que é o meu caso, o perigo cinge-se apenas ao sexo oral. O sexo oral é muito mais perigoso para o activo do que para o passivo, ou seja, mais perigoso para quem faz do que para quem recebe. Para quem recebe o risco é quase nulo. O sexo oral é uns milhares de vezes mais perigoso para quem mama num piço até ao fim, ou pelo menos até ao liquido pré-ejaculatório do que para quem lambe uma coninha. Explicando melhor, no esperma e no líquido pré-ejaculatório, existe o dobro da concentração de vírus para a mesma quantidade de líquido, do que nos líquidos vaginais. Como a quantidade de esperma que o homem ejacula é uns milhares de vezes mais do que o liquido vaginal que uma mulher possa soltar, é fácil de perceber a diferença do perigo entre uma coisa e outra. No caso do sexo oral, o contágio faz-se do passivo para o activo, no caso do activo ter uma ferida, uma afta, ou gengivas mais sensíveis. No fundo, o vírus necessita de uma entrada para dentro do nosso corpo pelo sangue ou através de tecidos mucosos. Outra coisa que pouca gente sabe, é que um seropositivo tem que continuar a proteger-se, porque se é contagiado novamente, o seu sistema imunitário que já anda à nora com o vírus, dificilmente se aguentará à bronca com os reforços. Nesta óptica, um casal de seropositivos tem que ter os mesmos cuidados de qualquer outra pessoa. Outra coisa que poucos sabem, é que um seropositivo tem alturas de forte possibilidade de contagiar os outros, como tem alturas em que praticamente não transmite vírus aos outros. Há casos raros de casais em que um é seropositivo e o outro não é, e apesar de terem relações desprotegidas, ao fim de uns anos o contágio não acontece. Enfim, havia muito que dizer em relação à temática, mas não me vou alongar. Entretanto, a senhora pega no dispositivo do teste que tinha estado em cima da cadeira ao lado dela, e coloca-o em cima da mesa e diz:
-Negativo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Achei muito interessante este post, bem como elucidativo.

The Hunter

xarmus disse...

Se lá estivesses... ias rir a bendeiras despregadas... hahahahahaha