Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

As imagens publicadas neste blogue estão protegidas pelo código do direito de autor, não podendo ser copiadas, alteradas, distribuídas ou utilizadas sem autorização expressa do autor.


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5.10.12

IS017 Rede de Relações Livres - Entrevista

Já aqui publiquei textos acerca do movimento RLI “Rede de relações livres". É um nome e um conceito novo para uma prática que já é vivida por algumas pessoas.

Diferenciam-se dos poliamoristas (segundo eles) pelo facto de não necessitarem do amor para justificar o sexo. Esta opção de vida, é a mais livre que conheci até hoje, no que toca a relacionamentos sexuais/afetivos.

Tem-se sexo com ou sem amor, como, quando e com quem se quiser, sem nenhuma restrição moral ou social, nem limites na profundidade ou continuidade do relacionamento. Vale a pena ler e conhecer o conceito.

Este texto que aqui publico, é uma entrevista feita a um membro do movimento “Rede de relações livres”. Nesta entrevista, as respostas são bem elucidativas da forma de pensar dos seguidores deste movimento, e conseguem esclarecer todas as dúvidas acerca desta nova forma de nos relacionarmos sexual e afetivamente em total liberdade e sem a hipocrisia que existe na maior parte dos casamentos/relacionamentos, em que aparentemente são monogâmicos, mas depois têm outros relacionamentos e envolvimentos sexuais escondidos.

Independentemente de querermos ou até estarmos preparados psicologicamente para viver o sexo/afeto desta forma, é muito útil e proveitoso conhecermos outras formas de pensar e os argumentos apresentados por quem defende esta opção de vida.

Não tenho dúvidas que esta forma de nos relacionarmos uns com os outros, é a mais livre, mais justa, e seguramente a forma como nos vamos relacionar no futuro.

Há anos que vivo a minha sexualidade desta forma, em total liberdade, sem o constrangimento da mentira, com vários relacionamentos simultâneos. Uns mais duradouros e frequentes, outros mais curtos, outros longos mas de menos frequência, outros apenas de uma noite, mas sempre com muito prazer tanto na vertente sexual como emocional.

Tenho aprendido muito em relação às mulheres, e contrariamente à maior parte dos relacionamentos que acabam sempre com zangas ou mesmo de forma agressiva, sempre me dei muito bem com as minha ex’s, mantendo a amizade e o respeito mesmo depois de acabar o envolvimento sexual. Guardo boas recordações de todos os meus relacionamentos, e sou querido por todas as minhas ex-mulheres, ex-namoradas ou ex-amigas coloridas.

Aqui está mais uma prova de que se houver sinceridade e respeito mutuo, sem traições nem hipocrisias, mantem-se a amizade e as boas recordações mesmo depois de acabar o envolvimento sexual.

1. Pra vocês o que é traição?

Traição é não cumprir o que se promete, tão importante quanto isso é não prometer o que não se pode cumprir. Para nós existe traição. O que não existe é a promessa de exclusividade sexual e afetiva. A mentira é um problemão, principalmente quando se trata de pessoas que amamos. É algo que não pode ser considerado banal.


Fazemos coro com Regina Navarro Lins afirmando que variar de parceiro não quer dizer falta de amor ou infelicidade com o parceiro atual. O que você deve se perguntar é se sente-se amado e desejado em sua relação. O que seu parceiro faz quando não está com você, não deveria incomodá-lo. Se você não se sente amada/o e desejada/o, sua relação já tem um problema, e pode acabar mesmo que não haja uma terceira pessoa envolvida.


2. Vocês acreditam em fidelidade?


O termo mais apropriado para nós é "lealdade", esta é a base de uma Relação Livre. Fidelidade lembra-nos o aspecto de servidão.


3. Para vocês o que é exatamente ser “livre”?


Livre não é quem faz tudo o que quer, não há ninguém assim. Liberdade não é algo abstrato, liberdade é um processo de ruptura com uma opressão específica. Você liberta-se quando faz o que acha que deve fazer (ética), e não o que um padrão social opressor diz que você deveria ter feito. Nós nos libertamos do tabu da monogamia.


4. A final, vocês são um casal ou não?


Somos livres, não "SOMOS" um casal, mas podemos ou não "ESTAR" em casais (um, dois, três ou vários).


5. O que vocês acham do caso do Mr. Catra?


Igualdade de direitos é um valor inegociável para nós. O caso dele não tem nada a ver com o que vivemos.


6. Não é muito radical ser contra o casamento se tem pessoas que são felizes assim?


O casamento não é um casal apaixonado. O casamento monogâmico é uma instituição, uma normativa social que diz "NÃO PODERÁS TER MAIS DE UM PARCEIRO SEXUAL E/OU AFETIVO”. Somos contra esta imposição social. As pessoas podem ser felizes em pares, trios, vivendo em comunidades afetivas ou sozinha, mas sua felicidade não tem nada a ver com o contrato de exclusividade sexual do casamento.


Existirem pessoas que são casadas e felizes não invalida a nossa opinião de que o casamento não corresponde as necessidades da vida afetiva e sexual.


7. Mas aí ninguém passou dos 30 anos. Isso não seria apenas uma fase da juventude?


Na nossa rede temos pessoas com idades que superam os 60 anos. Algumas tem vida não-monogâmica desde jovens, outras com 30, 40, 50 anos, nos procuram após sucessivos casamentos frustrados. Há em nossa rede casais que mantém Relações Livres que já duram mais de 15 anos e também solteiros buscando uma primeira RLi.


8. Vocês se apaixonam?


Claro que podemos nos apaixonar, isso não é problema para nós, os monogâmicos é que tem motivos para ter medo, porque para eles a paixão está associada a perda de liberdade ou ao fim de uma outra relação consolidada. Nós nos apaixonamos e não descartamos as pessoas que já fazem parte de nossa vida por isso. Apenas não negociamos nossa liberdade individual com as pessoas com as quais já temos uma relação.


9. Qual a diferença entre um RLi e um adultero monogâmico?


Nos diferenciamos pela necessidade de romper com a hipocrisia, muito mais do que pela capacidade de ter envolvimentos múltiplos. Não sentimos culpa ao ter uma outra relação paralela, nem começamos a procurar defeitos em nossos amores antigos por causa das novas paixões, tão pouco omitimos uma relação da outra.


10. O que vocês acham do suingue?


No casamento tradicional, o homem vai prá zona de prostituição e deixa a mulher em casa. O suingue é uma inovação no casamento, independente das contradições pessoais de cada casal. É uma opção válida para quem deseja manter o casamento e torná-lo mais divertido e um pouco mais igualitário.


11. Então vocês topariam fazer um suingue?


Sexo é caso de preferência pessoal, cada RLi tem sua resposta. Mas não temos preconceito com esta prática. A questão é se eles topariam, sabendo que somos livres e não estamos restritos ao esquema de casal.


12. Vocês não tem medo de “perder” a pessoa amada?


A insegurança e o medo não ajudam a manter uma relação. Qualquer relação pode acabar e isso é inevitável. Se meu parceiro não tem mais interesse em mim, o natural é que não continuemos juntos, não podemos (ou melhor, não devemos) obrigar ninguém a manter-se em uma relação que não deseja.

"Se um dia ela não gostar mais de mim é por algo entre nós dois, não porque surgiu outra pessoa."
Um Rli não precisará escolher entre um parceiro e outro, poderá ficar com ambos, enquanto o interesse permanecer.

13. E se você perdesse ela? (pergunta feita no programa pelo Hélio de La Penã)


Qualquer pessoa sofre com o afastamento de alguém querido. Mas como amigos e parceiros, entendemos que cada indivíduo é dono de suas decisões. Como adulto e livre, respeitarei a decisão de outro adulto livre, com maturidade, mesmo que sinta falta daquela relação.


14. Então vocês fazem sexo a três?


Sexo é caso de preferência pessoal, mas não existe tabu para nós quanto a isso. Não temos uma prática sexual indicada para os Rlis. Cada um faz o que desejar.


15. Para ser um Rli é preciso ter sempre mais de um parceiro?


Não contabilizamos números de parceiros. Cada indivíduo irá se envolver com quantas pessoas desejar/puder. O cerne de nossa vida é que somos livres, e uma pessoa pode ser livre com um, dois, três... ou nenhum parceiro.


16. Você ama mais um de seus parceiros? Como os outros se sentem em relação a isso?


Não vivemos na Poligamia Oriental, onde o marido tem que dividir igualmente seu tempo, amor e dinheiro com todas as esposas. Nós somos livres para organizar nosso nível de envolvimento com cada pessoa, com formas e profundidades distintas. Não “prometemos” igualdade afetiva e sexual, porque compreendemos que as pessoas e suas necessidades são diferentes. Podemos ter grandes amores com uns, “casinhos” com outros e amizades coloridas com outros e todos convivem bem com esta “disparidade”.


17. E como fazem com o ciúme?


O ciúme é o medo de perder a pessoa amada para outra pessoa/coisa. Normalmente o ciumento preocupa-se em não dividir (em menor ou maior grau), pois o parceiro pode interessar-se por algo/alguém e não retornar mais.


Quando nos damos conta de que esta “troca” não existe, que o outro só irá terminar a relação se não houver mais interesse e que o convívio com outras pessoas inclusive melhora a relação, o ciúme entra em desuso, perde o sentido. Se eu só irei perder o parceiro quando ele não sentir interesse em mim, não tenho que preocupar-me com os outros.


O ciúme é como uma roupa que não nos serve mais. Quando temos uma peça de roupa que não nos cabe, tiramos ela de nosso armário. Não ficamos guardando coisas que não servem mais para nossa vida.”


23.8.12

IS016 “Essencial” Da Rede de relações livres

Uma amiga enviou-me um blog de um movimento que se chama RLI “rede de relações livres”. Fui ler o blog e gostei do conceito. Diferenciam-se dos poliamoristas (segundo eles) pelo facto de não necessitarem do amor para justificar o sexo. Esta opção de vida, é a mais livre que vi até hoje. Tem-se sexo com ou sem amor, como, quando e com quem se quiser, sem nenhuma restrição moral ou social, nem limites na profundidade ou continuidade do relacionamento. Vale a pena ler e conhecer o conceito. Tenho vários textos retirados do blog que vou publicando nos próximos posts.

Neste texto, tem também as definições de vários conceitos que todos usamos normalmente de forma errada. Temos tendência a pensar que relação aberta ou relação livre é a mesma coisa, mas fazem sentido as diferenças entre cada um destes conceitos. Mais, para além de definirem cada conceito, mostram em que é que esses conceitos  diferem das relações livres. Muito bom.

Independentemente de concordarmos ou não, de querermos ou até estarmos preparados psicologicamente para viver o sexo/afecto desta forma, é muito útil e proveitoso conhecermos outras formas de pensar e os argumentos apresentados por quem defende esta opção de vida.

“Essencial” Da Rede de relações livres

“O que são Relações Livres?”

Resposta:

uma visão de relações afetivas e sexuais onde as pessoas tem direito de desejar e viver quantas relações e amores quiserem. Ausência do casamento e do tabu da monogamia (restrição a que não se tenha mais de uma pessoa).

“É tipo marido e amante?”

Não. Isto é no casamento. Aqui não há um “oficial” porque todos os vínculos são reconhecidos (e não clandestinos).

“Mas isto não é putaria?”

Não. A noção de “puta” é uma agressão monogâmica para a mulher que se entrega para quem ela quiser. Já esta possibilidade, para nós, é básica, um direito elementar: mulheres que desejarem mais de um homem… devem e podem tê-los

Diferencie…

Listamos abaixo outras experiências que são importantes por romper com a monogamia. Apresentaremos suas diferenças e limites:

Relação sem Vínculo é quando uma pessoa prefere variados acessos sexuais sem continuidade e sem formação de casal ou de vínculos estáveis.

•    Ter relações sem continuidade necessária parece tranquilo a um RLi.  Mas     fazemos objeção à “necessidade de não ter vínculos”.

Amizade Colorida é quando uma pessoa evita a formação de casal e se permite o acesso sexual eventual com a leveza das relações de amizade.

•    Toda a leveza é bem vinda. Mas objetamos que não estamos preso a ela. Podemos e queremos relações com variados níveis de profundidade e continuidade.

Relação Livre é quando a pessoa mantém autonomia e plena liberdade pessoal seja lá qual for a relação sexual/afetiva e em qualquer circunstância de estabilidade.

•    Nossa maior dificuldade é que esta visão pressupõe pessoas muito livres, não possessivas e não ciumentas. E como toda a ordem cultural está oposta a isto, há um número limitado de pessoas onde isto pode hoje ser vivido plenamente. Na rede RLi/RS você encontra estas pessoas.

Relação Aberta é quando de forma consensual um casal de namorados acerta o direito comum a outras relações simultâneas mas na condição de serem secundárias.

•    Na cultura RLi não combinamos um “certo espaço” de liberdade. Isto é pleno antes, durante e depois de qualquer relação. E com as diferentes pessoas teremos diferentes relações devido a singularidade das combinações. Mas em hipótese alguma temos a “relação oficial” e as “secundárias”.

Casamento Aberto é quando de forma consensual pessoas casadas refluem de sua monogamia original e re-acertam suas normas incluindo o direito de cada um a outras relações simultâneas mas na condição de serem secundárias e invisíveis.

•    Se relação aberta nos parece problemático, casamento aberto só agrava. RLi é um ser social livre do casamento.

Suingue é quando de forma consensual pessoas casadas realizam trocas de parceiros em encontros/festas reservadas e estas restritas à órbita sexual e com formal exclusão de envolvimento afetivo.

•    Um RLi não consegue suportar a ideia de ter relação sexual na condição de não ter outros laços (de afeto, vínculo, etc). Nem também poderá admitir que seu companheiro lhe determine com quem se envolver ou não se envolver.

Poliamor é a possibilidade de ter duas ou mais relações afetivo-sexuais, desde que contenha amor. A liberdade sexual normalmente não é prioritária, ou não faz parte do acordo. Inclui  frequentemente cláusulas de ‘polifidelidade’ e/ou permite a interferência direta dos parceiros na vida sexual-afetiva um do outro.

•    Andamos juntos quando o assunto é questionar a monogamia. Mas RLis não precisam do amor pra justificar suas relações. Nesse sentido o título ‘poliamor’ somente compreende parte do que é ser RLi. Para nós “o amor não pode ser um problema para o sexo e o sexo também não pode ser um problema para o amor”, andam separados e podem ou não estar presentes em uma mesma relação, um RLi possui liberdade em ambos.

A Rede Relações Livres buscou sistematizar as formas de relação aqui apresentadas, utilizando não somente as idealizações de cada conceito, mas também as experiências práticas de cada modo de relação. Observamos ainda que, a vida real é absurdamente mais complexa do que pequenos parágrafos descritivos, onde os sujeitos podem estar em períodos intermediários entre as formas apresentadas e/ou em processos de transição (de uma para outra).

15.8.12

IS015 Sexo faz as mulheres apaixonarem-se

Uma amiga enviou-me um link para um texto muito interessante, que revela algumas descobertas recentes acerca das alterações e funcionamento do cérebro das mulheres quando têm prazer e/ou atingem o orgasmo. O texto está escrito em Inglês, e fui eu que fiz a tradução. Compreendo e falo razoavelmente inglês mas nunca tinha feito uma tradução escrita. Peço desculpa por qualquer coisinha. De qualquer forma está o link no fim da página para quem preferir o texto original. Isto para dizer que ao longo da tradução, reparei que a moçoila autora da crónica podia ter sintetizado muito melhor a informação que recolheu. Não entendo esta falta de capacidade de síntese. Contudo, tem informação muito interessante que explica e nos ajuda a perceber como funciona e como se reflete esse funcionamento do cérebro feminino, na actividade sexual.

Porque é que o sexo faz as mulheres apaixonarem-se?

O sexo é uma das nossas maiores preocupações – causa emoções, sofrimento e confusão generalizada. Até há pouco tempo, saber exatamente o que acontece no cérebro durante o sexo, era algo misterioso para os cientistas. Recentemente, investigadores americanos descobriram o que se passa na cabeça de uma mulher durante um orgasmo.


Cientistas da Universidade de Rutgers, Nova Jersey, utilizaram scaners para monitorizar o cérebro das mulheres durante o orgasmo e descobriram que partes diferentes do cérebro são ativadas quando as várias partes do corpo são estimuladas. Descobriram que mais de 30 áreas do cérebro são ativadas, incluindo as áreas responsáveis pela emoção, toque, alegria, satisfação e memória. Os cientistas descobriram que dois minutos antes do orgasmo são ativados os centros de recompensa do cérebro. Estas são as áreas geralmente ativadas quando comemos ou bebemos. Imediatamente antes de atingirem o pico do orgasmo, outras áreas do cérebro são afetadas, como o córtex sensorial, que recebe mensagens das diferentes partes do corpo. A última zona do cérebro a ser ativada é o hipotálamo, zona que controla e regula a temperatura, fome, sede e cansaço. Os cientistas também descobriram que excitação sexual entorpece o sistema nervoso feminino de tal forma que uma mulher fica mais insensível à dor, e só sente prazer.


A equipe espera agora mapear o que acontece no cérebro de um homem durante o orgasmo.


Quisemos saber o que se passa nas nossas cabeças quando nos enfiamos debaixo dos lençóis e pedimos aos especialistas para nos revelarem como o sexo altera os nossos cérebros.


Por que é que o amor dói


Uma hormona muito importante libertada durante o sexo é a ocitocina, também conhecida como o "hormona do aconchego ou do abraço", que faz baixar as nossas defesas e faz com que confiemos nos outros, diz o Dr. Arun Ghosh, um GP especializado em saúde sexual do Hospital de Liverpool Spire. Esta hormona é a responsável pelo aumento dos níveis de empatia, e embora não sejam conhecidas as razões, o facto é que as mulheres produzem mais esta hormona durante o sexo, e isto significa que elas são mais propensas a baixar as defesas e se apaixonarem pelo homem depois do sexo. No entanto, o problema é que o corpo não consegue distinguir se a pessoa com quem estamos é uma queca casual ou um possível relacionamento e a ocitocina é libertada da mesma forma. Enquanto ela pode ajudar a ligar-se com o amor da sua vida, é também a razão pela qual que você pode sentir-se tão infeliz quando termina uma relação.


Os Homens, por outro lado, em vez de obterem um aumento da hormona da empatia, recebem uma onda de prazer simples. "O problema é que, quando um homem tem um orgasmo, a principal hormona libertada é a dopamina (a hormona do prazer). E este aumento pode ser viciante," diz Ghosh. É por isso que muitos mais homens tendem a sofrer de dependência de sexo.


Livrarmo-nos da demência


todos nós temos a consciência de que nossas células cerebrais diminuem com a idade. A boa notícia, é que fazer sexo regularmente pode ajudar a crescer novas células cerebrais, de acordo com cientistas da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. E segundo parece, quando mais sexo se tem, mais células fazemos crescer. Estudos com animais, publicados na revista PloS ONE, demonstram que o sexo estimula o crescimento de células cerebrais no hipocampo, parte do cérebro responsável pela memória e aprendizagem. Factores como o stress e a depressão, diminuem o hipocampo, o exercício e o sexo neutralizam este efeito. Além disso, o sexo protege as nossas células cerebrais do declinio. "há indícios de que pessoas mais velhas que são sexualmente ativas são menos propensos a ter demência e isso pode acontecer por uma variedade de razões complexas" diz Ghosh. O sexo causa aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro, o que melhora os níveis de oxigênio. "Exames de ressonância magnética mostraram que, durante o orgasmo, os neurônios no cérebro são mais ativos e usam mais oxigênio," explica Barry Komisaruk, professor de psicologia na Universidade de Rutgers e das maiores autoridades sobre sexo e neurociência. "Quanto mais ativos forem os neurónios, mais oxigénio eles retiram do sangue, e mais sangue oxigenado é enviado para a região, entregando assim um reforço de frescos nutrientes." Ao mesmo tempo que estimula as células do cérebro, sexo também pode aguçar a mente de uma mulher, diz Ghosh. Isso é devido ao aumento das hormonas sexuais, principalmente a testosterona, que pode ajudar a melhorar a concentração e tempos de reação.


Beijar significa melhor sexo


Os lábios estão repletos de terminações nervosas, 100 vezes mais do que as pontas dos dedos. É por isso que beijar faz disparar múltiplos mecanismos no cérebro, que libertam substâncias químicas que fazem baixar o stress e aumentar o humor. "Você vai ter muito melhor sexo se beijar antes da relação sexual", diz Ghosh. Ele aumenta os níveis de hormonas de prazer e você ficará muito mais receptivo ao que acontecer a seguir. "É por isso que o sexo amoroso pode ser mais gratificante do que uma rapidinha – e essa dose de endorfina e dopamina é especialmente importante para as mulheres."


Um analgésico natural


O Orgasmo (mais do que o sexo) pode bloquear os sinais de dor, diz Komisaruk. Na verdade, diz ele, pode elevar o limiar de dor, tanto como o equivalente na morfina que é três vezes a dose de analgésicos usuais.


Poder da mente


Muitas das pesquisas sobre saúde sexual concentram-se no que acontece fisicamente. Mas especialistas dizem que, para muitas pessoas (principalmente mulheres) a mente desempenha um papel fundamental para atingirem o orgasmo. Enquanto os cérebros masculinos tendem a focar a estimulação física envolvida no contato sexual, a chave para a excitação feminina parece ser um relaxamento profundo e ausência de ansiedade. Os scaners mostram que, durante o sexo, as partes do cérebro responsáveis pelo processamento do medo, ansiedade e emoção feminina começam a relaxar mais e mais, atingindo um pico no orgasmo, quando a ansiedade e emoção estão efetivamente desligados no cérebro feminino.


o supremo comprimido da felicidade


"Há um circuito conhecido no cérebro que envolve o sentimento de felicidade," explica Paul Thompson, professor de Neurologia na Universidade da Califórnia, Los Angeles e especialista em imagens do cérebro. " Chama-se a região límbica, numa zona profunda do cérebro e que é mais ativa, quando somos recompensados. O mesmo sistema é ativado pelo sexo, drogas, jogos de azar  (basicamente qualquer coisa que nós gostamos). há mais fluxo sanguíneo para a cabeça, mais neurônios excitados, mais atividade cerebral. Grande parte deste circuito cerebral profundo, funciona com a hormona dopamina. Qualquer coisa prazerosa tende a estimular estes neurónios, e isso fá-los funcionar mais depressa. Sem dúvida, o sexo tem benefícios não só físicos, mas psicológicos e sociais, também," diz Ghosh. "A endorfina libertada durante o sexo pode realmente ajudar tratar a depressão e purificar a mente." Uma é a serotonina, também chamada a hormona feliz, que cria uma sensação de felicidade. As pessoas costumam dizer que o sexo é a última coisa que sentem vontade de fazer quando estão deprimidas, mas tentem fazer se puderem. E não se preocupe se ficar emocionada no final, é muito comum acabar a chorar depois do sexo. Isso é causado por uma combinação de endorfinas que intensifica as emoções."


Sono descansado


Se esta a tentar adormecer, é preferível ter relações sexuais do que tomar um comprimido para dormir, diz Ghosh. "Na verdade, é mais benéfico ter relações sexuais à noite, do que de manhã, porque o corpo quer descansar no final, e não se quer levantar para ir trabalhar. "Ter sexo no final do dia é mais benéfico e alivia o stress. Para um homem, um orgasmo poderoso é o equivalente a tomar, em média, uma dose de 2-3 mg de Valium. É por isso que muitos homens adormecem logo a seguir ao sexo. Há realmente uma razão biológica para isso," diz Ghosh.
By Angela Hodgekiss


http://www.iol.co.za/lifestyle/love-sex/sex/why-sex-makes-women-fall-in-love-1.1344679#.UCYGc6D-0p1


Este texto foi publicado em Julho de 2012.  Estas descobertas são recentes, e provam que tudo o que sentimos durante o sexo são o resultado de substâncias químicas produzidas e enviadas pelo nosso cérebro. A natureza é maravilhosa. Um dia destes li num outro artigo, que a mulher quando está para dar à luz, pouco antes do parto, liberta a tal Ocitocina, para que a mãe ame o seu filho. O amor que uma mãe sente pelo seu filho à nascença, é também uma reação química produzida no cérebro. É essa mesma hormona que faz com que as mulheres se apaixonem depois do sexo, e que sofram com o fim de um relacionamento.

Ficámos a saber também que o sexo e o prazer provocam a libertação de substancias analgésicas, e isso também explica o facto de algumas mulheres gostarem de sexo selvagem, duro, de umas palmadas ou mesmo de brincadeiras mais violentas.

Já sabíamos que o sexo faz bem à saúde, na medida em que reforça o nosso sistema imunitário, mas a novidade é que para além de curar depressões, também nos faz mais jovens, atrasa a demência, e faz-nos mais inteligentes e com mais facilidade em aprender.

Embora os estudos dos efeitos do orgasmo no homem ainda não tenham sido realizados, já sabemos que os homens, em vez de libertarem a hormona da empatia (ocitocina) libertam a dopamina (hormona do prazer) e isso explica porque é que em vez de se apaixonarem, se podem tornar dependentes do sexo. Para além disso, adormecem com facilidade depois do orgasmo, graças à dose de valium natural que recebem durante o orgasmo.

24.7.12

IS014 Infidelidades

Uma amiga querida enviou-me este texto acerca da infidelidade. O que nele está escrito, reflete bem a minha opinião acerca do tema, que é resultado da minha vasta experiencia adquirida ao fim de muitos anos nestas andanças. Já estive com muitas mulheres casadas, ou com relacionamentos em curso, e conheço bem a facilidade com que as mulheres saltam a cerca se tiverem as condições necessárias reunidas para fazê-lo.

Outra razão pela qual eu sempre tive essa noção muito antes da generalidade das pessoas, é que como sou um homem extremamente liberal, as pessoas têm tendência a desabafar comigo, e contar-me coisas que não ousam contar a ninguém. Sou uma espécie de confessor, ideal para quem precisa de deitar segredos cabeludos cá para fora.

Muita gente ainda não conhece bem a realidade, porque como a sociedade é muito hipócrita, toda a gente faz mas toda a gente condena e esconde. Assim parece que somos todos uns santinhos, mas a realidade é bem diferente.

Mas vamos lá ler isto que pode ser um bom tema para uns comentários engraçados, e umas confissões anónimas. Este blog tem pretendido ser (e às vezes tem conseguido) um espaço de diálogo e troca de ideias, mas poderia ser mais bem aproveitado nesse sentido. Um espaço onde homens e mulheres se pudessem conhecer melhor, trocar ideias, e perceber muita coisa que não entendemos no sexo oposto.

Infidelidade

“Homem fiel quase não existe, afirma a psicóloga francesa Maryse Vaillant no livro Les hommes, l’amour, la fidélité. A fidelidade masculina é tão rara que a mulher deveria parar de se preocupar. “O homem costuma trair também quando ama”, afirmou Vaillant à minha colega Ruth de Aquino, a diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro, em sua coluna Os homens, o amor e a fidelidade.

Eu concordo totalmente. Só acho que os homens não detêm o monopólio da infidelidade. E vou além. É verdade que, para a mulher casada (mas não para a solteira), é difícil pular o muro. É preciso administrar o affair com a rotina do trabalho, da casa, do marido e dos filhos. Mas, havendo o desejo, nada é impossível. Meu ponto é o seguinte: atingidas as condições ideais de temperatura e pressão e havendo a oportunidade, qualquer mulher será tão infiel quanto qualquer homem. Esta afirmação é lastreada em um conjunto de pesquisas sobre o resultado de testes de paternidade nos Estados Unidos e na Europa – mas também em relatos que registrei ao longo dos anos, aquelas histórias que quase todo mundo já ouviu falar – e muitos viveram – mas geralmente ninguém comenta em público, já que a hipocrisia grassa na sociedade.

Quem pula a cerca?

O melhor exemplo aqui é o de um amigo meu, o J.A.. Nos anos 1990, enquanto todos os colegas de faculdade estavam casando ou já casados, J.A. resistia. Era um solteiro convicto. E se recusava a namorar, ter compromisso, ser fiel. J.A. havia se habituado à condição ser “o outro”. Suas relações eram breves, intensas, divertidas e furtivas. Ele só se relacionava com mulheres casadas ou que tinham o mesmo namorado há anos. J.A. não tinha dificuldade em encontrá-las. Na verdade, ele já as conhecia. Eram suas amigas, amigas de anos, amigas que, eventualmente, se tornaram mais íntimas. Além da amizade prévia, havia uma constância entre as suas parceiras. Todas viviam relacionamentos frustrantes, mas ainda assim não conseguiam – ou não queriam – romper com namorados e maridos. Buscavam em J.A. o carinho que não encontravam em casa. J.A. tinha consciência que não passava de um estepe. Não se importava. Para ele, aquelas eram relações confortáveis, sem compromisso, just for fun. Inúmeras terminaram sem dor. Algumas poucas, aquelas nas quais J.A. acabou se envolvendo, acabaram mal.

Por conhecer as histórias deste amigo (e de alguns outros), achei parcial a afirmação da psicóloga francesa de que a fidelidade masculina é tão rara que a mulher deveria parar de se preocupar. É claro que não há homens fiéis! Os homens sabem disso. As mulheres, também. Mas não quer dizer que todos os homens sejam infiéis o tempo todo (meu amigo J.A., por exemplo, hoje sentou o rabo, está casado, feliz e fiel). No entanto, dada a oportunidade, qualquer homem pula a cerca. E o mesmo se aplica à mulher. Elas podem ser tão infiéis quanto qualquer homem. Os motivos para a busca de uma relação paralela é que mudam.

Homens pulam o muro à procura de sexo. Para nós, não há conflito entre a busca do sexo fora de casa e o amor que sentimos por nossas namoradas e esposas. É da natureza masculina, assim como a sedução é da natureza feminina. Ao se envolver numa relação paralela, enredando-se nas teias de sedução da amante, o infiel corre o risco de se apaixonar e acabar por abandonar a mulher. A possibilidade existe, já que, por definição, a amante quase sempre buscará deixar a condição de “outra” para assumir o controle da lojinha.

Em sua imensa maioria, mulheres infiéis buscam muito mais do que sexo numa relação extraconjugal. Sexo é importantíssimo, mas para as mulheres não é suficiente. As amantes de J.A. não haviam deixado de amar seus maridos ou namorados (ou de acreditar na ilusão do amor romântico). A mágoa acumulada e a busca de auto-estima às impeliram a procurar carinho. Queriam voltar a se sentir desejadas. Mulheres que seduzem são mais belas porque gostam mais de si mesmas.

Homens e mulheres são infiéis. A infidelidade generalizada não é uma questão de gênero, mas de espécie. Nas sociedades tribais, a poligamia é, na maioria das vezes a regra, não a exceção. O Homo sapiens é uma animal polígamo e promíscuo. Herdamos este comportamento do ancestral comum que dividimos com os chimpanzés, que são igualmente polígamos e promíscuos. No entanto, desde a constituição das primeiras cidades e civilizações, há 10 mil anos, a monogamia foi se impondo como uma condição para a vida em sociedade. O grande paradoxo reside na obrigação social, moral e legal de um animal polígamo levar uma vida monogâmica. Sob está ótica, a infidelidade da mulher e do homem é uma válvula de escape que nos reconecta às nossas origens.”

Peter Moon – edglobo.com.br

Em jeito de conclusão, gostaria de acrescentar algumas considerações a este tema.

Muita gente não acredita (principalmente os mais jovens, que são mais ingénuos e radicais nestas temáticas) que é possível um homem amar uma mulher e desejar sexualmente outras. Digo-vos que não só isso é possível, como é possível amar uma e apaixonar-se por outras. E tal como o autor diz, eu também tenho a prova que as mulheres são naturalmente infiéis, e que, tal como os homens, também conseguem amar um homem e ter sexo com outros, assim como conseguem amar um homem e apaixonar-se por outros.

Concordo em que a generalidade das mulheres procura afecto, romance, paixão e sedução, e consequentemente sentirem-se desejadas quando saltam a cerca, mas já começa a haver muita mulher que procura mesmo sexo puro e duro, e também à semelhança dos homens, procuram novidade, e satisfazer as suas fantasias sexuais que não são satisfeitas em casa.

No fundo, homens e mulheres casados ou comprometidos, têm tendência a procurar fora o que não têm dentro do relacionamento. Alguns têm amor e não têm o sexo que gostariam, outros têm sexo e não têm o amor que necessitariam. E agora perguntam vocês… e então se tiverem amor e sexo dentro do casamento porque é que saltam a cerca? E eu respondo… No caso dos homens, é a caça, a busca da novidade, do sexo puro e duro. No caso das mulheres é a busca da sedução, da paixão e do romance, que muitas vezes não existe na relação, mesmo que haja amor e sexo.

Vamos lá a ver se começamos a compreender e a aceitar estas dinâmicas que nos afectam a todos, em vez de teimarmos em seguir paradigmas completamente desajustados para os tempos de hoje. A monogamia, é uma prática antiga exigida pela sociedade, instituída por razões sociais e económicas, que hoje em dia não fazem sentido. A ideia não é sermos obrigados a foder uns com os outros (o que é uma pena… heheheh) mas que todos possamos viver a nossa sexualidade e os nossos afectos de forma livre, sem sermos discriminados por isso.

16.7.12

IS013 Monogamia já era

Uma amiga muito querida que vive actualmente no Brasil, enviou-me esta entrevista. Este modo de ver o sexo e o amor, parecido com o poliamor, é de facto uma lufada de ar fresco em relação à forma como a sociedade tradicional nos ensinou a ver o sexo, e as relações entre as pessoas.

Embora muitas pessoas não gostem, nem consigam relacionar-se desta forma, a verdade é que cada vez mais as pessoas se relacionam de forma livre, e não tenho duvidas que esta vai ser a tendência comportamental no futuro.

A verdade é que todos sentimos atracção por outras pessoas, mesmo tendo alguém que amamos. Quando nos deparamos com uma situações destas, vários são os caminhos que cada um pode seguir. Há quem reprima a vontade e faça um esforço enorme para não se deixar cair em tentação, há quem viva o momento e esconda do seu companheiro, e há quem tenha um relacionamento livre, que lhe permita viver o momento às claras e sem sentimentos de culpa.

Mas seja qual for o nosso posicionamento em relação a esta matéria, vale a pena ler esta entrevista, para pelo menos conhecermos as razões e as motivações de quem vive a vida de forma livre, sem se deixar condicionar pelo espartilho que a sociedade nos tenta impor.

Embora respondesse de forma diferente a algumas destas perguntas, na generalidade estou de acordo com o que a Regina diz, e penso da mesma forma.

“A monogamia já era”

Entrevista completa de Regina Navarro Lins para a
Revista Marie Claire deste mês.
com a Rede Relações Livres.

MC – Então a monogamia está com os dias contados, é isso?

RNL – É evidente que eu estou falando de tendências de comportamento, não de mudanças em curto prazo. Hoje, a maioria dos casais pode me achar louca de afirmar que o casamento monogâmico já era. Mas há, no mundo todo, sinais que mostram que casais mais liberais tendem a ser mais felizes. A revista do New York Times deu recentemente a seguinte capa: “Infidelity keeps us together” (A infidelidade nos mantém juntos) . É um exemplo disso.

MC – E por que isso nos faria mais felizes?

RNL – Nada é garantia de nada. Mas já sabemos que esse modelo que inventamos não deixa as pessoas felizes. Quem casa e opta por se reprimir em respeito ao outro pode pagar um preço muito alto. Você pode até controlar o seu desejo, mas ele vai continuar existindo em algum lugar. Daí, anos depois, você descobre que seu marido não fez o mesmo. Pronto, seu mundo caiu. Agora me diga, com toda a sinceridade: por que quando uma pessoa se casa não pode transar com outra? Historicamente, eu sei que era porque o homem não queria que sua herança fosse de outra pessoa. Mas, fisiologicamente, isso não faz sentido. Está mentindo quem diz que nunca teve tesão por outro além do marido. E mais, sexo é feito bateria de carro: se você não usa, descarrega. Por isso, o casamento monogâmico é o relacionamento no qual menos se faz sexo.

MC – É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

RNL – Sim. O que gera sofrimento não é a traição, mas a crença no pacto de exclusividade. E o pior é que a maioria dos meus colegas não vê isso. São um bando de caretas, sabia? Todos, sem exceção, justificam a traição dizendo que o casamento vai mal ou que o amor acabou ou porque um deles quer se afirmar. Gente, não é nada disso! As pessoas têm relação extraconjugal porque variar é bom, não porque o amor acabou! Isso vai completamente na contramão do que se busca hoje: a individualidade. As pessoas querem se testar, se conhecer, perceber seus limites. É por isso que o amor romântico tende a acabar, por pregar o fim da individualidade por respeito ao outro.

MC – Que outros sinais mostram que essa mudança já começou?

RNL – É só ver a quantidade de casas de suingue que tem por aí, mulheres traindo e assumindo casos, buscando sua felicidade sem se colocar como subestimada. E não são mais pessoas procurando salvar relações falidas. São jovens que vão atrás de prazer e ponto. São tendências que apontam a mudança de mentalidade. Cada vez menos pessoas vão querer se fechar numa relação a dois e optar por relacionamentos mais soltos. Se bobear, minha tataraneta (ela tem uma neta de 15 anos) vai dizer: “Gente, tadinha da minha tataravó, precisava ter um parceiro só para tudo” (risos).

MC – O que você está propondo é uma espécie de poliamor?

RNL – De certa forma, sim. O poliamor implica ter relações sexuais e afetivas com pessoas diferentes. É assim: eu amo meu marido e transo com ele, mas também posso transar com outras pessoas, ir com elas ao cinema, viajar. Fazer o que quiser, com quem quiser, sem obrigação de exclusividade. Eles não amam com o sentimento de posse sobre o outro, por isso não sentem ciúme. Para eles, o ciúme está ligado ao medo da perda.

MC – Mas esse amor livre não poderia facilitar o abandono, aumentar a possibilidade da perda? Ou não seria uma forma de se proteger contra ela?

RNL – Mas nesse tipo de relação livre não existe a possibilidade de ser trocado, porque as pessoas não precisam escolher. Veja, muitas pessoas são abandonadas, certo? Aposto que 100% delas viviam uma relação supostamente monogâmica. Ou seja, uma relação fechada não é garantia de que você nunca será abandonado. A vida toda nós fomos instruídos a dirigir nossa energia amorosa e sexual para uma pessoa só e é nisso que a gente se apega. Daí, se isso não dá certo, sofremos horrores. Sentimo-nos abandonados, jogados às traças. Mas, na verdade, o abandono acontece já nos primeiros segundos de vida. No momento em que saímos do útero da mãe, já vivemos o sentimento de falta. Aquele conforto e segurança, não teremos nunca mais. Por isso, crescemos tentando reeditar o que tínhamos no útero. E, com essa nossa cultura, a coisa fica ainda pior. Em vez de ensinar o ser humano a viver sozinho, a sociedade prega que é preciso achar alguém que o complete, sua alma gêmea. Isso é a ilusão do amor romântico.

MC – Você acha que daqui a 40 ou 50 anos os casais monogâmicos serão minoria? Sofrerão preconceito?

RNL – O que eu espero é que haja espaço para tudo, sem preconceitos. Não seria certo que a regra fosse “agora todo mundo vai ter de transar com todo mundo” e que os casais que optaram pela monogamia ficassem excluídos. O importante é que cada pessoa escolha sua forma de viver e não reproduza um modelo por inércia nem medo de sofrer preconceito.

MC – A internet ajudou a acelerar essas transformações?

RNL – Sem dúvida. Ali, tudo é permitido. Quando criaram os primeiros chats, eu fiquei louca para saber como era o sexo on-line. Em 1998, por pura curiosidade antropológica, passei alguns dias fazendo sexo virtual. Queria muito saber se era possível sentir prazer com uma pessoa a distância, e hoje sei que é. E eu não me masturbava, viu? Não conseguia digitar e me tocar ao mesmo tempo, mas quando acabava a transa me sentia exausta, satisfeita mesmo. Foi uma experiência muito legal.

MC – Você já fingiu orgasmo?

RNL – Ah, já. Há muito tempo. Devia ter uns 20 anos quando fiz isso pela última vez. Era uma garota ansiosa como tantas outras. Mas acho isso horrível. Sempre digo para minhas pacientes não fingirem, senão elas vão viciar o homem em um modelo errado, acostumá-lo a achar que orgasmo é algo fácil e corriqueiro. E não é! É uma maravilha que custa para ser alcançada. Isso está diretamente ligado à autoestima. A mulher que gosta de si não tem problemas em fazer o homem trabalhar mais e melhor para fazê-la gozar. Agora, a que sofre de baixa autoestima se sente constrangida e finge para acabar logo com isso…

MC – Quando garota, você não sonhava com o príncipe encantado?

RNL – Não. E minha irmã dizia que eu tinha alma de homem, porque criticava o fato de ela ficar esperando o príncipe dela.

MC – Feministas mais radicais não gostam que os homens paguem a conta. É o seu caso?

RNL – Hoje eu pago, amanhã ele paga e depois dividimos. Prefiro assim. Cansei de ouvir mulher dizendo: “Ah, só me faltava essa: pagar motel!” ou “Não me incomodo de dividir restaurante, cinema, mas motel quem paga é ele”. Isso me revolta. Se os dois vão ter prazer, não há qualquer problema em dividir a conta. A mulher não é uma prostituta que está ali para servi-lo e por isso cabe a ele pagar por tudo.

MC – Mas e se o homem quiser pagar? Qual o problema?

RNL – A questão que eu quero colocar é chega de que “homem deve pagar a conta do motel simplesmente por ser homem”. As mulheres querem os benefícios da liberação feminina — tipo casar dez vezes, transar na primeira noite, ganhar bem —, mas não querem o ônus. Se os direitos são iguais, são iguais também os deveres. Isso é puro machismo! Não conheço homens que sustentem a mulher e não usem isso contra ela. O dinheiro confere poder, faz com que a gente se sinta superior. Tanto que eu, se só tivesse duas opções, sustentar ou ser sustentada, ficaria com a primeira. Deus me livre ter de pedir dinheiro para comprar minhas coisas (risos).

MC – Condena o cavalheirismo?

RNL – Não, mas sei que ele é uma herança da cultura patriarcal da Idade Média que se disfarça de gentileza para atestar a força masculina e a fragilidade feminina. Gentileza é uma via de mão dupla. A mulher também pode mandar flores, assim como o homem pode ser gentil cozinhando. É tudo convenção. Que tipo de homem deseja proteger uma mulher? Certamente não um que a veja como uma igual, mas aquele que se sente superior a ela.

MC – Por isso o homem está em crise?

RNL – Sem dúvida. Para os que não se libertaram do mito da masculinidade (ou seja, a maioria), as mulheres que combatem o cavalheirismo são uma afronta. Eles se sentem ameaçados, pois não conhecem outro papel senão o de guardiões, protetores. Para eles, essa mudança é muito nova. No século 19, o marido tinha o direito de bater na mulher com uma vara do tamanho do seu antebraço e da grossura do seu dedo médio. Parece piada, mas é verdade! Depois me perguntam se eu sou feminista. E dá para não ser? Só não é feminista quem quer continuar vendo a mulher ser oprimida.

MC – A febre dos sex shops mudou o padrão dos relacionamentos?

RNL – Não. Mas deveria. As mulheres, principais frequentadoras de butiques eróticas, ainda ficam tímidas. Compram, no máximo, pequenos artigos para se masturbar. Não para transar junto com o parceiro, porque os homens entram em competição e acham uma ofensa. Chega disso, gente (grita)! Temos de combater o preconceito pelo menos na hora da transa. O sexo com o parceiro e o vibrador ao mesmo tempo é fisiologicamente imbatível. Enquanto o parceiro cuida da penetração, o vibrador estimula o clitóris e o orgasmo é duplo, mil vezes mais intenso. Incomparavelmente melhor.

MC – Você e o Flávio usam? Isso não é um problema para ele?

RNL – Usamos, claro. O Flávio é super bem resolvido. Uma vez fomos à Praia da Pipa e, quando me dei conta de que tinha esquecido o vibrador, peguei um táxi e rodei Fortaleza inteira atrás de um sex shop. Comprei um novo, grandão. Para que vou me conformar com um orgasmo simples se posso ter um duplo?

MC – O que é mais comum: que a pessoa sofra porque foi traída ou que ela sofra porque, depois de traída, foi abandonada?

RNL – As pessoas morrem de medo do abandono, e o problema é justamente relacionar isso à traição. Uma coisa não tem a ver com a outra.

MC – Nesse caso, estamos falando da traição simplesmente sexual. E quando ela é emocional, quando existe um envolvimento amoroso?

RNL – Não usaria a palavra traição em nenhum desses casos. É pejorativo demais! Trair, para mim, é alguém estar comigo por algum interesse e não por amor. Relação extraconjugal não é traição, é a coisa mais banal que existe. As pessoas deveriam se preocupar em responder a duas perguntas: 1) me sinto amada?; 2) me sinto desejada? Se a resposta for sim para as duas, tenho certeza de que está tudo bem na relação. No fundo, isso é o que importa.

MC – E se a resposta for não?

RNL – Aí a questão não é ter ciúme ou ser traída. É se vale a pena continuar numa relação mesmo sem ser amada. Na minha opinião, quem não se sente amado deve partir para outra. Isso é vida. Tem pessoas infelicíssimas dentro do casamento, se agarrando como náufragos um na perna do outro só para não ficar só. Isso é uma fantasia

26.6.12

IS012 Poliamor

Queria partilhar convosco um conceito desconhecido para muitos de nós, com o qual me identifico muito, e que quer o consigamos praticar ou não, serve para nos abrir as mentes, fazer-nos pensar, e entendermos melhor atitudes que muitos criticam veementemente, sem nunca ter reflectido honesta e seriamente sobre o assunto. 

Embora tenha vivido nos últimos 10 anos relacionando-me com varias parceiras e sentindo variados tipos de sentimentos (amor, paixão, amizade sexual e muita tesão) por várias pessoas ao mesmo tempo, só há pouco descobri que havia um nome para esse tipo de relacionamento e um conceito associado. O Poliamor. Como todas as pessoas envolvidas comigo, sempre tiverem conhecimento das outras e nunca enganei ninguém, posso afirmar que o que tenho vivido é algo parecido com o Poliamor. Pela quantidade de parceiras que já tive, e pelo tipo de relação desenvolvido com cada uma, acho que tenho sido poliamoroso e poligâmico ao mesmo tempo.

Tal como os poliamorosos, também não quero convencer ninguém de nada, mas apenas ajudar a divulgar uma forma diferente de nos relacionarmos. Se pensarmos bem, nem é muito diferente do que quase todos nós desejamos ou praticamos, apenas com uma pequena diferença que faz toda a diferença… com sinceridade e transparência. Como diz Daniel Cardoso, de forma responsável.

Muitas pessoas com relacionamentos mais ou menos duradoiros, dão as suas escapadelas, e até vivem paixões intensas fora dos seus relacionamentos assumidos e estáveis, fazem-no de forma irresponsável. Ora o que se prepõe com o Poliamor, é que seja tudo seja transparente, livre e assumido de forma responsável.

Gostaria de lembrar aos que se consideram com orgulho monogâmicos, que monogamia é ter um único parceiro toda a vida. Assim, muito poucas pessoas hoje em dia conseguem ser monogâmicas, e como dizem os poliamorosos, quem tem mais que um parceiro sexual na sua vida, será monogâmico em série, e eu chamar-lhe-ia monogâmico compulsivo, já que deitam fora uma pessoa quando querem outra. Eu dou um exemplo prático… Se a Maria, que foi educada segundo a moral e os bons costumes, namora com o João e quer dar uma queca com o Miguel no dia 7, tem que dar um pontapé no João até dia 6. É assim que deve agir corretamente um monogâmico compulsivo. Mas vamos aprofundar melhor esta questão. Há várias definições de Poliamor, deixo-vos aqui uma que me parece completa e de fácil compreensão.

“Poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo facto de ter essa possibilidade sempre em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente.

O Poliamor pressupõe uma total honestidade no seio da relação. Não se trata de enganar nem magoar ninguém. Tem como princípio que todas as pessoas envolvidas estão a par da situação e se sentem confortáveis com ela.
Difere de outras formas de não-monogamia pelo facto de aceitar a afectividade em relação a mais do que uma pessoa. Tal como o próprio nome indica, poliamor significa muitos amores, ou seja, a possibilidade de amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Chamar-lhe amor, paixão, desejo, atracção, ou carinho, é apenas uma questão de terminologia. A ideia principal é admitir essa variedade de sentimentos que se desenvolvem em relação a várias pessoas, e que vão para além da mera relação sexual. 

O Poliamor aceita como facto evidente que todas as pessoas têm sentimentos em relação a outras que as rodeiam. E que isto não põe necessariamente em causa sentimentos ou relações anteriores. Aliás, o ciúme não tem lugar neste tipo de relação. Primeiro porque nenhuma relação está posta em causa pela mera existência de outra, mas sim pela sua própria capacidade de se manter ou não. Segundo, porque a principal causa do ciúme, a insegurança, é praticamente eliminada, já que a abertura é total. Não havendo consequências restritivas para um comportamento, deixa de haver razão para esconder seja o que for. Cada pessoa tem o domínio total da situação, e a liberdade para fazer escolhas a qualquer momento.”

http://poliamorpt.com.sapo.pt

Deixo-vos também o vídeo de uma palestra elucidativa acerca do conceito Poliamor dinamizada por Daniel Cardoso e Carla Sofia Correia na Faculdade de psicologia da Universidade de Évora.

Vale mesmo a pena ver e ouvir ... e claro... reflectir.

11.6.12

IS011 'Fetiches' secretos: o que eles e elas gostam

Encontrei este texto na Visão, e não quis deixar de o publicar no “Seduzir com prazer”. Fala-nos de um livro recente, que cria um modelo de mente sexual de homens e mulheres, recolhendo e analisando 400 milhões de pesquisas em motores de busca com conteúdos para adultos. Deve ser um livro interessante de se ler, e segundo parece, os fetiches que a sociedade conservadora tanto repudia, são bem mais normais do que se quer fazer pensar.

Tal como tantas vezes digo aqui no blog, a net, através da possibilidade do anonimato, veio trazer novas possibilidades à nossa sexualidade, e vai fazer evoluir a forma como vemos, vivemos e nos relacionamos uns com os outros a nível sexual.

Do que uma multidão de homens e mulheres gostam - mesmo -, mas continua a ser tabu. Conclusões do livro Milhões de Pensamentos Perversos, de Ogi Ogas e Sai Gaddam

Diz-se que já tudo foi inventado. O que está a dar é reinventar. E a fantasia humana é ilimitada. "Como é que nunca ninguém se lembrou disto?", perguntaram, um dia, dois neurocientistas americanos, especializados na área computacional. Ogi Ogas e Sai Gaddam, da Universidade de Boston, decidiram criar um modelo da mente sexual de homens e mulheres de todo o mundo. A partir do que fazem, realmente, às escondidas, na grande aldeia global da net. Recolheram e analisaram 400 milhões de pesquisas em motores de busca com conteúdos para adultos: sites, vídeos, comentários, anúncios pessoais, histórias eróticas e romances. As conclusões estão no livro Milhões de Pensamentos Perversos (Lua de Papel, 344 págs., €15,90).

Dado número um: nascemos com um equipamento sexual do desejo, programado para encontrar parceiros à medida das nossas mais estranhas taras e manias. Dado número dois: os circuitos mentais da mulher têm duas tomadas e os dos homens só possuem uma. Eles pensam, ao mesmo tempo, com as duas cabeças, perante estímulos visuais. Não admira que as achem complicadas: no equipamento delas, a excitação física e psicológica estão separadas e não há pílula do desejo que lhes valha. Por enquanto. Dado número três: a igualdade de género não funciona na cama. As mulheres raramente pagam para ver pornografia. O cérebro sexual feminino é ativado pelas pistas do enredo, onde todos os detalhes contam. A libido delas acorda diante do herói dominador da cultura pop, que as considera irresistíveis e se submete ou, melhor ainda, as submete com estilo. Numa versão mais obscura, a conflituosa relação entre dois machos alfa, que acabam emocionalmente envolvidos, dá-lhes arrepios e adrenalina (como esquecer a dupla Tom Cruise e Brad Pitt, no filme Entrevista com o Vampiro?).

Um homem satisfaz-se com aventura, risco e diversidade. Quer ver pénis, rabos, mamas e pés. Mulheres tenrinhas e maduras. E todo o tipo de interditos, do sadismo à bestialidade. Uma mulher aquece com narrativas românticas e jogos de sedução, onde o contexto é tudo. A explosão de contos eróticos sobre ícones da cultura pop é disso a prova. 

A megaexperiência de Ogas e Gaddam está para o século XXI como as do investigador Alfred Kinsey para o século que passou. Sem falsos pudores, mostra que certas práticas, etiquetadas pelos especialistas como anormais ou perversas na sociedade dita civilizada, acontecem com mais frequência e normalidade do que é admitido.

(A)MORALIDADE SEXUAL

As "pegadas sexuais" dos internautas da amostra trazem à superfície tendências insólitas. Um homem que paga para ter sexo telefónico dispensa a imagem, porque a ideia é dizer palavrões e deixar-se dominar pela operadora. A mulher que aprecia romance também se imagina como prostituta, ou fica arrebatada pela ideia de ser raptada pelo homem das cavernas ou por aquele cavalheiro insuspeito, que a ata e a deixa indefesa. Tanto um como o outro género pela-se por uns bons açoites e excita-se com a possibilidade de enganar o parceiro. Mais bizarro ainda, ser alvo da traição dele (ou dela).

A má da fita é a biologia da espécie. A evolução programou o macho para ser caçador reprodutor, cabendo à fêmea precaver-se de jogadas arriscadas, a menos que encontre um protetor forte, capaz de sustentar a prole. Não é de estranhar, por isso, que os adolescentes surjam no topo das preferências sexuais: a juventude é um potente afrodisíaco. O que ainda não se sabia é que as mulheres e homens mais velhos, que surgem nas pesquisas da net com as tags (etiquetas de busca) "mãezinha", "avozinha marota", "paizinho" e "maduro", fazem as delícias de muita gente (basta pensar nas versões masculina e feminina popularizadas em séries como Donas de Casa Desesperadas e Dr. House). Sair da norma é uma forma de evasão comparável à proporcionada pela gastronomia. Seja com picante, molho agridoce, gafanhotos ou cozinha de fusão, o princípio é divertir-se e sair da experiência com satisfação, sem dar relevância a quem veja nisso um gosto perverso. E a pesquisa de conteúdos eróticos gay continua a ser muito popular no ciberespaço. Já contrariando todos os cânones acerca da beleza feminina, as mulheres roliças, com seios a condizer, são delícias gourmet muito solicitadas por quem navega nos motores de busca.

PROIBIDO É DEVIDO

O sex appeal não escolhe idade, medida ou peso. Mas tem esquemas concretos na mente sexual. Por exemplo, cada "versão" heterossexual apelativa tem o seu equivalente gay (mulher robusta e dominadora/homem pujante e barbudo; "mãe" de outrem, sedutora e marota/"pai" de terceiro, cativante e experiente; rapariga "boazona"/rapaz "pão"). No género porno, os vídeos mais populares mostram os corpos transpirados e as expressões faciais do homem, que agradam tanto aos homossexuais como às mulheres. Os filmes e ficções no feminino estão em franca expansão, por prolongarem a saga, repleta de momentos provocadores. E de elementos de tensão entre personagens, com desejos proibidos.

A motivação central de todos é simples: "Surpreende-me com algo que eu ainda não saiba." Os autores deste estudo espantaram cientistas e terapeutas sexuais. E não só. Ogi Ogas faz investigação em biodefesa para os puritanos serviços de segurança dos EUA. A ideia de concretizar o livro e transgredir o politicamente correto terá sido mais forte e falado mais alto.”


Clara Soares

http://visao.sapo.pt/

27.5.12

IS010 Homens mostram pouco afecto

Encontrei este artigo que fala da dificuldade dos homens em partilharem intimidade e afectos. Está bem explicado e faz todo o sentido. Gostei especialmente do artigo, e da ideia de o publicar neste blog, porque as explicações dadas para a compreensão deste problema, acabam também por explicar assuntos que foquei nalgumas das minhas reflexões: A necessidade da intimidade no sexo e nos relacionamentos, (R012 Intimidade Sexual) e o facto dos homens chegarem ao amor através do sexo, e as mulheres chegarem ao sexo através do amor e dos sentimentos. (R010 Engana-me que eu gosto). Leiam, porque vão perceber quais as razões das dificuldades de relacionamento e compreensão mutua entre homens e mulheres. As diferenças principais estão ao nível da educação, mas as diferenças biológicas também têm influência.

Por que é que os homens mostram pouco afecto?

 
Por que razão a troca de carinho, a intimidade e a expressão de sentimentos assusta tantos homens? Ficámos a saber que a educação e a biologia estão na base do problema.

Ana (nome fictício) tem 30 anos e vive com o namorado há três. Têm interesses semelhantes, não abdicam da companhia um do outro, ele divide as tarefas de casa, trata-a 'com todo o respeito'. Até já falaram em ter filhos. Tudo poderia correr de vento em popa se não fosse um pequeno grande senão. 'Ele não é propriamente a pessoa mais carinhosa do mundo. Não gosta de me beijar em público e, mesmo quando estamos sozinhos, não se preocupa muito com isso. Só quando estamos na cama ou quando há sexo é que se mostra mais afectuoso', confessa.

No início da relação, meia-dúzia de amigos desprevenidos perguntaram, espantados, se eles namoravam realmente, de tão discretos que eram, e as amigas confessavam-lhe que não sabiam como ela conseguia namorar um homem tão frio. 'É bastante constrangedor ouvir isto. Houve até quem me aconselhasse a acabar a relação, que, se agora era assim, depois de casada iria ser um martírio.' Apesar de tudo, reflecte, há muita coisa que os une e nem sequer põe a hipótese de se separar. 'Não digo que não tenho pena de que ele não seja mais terno. Mas é surpreendente como uma pessoa se pode moldar ao comportamento do companheiro. Acho que hoje não sou tão carinhosa como antes.'

Eles falam de sexo, nós, de sentimentos

Rosário Gomes é psicoterapeuta e recentemente foi responsável por um interessante estudo sobre a intimidade. Descobriu que homens e mulheres têm uma noção diferente sobre o tema. Quando se fala em intimidade, muita gente remete o assunto para a cama. Mas é muito mais do que isso, diz a psicoterapeuta.

'É mais a proximidade, a 'relação com', independentemente da tarefa que se está a partilhar: pode ser na brincadeira, na troca de informação, na sexualidade.

A importância está na entrega.' Para existir, é preciso ter confiança para baixar as defesas, sem medo de que as emoções ou os gestos que partilhamos nos deixem mais vulneráveis. 'A mulher valoriza mais a intimidade intelectual e o homem valoriza a intimidade sexual, que para a mulher é importante mas como uma consequência da troca de carinho', diz a psicoterapeuta. 'O homem foi educado para uma sexualidade mais física e a mulher para uma sexualidade mais emocional.' Por esta razão não são estranhos os casos como o do companheiro de Ana: afectuosos durante o sexo, mas relativamente frios em carinho e partilha de sentimentos no dia-a-dia. 'Foi-lhes 'permitido' socialmente desenvolver a intimidade e o afecto na sexualidade', explica Rosário Gomes.

'Os homens chegam ao amor através do sexo. As mulheres chegam ao sexo através do amor e dos sentimentos.' Quem o diz é John Gray, autor do best- -seller 'Os Homens São de Marte, As Mulheres de Vénus'. A maneira como nos excitamos sexualmente também é diferente da dos homens. Enquanto a imaginação e os sentimentos desempenham o papel principal na sexualidade feminina (excitamo-nos muito mais com o toque e com as palavras que ouvimos), os homens são mais sensíveis aos mecanismos corporais que desencadeiam excitação e aos estímulos visuais. Em contrapartida, sentem-se muito mais pressionados a ter um bom desempenho sexual. Os nossos cérebros, dizem os especialistas, também funcionam de maneira diferente. Nos homens, o hemisfério direito, que controla todas as emoções, está subordinado ao hemisfério esquerdo, da racionalidade, diz a antropóloga Helen Fisher, autora do livro 'O Primeiro Sexo'. Nas mulheres, o funcionamento dos dois hemisférios é mais equilibrado e integrado.

O medo da intimidade

Rosário Gomes diz que não podemos traçar um retrato-robô do homem com medo de mostrar afecto, mas que existem características comuns: 'À partida, será mais inseguro e reservado, e por isso também mais ansioso.'
Mas, como nasce esta espécie de fobia de intimidade? Será só falta de interesse na relação? 'O que faz toda a diferença são as regras da conduta aprendidas na adolescência. Os rapazes são ensinados que não é muito bonito expressar afectos ou chorar, e isto faz com que não desenvolvam tanto o treino da intimidade. À rapariga é permitido falar com a sua amiga sobre o que sente, sobre os seus medos, alegrias. Ao rapaz isso não é permitido entre pares, por causa da aprovação da sua identidade enquanto macho. O toque entre rapazes também não é bem aceite', alerta. Quem não segue as regras de aceitação no clube dos 'machinhos' arrisca-se a ser marginalizado. 'Por isso é que aquele amigo ou amiga que se escolhe, na adolescência, para falar à vontade é tão fundamental no crescimento. Com ele podem ultrapassar as normas e não estão sujeitos a humilhação', explica Rosário Gomes.

A relação com os pais também é importante nesta aprendizagem. 'Há uns anos, achava-se que era essencial uma separação entre o jovem e os pais, para que este construísse a sua identidade. Hoje sabe-se que não é necessário se houver uma boa relação de intimidade com os pais.' Quando não aprendemos a partilhar os nossos sentimentos e a confiar nos outros, começamos a recear a intimidade. 'Ganha-se medo de perder independência, de se ser controlado pelo outro através da expressão dos afectos e da entrega física. Estas pessoas pensam que, ao falarem do que sentem, estão a mostrar-se vulneráveis e temem que o outro utilize isso da pior maneira possível. Se ele não expressa afectos, não aprende consigo próprio e com o outro', observa a psicoterapeuta.

Avarentos nas emoções?

Helen Fisher apoia esta teoria no seu livro. 'O psicólogo John Gottman, da Universidade de Washington, registou centenas de discussões entre marido e mulher e constatou que 85% das atitudes de obstrução eram tomadas por homens.' Ou seja, o homem diz que não quer falar mais e dá a conversa por encerrada. 'Esta contenção emocional masculina é visível em muitas culturas. Mulheres interrogadas nos EUA, na Finlândia, na Noruega e na Suécia queixam-se todas de que os homens são emocionalmente avarentos', continua Fisher.

O que leva uma mulher a suportar isto? 'Em muitos casos, a relação até é funcional, ainda que não exista grande intimidade. A mulher convive com isso porque não é muito exigente ou porque acha que já não há possibilidade de mudar e compensa esse défice de intimidade com amigas. Até é saudável como complemento, não como substituição', afirma Rosário Gomes. 'Tanto o homem como a mulher ainda não identificaram os problemas da intimidade como os mais sérios a resolver, quer para o indivíduo quer para a relação.' Mesmo quando pedem ajuda, são outros os motivos que os levam ao terapeuta. 'Queixam-se de disfunções sexuais ou de conflitos, mas percebemos que o que existe é, afinal, um grande problema de intimidade.'

Dê-lhe treino afectivo

Há esperança de aprender as linhas com que se cose a intimidade? O caminho a percorrer é longo e a mulher tem um papel importante. Preste-lhe mais atenção e mostre respeito pela personalidade dele. 'Quando percebemos que a outra pessoa está a tomar atenção ao que dizemos e a respeitar a nossa forma de pensar e valores, sentimo-nos acarinhados. Não é preciso muito mais que isto. A escuta activa faz vir o afecto ao de cima', diz Rosário Gomes. Não pergunte constantemente: 'O que é que tens, fala comigo!' Ele só irá sentir-se mais pressionado. Aceite que há momentos certos para falar. Em vez de o criticar gratuitamente, convide-o a expressar-se: 'O que sentes com essa situação, qual é a tua dificuldade em falar?' Conte-lhe algo muito íntimo para si: um trauma do passado, memórias de infância, a razão das suas tristezas. Assim, encoraja-o a fazer o mesmo.

Não ponha as questões incómodas debaixo do tapete. 'O conflito é necessário e importante para evolução da relação', aponta Rosário Gomes. 'Mas deve ser acompanhado de capacidade de resolução.' Faça-lhe ver que não gostou de um comportamento e o que isso a fez sentir. Dê-lhe oportunidade de se explicar. Proponham soluções que evitem que o mesmo se repita. Procure ajuda profissional. Ele pode sentir-se mais à vontade a sós com o terapeuta, e só depois se passa à ajuda ao casal. 'Temos de identificar se o problema está na individualidade ou na sintonia da relação e da partilha', explica Rosário Gomes.


Cristina Correia/ACTIVA

11.5.12

IS009 "Clitóris"... a ponta do iceberg

No decorrer dos meus relacionamentos com mulheres de todas as idades, tenho reparado que muitas delas pensam que o clitóris, é apenas aquele altinho que se encontra acima da uretra. Como sei que esse altinho é a ponta do iceberg, andei a procurar na net, textos acerca do tema. Encontrei este num site da especialidade, que achei bastante elucidativo. Aquilo a que usualmente chamamos de clitóris, é apenas uma pequeniníssima parte do clitóris. O clitóris completo, é muito maior e maioritariamente, interno. Mas leiam o texto e vejam as imagens que vão certamente tomar conhecimento de pormenores que desconheciam.

O Clitóris

Pense nisto: ao longo de mais de cinco milhões de anos de evolução humana, surgiu apenas um órgão com a finalidade exclusiva de dar prazer: o clitóris. Não é necessário para a reprodução. Não tem a uretra no seu interior, como o pénis possui, e por isso não serve para urinar. A sua única função, o seu singular e maravilhoso objectivo, é fazer a mulher sentir-se bem!!

Infelizmente, precisamente por o clitóris não ter qualquer outra função para além do prazer feminino, a ciência não lhe deu a mesma atenção que dedicou ao pénis. No entanto, ele possui uma característica surpreendente que a ciência acabaria por descobrir: a sua verdadeira dimensão.
Pergunte a alguém onde está situado o clitóris. Provavelmente, a maioria das respostas obtidas será deste tipo: “é aquele pequeno alto por cima dos meus lábios” ou “é o botão debaixo do capot”. Embora estas respostas não estejam totalmente erradas, a verdade é que a maior parte do clitóris está dentro da pélvis, ou seja, o clitóris é mais interno do que externo. Mesmo as mulheres vividas e bem informadas acerca do seu corpo reagem com uma combinação de fascinação e confusão quando descobrem que o clitóris se prolonga muito para dentro delas.

O nome científico do “pequeno botão” externo ou “bolbo” é glande. Não confundir com glândulas. A glande corresponde à pequena massa circular visível. Esta pequena estrutura contém aproximadamente 8000 terminações nervosas. Mais do que qualquer outra parte do corpo humano e quase o dobro da quantidade encontrada na cabeça do pénis! Lendo o trabalho de Marie Boneparte, percebe-se que ela erradamente pensava que o clitóris se limitava à glande; e por esta ser extremamente sensível e a única parte visível do órgão, a sua confusão espelha a que ainda hoje a maioria das mulheres faz. A verdade é que a maior parte do clitóris é interna, composto por dois corpos cavernosos (corpus cavernosum quando nos referimos à estrutura como um todo), dois crura (crus, quando nos referimos à estrutura como um todo) e os bulbos vestibulares do clitóris.

A glande está ligada ao eixo do clitóris interno, que é composto pelos dois corpos cavernosos. Quando o clitóris fica erecto, os corpos cavernosos pressionam a vagina de ambos os lados envolvendo-a num grande abraço!



Os corpos cavernosos também se prolongam, bifurcando-se outra vez para formar os dois crura. Estas estruturas chegam a medir 9 cm, apontando para as coxas quando em repouso e para a coluna quando erectos. Para as visualizar em repouso imagine-as com a forma da fúrcula da galinha (o conhecido “osso dos desejos”).

Junto de cada crus, de cada lado da abertura vaginal, encontram-se os bulbos do clitóris. Estes são internos e estão debaixo dos lábios maiores. Quando se enchem de sangue apertam a abertura vaginal fazendo com que a mesma se projecte para fora. Ao excitar estas minúsculas estruturas, fica-se com uma vagina mais sedenta, apertada e sensível para explorar!
O que significa isto tudo? Bem, para começar, podemos finalmente resolver a antiga questão orgasmo vaginal vs. orgasmo clitoriano.



Em 1953, Kinsey escreveu: “as paredes da vagina são bastante insensíveis na maioria das mulheres… Não há evidências de que a vagina seja a única fonte de excitação, ou até a fonte principal do prazer erótico de qualquer mulher.”

Em 1970, Germaine Greer publicou “A mulher eunuco”, que negava a teoria do Kinsey. Segundo Greer: “É um disparate dizer-se que a mulher não sente nada quando um homem está a mover o pénis dentro da sua vagina. O orgasmo é qualitativamente diferente quando a vagina está preenchida por  um pénis em vez de vazia.”

Curiosamente, ambos tinham razão. A vagina não é a única fonte de excitação, embora para estimular o clitóris interno se possa manipular, mover e explorar a vagina com o pénis ou certos objectos.
Muitas mulheres conseguem atingir o orgasmo sem introduzirem nada na vagina. Elas conseguem pôr o clitóris interno erecto estimulando a glande, os bulbos e os crura, esfregando apenas o exterior. Os corpos cavernosos constituem o tecido eréctil adicional que envolve a vagina e que é extremamente erógeno quando estimulado internamente.

Lembremo-nos que o orgasmo feminino não se resume ao clitóris e à vagina. É muito mais complexo e envolve a acção de múltiplos nervos, tecidos, músculos, reflexos e esforço mental.
Algumas mulheres conseguem atingir um orgasmo só por pensarem nele. Outras atingem o orgasmo só por pressionarem os músculos pélvicos. Considerando todos os componentes envolvidos e a variedade de seres humanos e das suas anatomias, é extremamente importante lembrar que não há duas pessoas iguais. O que funciona numa mulher pode não funcionar noutra. Por outras palavras, tudo é personalizado debaixo do capot.

O que realmente assusta é a quantidade de informação errada que existe nos livros, nos guias médicos e na internet. O triste, é que só a partir de 1990 os investigadores começaram a usar a Ressonância Magnética para estudar a estrutura interna do clitóris. Nessa altura, já toda a complexa estrutura do pénis era sobejamente conhecida.

A urologista Helen O’Connell do Hospital Real de Melbourne decidiu conhecer melhor as terminações nervosas do clitóris usando a ressonância magnética, algo que já tinha sido feito relativamente aos homens e à sua função sexual nos anos 70. Em 1998 publicou as suas descobertas, informando o mundo médico da verdadeira dimensão do clitóris.

Em 2005 a Associação de Urologia Americana publicou um dos relatórios da Dr.ª O’Connell sobre anatomia do clitóris. O dito relatório afirma que “A anatomia do clitóris não tem sido estável ao longo do tempo como seria de esperar. Os factores sociais dominaram fortemente o seu estudo… Alguns dos livros de anatomia recentes omitem a descrição do clitóris. Por comparação, são dedicadas páginas à anatomia peniana.” O relatório também explica como é impossível  perceber a estrutura interna do clitóris apenas com um diagrama. São necessários vários diagramas, para obter um conhecimento abrangente do mesmo.

Infelizmente, só em 2009, os investigadores franceses Dra. Odile Buisson e Dr. Pierre Foldès deram ao mundo da medicina a primeira sonografia 3D do clitóris estimulado. O seu estudo foi feito durante três anos sem qualquer financiamento. Graças a eles, percebemos agora como o tecido eréctil do clitóris cresce e envolve a vagina – uma descoberta inovadora que explica como aquilo que anteriormente foi considerado um orgasmo vaginal é afinal um orgasmo clitoriano interno.



O Dr. Foldès, que realiza cirurgias em mulheres que sofreram mutilação do clitóris, tendo devolvido o prazer a mais de 3000 mulheres circunsizadas, sente-se zangado com a falta de estudos do clitóris.

“Quando regressei a França para tratar a mutilação genital, fiquei espantado com o facto de tal nunca ter sido tentado. A literatura médica demonstra o nosso desprezo para com as mulheres. Nos últimos três séculos há milhares de referências a cirurgias penianas e nada sobre o clitóris, tirando alguns cancros ou na área da dermatologia, e nada para restabelecer a sua sensibilidade. A simples ideia de que exista um órgão dedicado ao prazer é negada, em termos médicos. Nos dias de hoje, se consultarmos os livros que todos os cirurgiões têm, encontramos duas páginas sobre o assunto. Há uma verdadeira excisão intelectual.”

Concluindo... Como se a toda a repressão, influências culturais, culpa, ensinamentos na infância e os medos impostos pela sociedade não fossem suficientes, também temos a política e a medicina a deixarem-nos às escuras. A boa notícia é que investigadores como o Dr. Buisson, Dr. Foldès e Dr.ª O’Connell abriram caminho a um maior conhecimento… e maior prazer!

A esperança renasce… internamente!

Fonte: Museum of Sex

Resumindo, o clitóris é muito maior do que se pensava, também tem erecção como o pénis, e ao abraçar o tubo vaginal, faz com que a penetração seja tão prazerosa. Segundo parece, o que chamávamos de orgasmo vaginal, não é mais do que um orgasmo clitoriano interno… sempre a aprender.

7.5.12

IS008 Sexo anal... 10 respostas

Andei a pesquisar textos acerca do sexo anal. Encontrei vários, e vou publicá-los em próximas publicações. Vou começar por este que me pareceu bem elucidativo. Está escrito em Português (Brasileiro), mas dá bem para entender.

Sexo Anal… Respostas a 10 perguntas frequentes

O Terra levantou 10 perguntas frequentes quando o assunto é sexo anal. Para responder, foram convidados três especialistas: a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins, do Rio de Janeiro, autora do livro A Cama na Varanda (Best Seller); o urologista, sexólogo e terapeuta sexual Celso Marzano, diretor do Cedes (Centro de Orientação e Desenvolvimento da Sexualidade), autor do livro O Prazer Secreto (Editora Eden) sobre sexo anal; e a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello.

1) Sexo anal dói? Por quê?

A crença de que a estimulação anal, principalmente o coito, tem de machucar ou doer é falsa. A maioria dos praticantes do sexo anal não tem dor alguma. Esse medo assusta e afugenta a maioria das pessoas desta prática sexual. Entre os homossexuais, cuja prática anal é constante, a dor é praticamente ausente. Se presente em pequena intensidade e só na penetração, não atrapalha o prazer. Portanto, Marzano alerta: sempre que existir dor significa que algo está inadequado naquele momento.

2) Com o tempo a dor passa?

Tudo o que acontece na vida, tanto as experiências positivas quanto as negativas, influenciam as emoções e a resposta sexual. Experiências sexuais traumáticas, por exemplo, marcam e sempre são lembradas em ocasiões semelhantes. No entanto, o fato de ter ocorrido dor ou desconforto em certa ocasião sexual (como sexo anal) não significa obrigatoriamente que as mesmas sensações voltarão. Não é somente o desejo de ter uma relação anal que impede o desconforto. São necessários outros parâmetros para o total relaxamento muscular.

Uma tensão anal crônica por obstipação, fissuras anais ou hemorróidas inflamadas são as causas mais comuns de desconforto durante o sexo. A tensão pode diminuir com manobras tipo toque digital na pele ao redor do ânus, por lubrificantes à base de água, por respiração relaxante, pela certeza de que o parceiro não será intempestivo e agressivo ou por masturbação simultânea. Em resumo, qualquer actividade que tire a ideia da dor poderá ter como resultado uma nova oportunidade erótica, com maior entrega sexual, sem dor ou traumas, independentemente de antecedentes desconfortáveis.

3) Mulheres podem ter prazer com o sexo anal?

Homens e mulheres podem e chegam ao orgasmo com frequência no sexo anal, segundo os especialistas. Marzano conta que, em entrevistas com praticantes, muitos relatam orgasmos com uma estimulação genital concomitante. Outros não chegam ao ápice, mas não veem nisso uma derrota, e sim uma forma de aproximação, carinho e amor. As mulheres têm maior possibilidade do orgasmo quando praticam contrações musculares da vagina e da região pélvica, que aumentam a sua excitação, somada ao efeito da fantasia excitante de estar sendo penetrada. "Estimular o clitóris também é um caminho para se chegar ao orgasmo no sexo anal", diz Carla Cecarello.

A excitação aumenta também no sexo anal quando os participantes estão envolvidos em muita fantasia e imaginação. Segundo Marzano, existem depoimentos claros, tanto de homens como de mulheres, que relatam ter orgasmos sem qualquer outra estimulação concomitante. A experiência, a excitabilidade e a erotização individual do ser humano, portanto, é que determinam estas diferenças na resposta sexual.

4) Existe uma posição ideal?

A melhor posição sexual para a prática do sexo anal é aquela em que os parceiros ficam descontraídos e relaxados. A tentativa e o experimentar são válidos para se saber qual é a melhor posição dos corpos, em que a penetração é facilitada, sem dificuldades e sem dor. Estes são os parâmetros para uma realização sexual também no sexo anal. Segundos os praticantes, uma posição confortável é deitado lado a lado (o penetrado fica de costas para o parceiro).

5) É preciso usar camisinha sempre? Por quê?

A camisinha é a melhor prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis e o mais importante recurso na prevenção contra a Aids. No Brasil, são fabricadas cerca de 25 milhões de unidades por mês. Deve ser usada para evitar que o sangue, esperma e outras secreções passem de um parceiro para o outro. "No sexo anal, seu uso é obrigatório, já que a mucosa anal absorve facilmente vírus e bactérias. Além disso, há restos de fezes que podem entrar no canal da uretra, se depositar ali e causar coceiras e corrimentos no homem", explica Carla.

Mas nem sempre o método é bem aceito pelos parceiros, que alegam diminuição do prazer. "Fala-se, popularmente, que é como chupar bala com papel, o que não é verdade, devido à alta qualidade dos preservativos atualmente, com texturas apropriadas e espessuras muito finas, que não tiram o prazer nem diminuem a sensibilidade", completa Marzano.

6) A vagina pode ser penetrada após o sexo anal?

Nunca após a penetração anal deve existir penetração vaginal. Também a manipulação com os dedos no ânus nunca deve ser seguida de manipulações vaginais. Tanto o pênis, como os dedos e vibradores, se penetrados no ânus, com ou sem camisinha, são contaminados com fezes ou com secreções fecais, nem sempre visíveis, e não devem ser sugados ou penetrados na vagina ou na boca. De acordo com Marzano, essas contaminações e infecções podem ser graves levando a consequências sérias, como infertilidade, pelviperitonite (infecção da região da bacia e abdome) com ou sem cirurgia, dores e tratamentos longos com antibióticos.

7) Sexo anal causa hemorroida?

Sexo anal, ao contrário do que muitos imaginam, não provoca hemorroidas, segundo Marzano. "Isso é mito, vem de uma crença e de educação preconceituosas de que o sexo é só para reprodução, portanto, só vaginal." Entretanto, se o sexo anal for praticado no período de inflamação da hemorroida, agravará o quadro, além de causar muita dor.

Hemorroidas são tecidos que contêm veias e que estão localizados nas paredes do reto e do ânus. Podem inflamar e desenvolver um coágulo sanguíneo (trombo), sangrar ou tornar-se dilatadas e protuberantes. As que permanecem no ânus são denominadas hemorroidas internas e aquelas que se projetam para fora do ânus são as externas. "Mais de 80% da população convive com elas, mas, por medo ou vergonha, poucas pessoas procuram ajuda médica", relata o urologista.

8) É possivel defecar durante o sexo anal?

Segundo especialistas, é difícil. Se houver o preparo anterior com uma evacuação, não existe o risco de defecar no ato.

9) Se o sexo anal se tornar frequente, é possível ter afrouxamento do ânus e consequente incontinência fecal?

Isso é raro nessa prática sexual. O ânus tem dois esfíncteres musculares em forma de anel que funcionam de forma independente. O esfíncter externo é voluntário (você tem controle dele), já o interno é involuntário. No primeiro, o controle é similar ao dos músculos da mão, isto é, você contrai e relaxa quando quiser. O outro esfíncter é controlado pela parte autônoma do sistema nervoso central, como os músculos do coração. Ele reflete e responde ao medo e à ansiedade durante o sexo anal.

Marzano explica que, quando ocorre uma penetração sem que o indivíduo esteja preparado, com os músculos dos esfíncteres contraídos, pode ocorrer trauma com ruptura de fibras musculares, gerando dor ou sangramento. Para um relaxamento melhor no ato sexual, muitas vezes um treinamento prévio ajuda. Treinar no banho com a introdução do dedo. "Com o tempo, os músculos responderão à sua vontade, simplesmente conforme você for prestando mais atenção àquela região que você pretende relaxar", ensina o médico.

10) O homem que gosta de ser acariciado no ânus pode ser considerado homossexual?

De forma nenhuma. A região de nádegas e ânus é igual em homens e mulheres, e as sensações ao toque são as mesmas", explica Marzano. Regina Navarro Lins diz que hoje os homens têm menos pavor de serem estimulados nessa parte do corpo do que antigamente, quando não deixavam chegar perto, já que associavam isso à homossexualidade. "Recebo muitos e-mails de mulheres contando que o parceiro pediu para acariciar o ânus ou penetrá-lo com o dedo. E também de homens dizendo que não são gays, mas gostam disso." Existe uma preocupação muito grande que isso esteja ligado com a homossexualidade, mas, segundo a sexóloga, não existe relação. "A homossexualidade é caracterizada pela escolha do objeto do amor do mesmo sexo. Além disso, a região anal é uma área com muitas terminações nervosas, altamente erógena para homens e mulheres.

Rosana Ferreira
www.terra.com.br

Depois de ler este texto, e segundo a minha experiência, o principal motivo para se sentir dor no sexo anal, (sobretudo na primeira vez) ou depois de já se ter experimentado e ter doído, é o medo. Quando a mulher confia no parceiro, e sabe que ele não vai enfiar o piço à bruta por ali a dentro, perde o medo e isso faz com que os esfíncteres externo e interno se relaxem.

Como diz o texto, o esfíncter externo é controlado voluntariamente, mas o interno não. Ou seja, só se a mulher não estiver com medo e confiar no parceiro, é que é possível relaxar o esfíncter interno. Por isso, quando doi, não se deve forçar, e deve-se esperar que o esfíncter relaxe para prosseguir a penetração. Se apesar de doer, insistirmos na penetração (tipo Taveira), acabamos por danificar algo, e a partir daí já não se conseguirá uma penetração prazerosa.

Isto explica, porque é que há mulheres que não sentem dor quando são penetradas pelo meu enorme gostoso, e sentem dor quando são penetradas por piços mais pequenos. Tem tudo a ver com a confiança no parceiro, e claro, com toda a preparação anterior, que engloba a vontade, a tesão, a lubrificação e a penetração com o dedo.

Resumindo, é preciso que a mulher esteja calma e confiante, e com muita vontade de ser penetrada no ânus. Sem estarem reunidas estas condições, é normal que o inicio da penetração anal seja algo dolorosa.