Essa moçoila teria que ter algumas características que à partida me facilitasse o engate. Deveria ser alguém que estivesse vestida de forma sensual e provocadora, porque mostra interesse em atrair o sexo oposto, que não caminhasse muito depressa, porque quem se desloca com pressa vai para algum destino e me despacharia rapidamente se eu tentasse algum tipo de interpelação. Convinha ser jovem, já que as jovens adoram grisalhos e estão mais predispostas a uma curtição sem compromissos. Como passei o dia a ver mulheres loiras de olhos azuis e como eu gosto de saborear produtos característicos das regiões que visito, estava traçado o perfil da candidata.
Procurava mulher sozinha, loira, jovem, podre de boa, provocante, e que aparentasse não estar com pressa. Como estava friozinho, não se viam mulheres com as pernocas à mostra. As mulheres na sua maioria, tinham botas altas e casacos vestidos. Ao fim de algum tempo, vejo um avião de cabelos compridos loiros, que caminhava com passo calmo, e fazia paragens nalgumas montras de pronto a vestir. Arranjei forma de me cruzar com ela, e pedi-lhe lume com um cigarro na mão. Ela olhou para mim com um sorriso simpático. Tinha uns olhos azuis muito clarinhos, cabelo loiro cor de palha e um sorriso lindo. Como não conseguia abrir a mala apenas com uma mão, levantou uma perna para servir de suporte à mala e poder procurar o isqueiro com as duas mãos. Quando a perna saiu pela racha do casaco que lhe dava pelos joelhos, vi a perna deliciosa, nua e branquinha. As botas chegam-lhe pouco acima do joelho, e do fim das botas até se perder de vista, não tinha mais nada. Se tinha saia, era mesmo muito curtinha.
Quando ela baixou a perna já com o isqueiro na mão para me dar lume, eu ainda estava a olhar para o sito onde a perna desapareceu para dentro do casaco. Queria que ela visse que tinha reparado nas pernas dela. Olhei-lhe rapidamente para os olhos, fingindo disfarçar por ter sido apanhado a olhar-lhe para as pernas. Sorri-lhe com um sorriso envergonhado. Ela estendeu-me o isqueiro com um sorriso maroto. Acendi o cigarro, e perguntei-lhe se ela conhecia algum bar simpático e acolhedor onde pudesse provar cervejas de qualidade. Ela disse-me que havia um bem giro, a dois quarteirões e como era na direção para onde ela ia, podia acompanhar-me até lá. Maravilha, melhor era difícil.
Seguimos os dois lado a lado. Ela perguntou de que nacionalidade era eu e o que fazia na cidade. Disse-lhe que tinha ido visitar uma exposição de equipamentos e tecnologia para decoração de interiores. A conversa começou a fluir, ela tinha 27 anos e fazia um mestrado em design, e tema não nos faltou. Chegados à porta do bar, convidei-a para beber uma cerveja e aconselhar-me as melhores cervejas.
A rapariga parecia uma esponja a beber cerveja, e a conversa estava animada. Eu, sem jantar e com umas imperiais no bucho já começava a sentir o efeito do álcool. Disse-lhe que ainda não tinha jantado e que as cervejas estavam a fazer efeito. Como ela também não tinha jantado, convidei-a para jantar. Disse que gostava de me levar a um outro bar onde se podia comer bem e onde tinha mais variedade de cervejas, e lá fomos nós mais para lá do que para cá, com muita risada e conversa animada.
Durante o jantar eu disse-lhe que era musico, e ela disse-me que andava a aprender a tocar guitarra e que tinha uma guitarra em casa. Conversa para cá, conversa para lá, e lá fomos nós para casa dela um bocado bêbados, para eu lhe ensinar músicas dos Pink floyd, Simply Red e Seal.
A casa dela era um barco estacionado num dos principais canais de Amesterdam. Casa fantástica. Com vidros enormes e com vista para o rio. O barco até tinha uma plataforma tipo varanda com plantas (Foto 743). Uma maravilha mesmo. É engraçado estarmos num país estranho, com alguém que mal conhecemos, e entramos numa casa completamente estranha. Perguntei-lhe onde era o wc, já tinha as primeiras jolas para despejar. O wc dela era muito engraçado. Ao acender o interruptor da luz, acenderam-se montes de luzinhas às cores nas paredes. A iluminação da casa de banho era composta por vários conjuntos de luzinhas de árvore de Natal, presas às paredes com fita-cola.
Quando cheguei à sala, ela já estava de roupão e com mais dois copos de cerveja, e a enrolar um charro. Vi uma guitarra ao canto da sala e agarrei nela. Depois de afinar a guitarra, comecei a dedilhar umas músicas, enquanto fumávamos o charro. Ela movimentava-se e o roupão deixava ver umas pernas lindas. Ela estava encantada com as músicas que eu sabia tocar e cantar. Depois foi a vez de ela mostrar-me o que sabia tocar.
(Continua no próximo post)