Seduzir com prazer

Ao criar este blogue, a ideia foi partilhar a minha experiência adquirida ao longo de 20 anos de frequência em sites, chats e redes sociais. Teclei, conversei, conheci muitas pessoas e vivi experiências que foram a vertente prática da minha aprendizagem. A net, com a possibilidade de nos relacionarmos anonimamente, veio trazer novas formas de interagirmos uns com os outros.

O objetivo deste blog é, através da partilha, ajudar a que todos nós compreendamos melhor esta nova realidade (Para mim, com início por volta do ano 2000), e com isso estimular a reflexão de temas como o amor, o sexo e os relacionamentos em geral. Assim, publicarei algumas histórias por mim vividas, reflexões, informação que ache relevante, históricos de conversas, e algumas fotos sensuais de corpos de mulheres com quem troquei prazer e que tive o privilégio de fotografar. Todos os textos e fotos que vou publicando, não estão por ordem cronológica, e podem ter acontecido nos últimos 20 anos ou nos últimos dias. Todas as fotos e conversas publicadas, têm o consentimento dos intervenientes.

As imagens publicadas neste blogue estão protegidas pelo código do direito de autor, não podendo ser copiadas, alteradas, distribuídas ou utilizadas sem autorização expressa do autor.


2.5.10

Conversa 003 Tatiana 36 C01

xarmus - o que torna difícil o relacionamento entre os homens e mulheres... é que as mulheres precisam de gostar para ir para a cama... e os homens precisam de ir para a cama para gostar.
xarmus - também há outra maneira de ver a diferença entre o homem e a mulher em relação a sexo…. É que a mulher precisa de um motivo para ir para a cama… e o homem precisa de um buraco.
Tatiana – pois mulher é diferente do homem
xarmus - mas as mulheres que só fodem se estiverem apaixonadas... também se apaixonam quase todas as semanas… é que como a sociedade condena esse comportamento nas mulheres… se elas se disserem apaixonadas ou até se pensarem que estão… legitimam o sexo sem se sentirem muito mal com isso… mas isto tudo já está a mudar muito rapidamente… e ainda bem.
Tatiana – mas vc quer logo começar pelo fim
Xarmus - eu acho que começo mesmo é pelo principio... porque se na cama não funcionar.... não funciona para mais nada… e aí nem precisamos perder mais tempo.
Xarmus - imagina sair 5 vezes com uma mulher... e depois de ir para a cama com ela sentir que não funcionamos bem na cama? Já viste o tempo perdido ??
Xarmus - é o sexo que traz o amor... e é o amor que traz a compreensão e as cedências de parte a parte… para um casamento poder funcionar bem
Tatiana - tens razão talvez esteja certo
Xarmus - casamentos ou relacionamentos onde o sexo não funciona.... não têm grande futuro
Tatiana – certo e quando e que nao funciona?
Xarmus - quando não é bom para os dois ou para um dos dois
Tatiana – sei
es mesmo um sexologo
entendido mesmo do assunto
ja estou ate aprendendo mais contigo
xarmus - eu já tive sexo com mulheres que mal conheço.... e que depois de ter sexo.... sei perfeitamente que era impossível gostar delas... e também já tenho tido sexo com mulheres que conheci há 1 hora atrás... e que tenho a noção que era perfeitamente possível apaixonar-me por elas… o sexo é muito importante num relacionamento. Os cheiros, a pele, o modo como interagem as duas pessoas… como se complementam…
Xarmus - se precisares de um consultor técnico nas áreas do amor e do sexo.. podes contar comigo... e podes pagar as consultas em géneros… com o corpinho… hehehehehehehe
Tatiana – vamos pensar nisso.

Conversa 002 Berta 34 C01

xarmus diz: de qualquer modo...devíamos de nos comer antes de ires para o Sul
Berta 34 diz: é só durante o verão nao acredito q isto dure
xarmus diz: pois... infelizmente... se ele não mudar... vai ser dificil
xarmus diz: era bom é que ele atinasse
Berta 34 diz: era mas é dificil.. está muito agarrado à bebida e à vida nocturna
xarmus diz: e tu merecias esse esforço da parte dele
xarmus diz: o gajo é burro mesmo... com uma mulher como tu.....a desperdiçar os melhores anos de vida
Berta 34 diz: ele está disposto a tentar vamos ver
Berta 34 diz: era giro dizer-lhe isso a ele
xarmus diz: se quiseres... eu digo-lhe
xarmus diz: dá-me o contacto que eu falo com ele...ele nem sabe o que tem
xarmus diz: e tu até gostas dele mesmo assim...
xarmus diz: é mesmo burro
Berta 34 diz: nao posso como justifico? este é o luis uma das melhores quecas da minha vida
Berta 34 diz: ele passava-se
Berta 34 diz: nao é assim tao aberto e é bué ciumento
xarmus diz: podias dizer que sou um amigo...só amigo
xarmus diz: e eu diza-lhe que te tinha tentado papar e que tu nunca foste nisso porque eras apaixonadona por ele
Berta 34 diz: Agora deste em sto antonio?
xarmus diz: é que ele é mesmo burro com uma mulher maravilhosa... não aproveitar a oportunidade... que provavelmente ....nunca mais vai ter na vida
xarmus diz: sempre fui... gosto de ajudar... e tu gostas dele, é uma pena não atinarem
Berta 34 diz: lindo só tu me fazes rir
Berta 34 diz: se eu precisar aviso-te e desde já agradeço
Berta 34 diz: es um amigo a sério
xarmus diz: na boa... se precisares... eu falo com ele

1.5.10

Foto 005

R001 Mentiras

Do mesmo modo que há gente que aproveita o anonimato para ser genuíno e não ter que usar a mascara do dia-a-dia, se mostra como realmente é, diz o que pensa sem hipocrisias e não está para fazer fretes dizendo que sim ou que não só para agradar, também há gente que se serve do anonimato para mentir e enganar descaradamente, ou adopta um personagem para conseguir atingir os seus objectivos.

Quem usa esta postura, normalmente não tem nada de bom dentro de si para mostrar, e por isso não se mostra como é mas como gostaria de ser, ou vai transformando o seu personagem ao sabor do que lhe é mais conveniente.

A mentira, a falsidade e a hipocrisia fazem parte do nosso dia-a-dia, e todos nós estamos habituados a conviver com isso, mas na net, essa forma de estar atinge contornos bastante perigosos, principalmente porque são muito difíceis de detectar e porque os efeitos são simplesmente devastadores.

As personagens que cada um encarna, são criadas e testadas ao longo do tempo, e aperfeiçoadas à medida que certos aspectos vão sendo desmascarados. Um gajo inventa um nome bonito, uma profissão pomposa e que seja atraente a uma mulher, um estado civil conveniente, e um enredo à volta da sua vida que lhe permita manter afastadas da sua vida privada as possíveis pretendentes. Se alguma coisa falhar com uma namorada ou amiga colorida, na próxima esse aspecto já está corrigido. Ao fim de dez namoradas, a personagem está suficientemente testada, e é muito difícil alguém conseguir detectar falhas ou incoerências no enredo que lhe é apresentado. Tudo bate certo, e há respostas na ponta da língua para qualquer questão que se lhes ponha.

Outro factor que torna a mentira e a falsidade muito fáceis de praticar na net, é que enquanto na vida real uma pessoa que engana outra tem que viver com a vergonha de ter sido desmascarado, e encarar as pessoas que enganou, na net, caso as coisas corram mal, o salafrário só tem desaparecer de vez e nunca mais ninguém lhe põe a vista em cima. Muitas vezes nem sequer chega a ser confrontado com a mentira, porque desaparece antes de rebentar a bronca.

Se há homens que optam pela mentira para conseguirem os seus objectivos, também algumas mulheres que estão interessadas em arranjar um namoro com continuidade ou mesmo um companheiro para viverem ou casarem, mentem em relação ao seu passado recente.

Enquanto as mulheres que vivem sozinhas e assim querem continuar, assumem os namoros ou amigos coloridos que tiveram ou ainda têm, as que pretendem um relacionamento continuado contam uma história bem diferente. Como a ideia é arranjarem um relacionamento fixo, e sabendo que a generalidade dos homens não gosta de mulheres muito usadas para suas companheiras e mãe dos seus filhos, não arriscam prejudicar um possível relacionamento com alguém por quem estão interessadas, e escondem a quantidade de relacionamentos que têm tido desde que estão separadas.

A história é muito semelhante de umas para as outras. Estão separadas há determinado tempo, e desde aí até agora nunca tiveram com mais nenhum homem, porque ainda estão muito magoadas com a separação ou ainda não encontraram alguém que lhes interessasse conhecer, e o interlocutor é sempre o primeiro homem pelo qual elas se mostram interessadas em marcar um encontro. Dizem que não procuram sexo na net e que não são mulheres de quecas, mas não excluem a hipótese de um relacionamento mais íntimo caso o interlocutor lhes desperte interesse nesse sentido.

Mas para se perceber melhor as razões e as vantagens de se mentir a coberto do anonimato, e as consequentes desvantagens para quem é enganado, nada melhor que contar algumas historias vividas por amigas minhas e que fui acompanhando à medida que se desenrolavam. (ler H003 Viver à conta e H004 Mentiras perigosas)

xarmus

Foto 004

H004 Mentiras perigosas


H004 Mentiras Perigosas

Um dia conheci uma rapariga de 33 anos que estava separada há dois anos, e vivia sozinha com um filhote de 7 anos. No decorrer das nossas conversas de msn, fomo-nos conhecendo mutuamente e fomos cimentando uma amizade que rapidamente se tornou colorida. Inicialmente ela disse-me que não tinha amigos coloridos e nem era isso que procurava na net, mas conforme me foi conhecendo melhor, e depois de eu lhe ter dito que não estava interessado em relacionamentos sérios, e de ela ter visto que eu era um homem completamente liberal e despreconceituoso, lá me confessou que já tinha tido uns amigos coloridos.

Apesar de darmos umas quecas de vez em quando, e de mantermos um relacionamento com alguma frequência de encontros, partilhávamos um com o outro as historias dos engates que íamos fazendo na net. Nunca me levou a mim ou qualquer outro amigo colorido a casa dela, porque vivia com o filho e não queria que o filho conhecesse nenhum amigo colorido. Dávamos umas quecas bem desinibidas com muita cumplicidade, e até trocávamos conhecimentos adquiridos com outros parceiros, mas nunca passámos para um envolvimento mais amoroso, era mesmo só sexo e amizade.

Lembro-me de um dia estar a penetrá-la por trás, e já doidinho de lhe ver o buraquinho do rabinho a rir-se para mim, lhe ter perguntado se me deixava papar-lhe o cuzinho, ao que ela me respondeu que não gostava, e que já tinha tentado com o ex-marido mas que lhe tinha doido muito e que não queria voltar a experimentar. Um dia telefonou-me:

M - está Luis?
L – sim...
M – queria pedir-te um favor...
L – Claro linda... diz
M – a semana passada conheci um homem maravilhoso, já saímos 3 vezes e ele está apaixonado por mim, e eu também estou apaixonada por ele, foi amor à primeira vista, e queria pedir-te que não me contactasses. Ele não sabe das minhas amizades coloridas, e não me convinha nada que me contactasses ou enviasses aquelas tuas mensagens depravadas porque ele pode apanhar alguma coisa e eu estava logo lixada.
L – Claro linda, fico muito feliz por ti. És uma querida e mereces tudo de bom desta vida. Podes ficar descansada que eu não volto a contactar-te.
M – É possível que possamos conversar às vezes pelo msn, não queria perder o contacto contigo, mas não quero ter mais sexo contigo. Estou apaixonada e não lhe quero ser infiel. Entendes isso?
L – entendo isso perfeitamente. Mas isso não foi assim um pouco precipitado? Se só o conheces há uma semana...
M – Eu sei, mas foi assim uma química que eu nem te sei explicar, mas ele é a minha alma gémea, eu sinto isso... sabes como é?
L – Sei, mas também fico preocupado contigo. Acho que devias ir com calma até o conheceres melhor. Como costumo dizer às amigas, dá a cona mas não dês o coração. Já pensaste se ele só quer dar umas quecas e se depois te deixa pendurada?
M – Nem penses nisso... eu sinto que ele está doidinho por mim. Achas que são todos como tu? Que só queres comer as gajas e que não queres nada de sério? Ele é de boas famílias e é um homem de princípios, e quer um relacionamento sério comigo.
L – Mas tens contactos dele? Sabes onde vive? Onde trabalha?
M – Ele está em processo de divórcio e não quer que eu o contacte para casa, porque não quer que a mulher dele saiba que ele tem um relacionamento, mas daqui a 2 meses já vai estar divorciado e vamos poder assumir o nosso relacionamento... estou tão feliz.
L – ok linda. Tudo bem, desejo-te as melhores felicidades. Vai dizendo alguma coisa pelo msn quando estiveres sozinha.
M – Eu vou deixar de usar aquele msn, mas se puder ligar eu vou dizendo coisas. Beijos
L – Beijos
Durante umas 3 semanas nunca mais ouvi falar dela. Um dia estava a trabalhar com o msn ligado, e entrou ela a enviar um beijinho.
L – Olá linda… tudo bem contigo?
M – Está tudo óptimo. Vim dar-te uma novidade... o Carlos pediu-me em casamento. Estamos a pensar casar daqui a 3 meses. O divórcio dele está quase concluído e depois vamos poder casar. Depois posso conhecer a filhota dele. Temos passado dias juntos, e ele já dormiu umas vezes cá em casa, é um querido para o João e o João gosta muito dele também. Estou tão feliz... já tinha perdido a esperança de encontrar alguém para refazer a minha vida.
L – Que maravilha linda... fico feliz por ti. E já sabes mais alguma coisa dele? Onde trabalha? Já lhe ligaste para algum número fixo?
M – Não... ele não gosta que lhe liguem para o trabalho. Ele é arquitecto e tem uma empresa. Às vezes é a secretaria dele que me liga e depois passa-lhe a chamada: - vou passar ao senhor arquitecto.
L – sim... mas isso não quer dizer nada. E o número fica registado no teu telemóvel?
M – não... é numero anónimo... mas qual é o teu problema? Lá tas tu a desconfiar de tudo e de todos... cá para mim estás com ciúmes.
L – não estou nada linda... só continuo a pensar que devias ter mais informações acerca dele. Teres um número fixo... saberes onde ele trabalha... teres qualquer coisa mais palpável sem ser só um número de telemóvel... já conheci muita gente na net e sei montes de histórias idênticas que acabaram mal. Já pensaste que se ele quiser desaparecer nunca mais tens maneira de saber dele?
M – Já te expliquei que ele não gosta que lhe telefonem para a empresa nem para casa por causa do divórcio dele que ainda não está concluído. Mas tu achas que eu sou parva?... se não fosse verdade eu já tinha dado por isso. Pensas que são todos como tu que só queres dar umas quecas? Ele é um querido, e já me pediu em casamento e tudo. Vamos passar a lua-de-mel às Maldivas... estivemos a ver sites na net aquilo é lindooooo. Uma água transparente e quentinha. Vamos para um resort construído em cima da água, em que o chão dos quartos é de vidro e vê-se os peixinhos por baixo do chão... e levam-nos o pequeno almoço ao quarto com montes de flores... estou tão feliz... Bem, tenho que desligar... beijocas boas.
L – beijocas linda... e fico muito feliz por ti... sério que fico.
M – Eu sei lindo... tu és um querido, mas às vezes és muito desconfiado... beijos
L – beijocas linda... Tudo de bom para ti. Desejo-te muitas felicidades.

Durante cerca de um mês não soube mais nada desta minha ex-amiga colorida. Até cheguei a pensar que afinal na net também havia histórias com final feliz, que diga-se de passagem, é raríssimo mas também há. Uma noite, recebo um telefonema dela. Não se percebia quase nada do que ela dizia no meio do choro e de tantos soluços:
M – Luis... preciso muito de falar contigo.
L – O que aconteceu linda?
M – Foi o Carlos... aquele estúpido enganou-me.
L – Mas enganou-te como? Com outra?
M – Não... enviou-me uma mensagem a dizer que ainda amava a mulher e que fez as pazes com ela, e para eu o esquecer. Passei o dia a tentar falar com ele e nunca me atendeu, e depois enviou-me outra mensagem... horrível, a dizer para eu não o chatear mais, que nunca gostou de mim, que só me quis comer, e que eu sou burra mesmo.
Não paro de chorar há 2 dias, não como nada e faltei ao trabalho, a minha vida desabou como num terramoto. Preciso muito de ti, de falar contigo, estou na cama há dois dias.
L – onde está o teu filho?
M – está na minha mãe, ele não me pode ver assim.
L – Queres que vá aí a casa e levo alguma coisa para comeres?
M – Fazias isso por mim? És um querido. Não precisas de trazer comida, não consigo comer nada.
L – Claro linda... tudo bem. Dá-me duas horas que já apareço aí… telefono-te pelo caminho para me dizeres onde moras, e tens que me prometer que tentas comer alguma coisa.
M – Está bem Luis... eu tento. Não consigo dormir, não consigo comer, estou-lhe com um ódio de morte... vê lá tu que aquele grandessíssimo cabrão até o cu me comeu. Eu dei-lhe tudo. O que é que eu vou dizer ao meu filho? Como vou explicar o desaparecimento do Carlos?
L – Tem calma... já falamos melhor. Deixa-me preparar aqui as coisas e seguir para baixo... até já.
Pelo caminho fui a pensar como é possível alguém fazer isto a outra pessoa? Tinha conhecimento de histórias parecidas, de gajos que mentem para conseguirem o que querem, mas com esta crueldade nunca tinha visto. Quanto mais pensava, mais entendia o porquê disto tudo.

O gajo apareceu na vida dela e acabou logo com a concorrência, tinha a menina às ordens sempre que queria estar com ela, jantava e dormia em casa dela, nunca precisou de pagar motel, andou a comer uma mulher apaixonada com tudo o que isso representa em termos de entrega, sem ter que comprar preservativos, e ainda lhe comeu o cu. Desapareceu cobardemente sem deixar rasto e sem ter que enfrentar a situação.

Ele conseguiu dela coisas que eu com a minha sinceridade nunca consegui. De facto, as circunstâncias provam que existem fortes razões para um homem mentir. Mentir compensa, e é por isso que tanta gente anda a mentir na net. Eu que nunca tive nada do que ele teve, ainda tenho que ir ajudar a dama a recuperar do embate, e dar-lhe o ombro amigo, apesar de tanto a ter avisado de que isto podia acontecer. É claro que estas coisas também acontecem fora da net, mas não com esta facilidade e principalmente com esta impunidade. O homem desaparece com a maior das facilidades e no dia seguinte parece que nada se passou, e pode procurar uma próxima vítima para repetir tudo novamente.

25.4.10

Foto 003

H003 Viver à conta

H003 Viver à conta

Um dia uma amiga minha conheceu um homem maravilhoso que vivia no Porto. Conheceram-se através da net num site de relacionamentos e como se apaixonaram um pelo outro, iniciaram um namoro. A Sofia, que tinha amigos coloridos até começar a namorar com ele, despachou-os todos porque era um namoro à séria, com direito a fidelização de parte a parte, e com casamento à vista assim que ele concluísse o divórcio e se transferisse para Lisboa.

Ele ia a Lisboa uma vez por semana em trabalho, e dormia em casa da minha amiga Sofia sempre que estava em Lisboa. Normalmente era de segunda para terça, mas se tivesse que ir a Lisboa noutro dia, era só aparecer em casa dela, uma vezes avisando e outras vezes de surpresa, porque a Sofia e a casa dela estavam sempre à disposição do querido. Chegava por volta das 20 horas, seguia-se um jantarzinho bem romântico cozinhado com muito amor e carinho pela namorada, e acabavam a noite na cama com um sexozinho bem apaixonado e naturalmente desprotegido. Ela nunca tinha contacto com ele nas noites em que ele estava no Porto, porque ele ainda estava casado e a viver com a mulher de quem tinha dois filhos lindos. Durante o dia trocavam mensagens de amor e falavam ao telefone sempre que ele não estava em reuniões. Ela estava muito feliz com isto tudo, estava prestes a realizar o sonho da vida dela que era arranjar um marido e constituir família, e tudo estava a correr às mil maravilhas.

Um dia, ela recebeu uma das muitas mensagens apaixonadas que ele lhe enviava durante o dia, e reenviou para uma amiga que frequentava também o mesmo site de relacionamentos, dizendo que estava muito feliz com o namoro dela e que o querido era um homem muito apaixonado por ela. Recebeu de imediato um telefonema da amiga a quem tinha enviado a mensagem, a dizer que também tinha recebido uma mensagem igual do namorado dela. Depois de confrontarem mais mensagens recebidas pelos respectivos namorados e de conversarem acerca deles, perceberam que namoravam com o mesmo gajo, e que ainda por cima recebiam as mesmas mensagens nos mesmos dias. A diferença é que ele dormia em casa de uma delas de segunda para terça, e na casa da outra de quinta para sexta. Depois de lhe bisbilhotar o telemóvel e de ter conseguido ver mais dois contactos para quem ele enviava as mesmas mensagens que enviava às duas, a minha amiga ligou a estas duas mulheres, e ficou a saber que ele dormia em casa das outras duas de terça para quarta e de quarta para quinta respectivamente. No decorrer destas conversas com estas duas concorrentes, conseguiu o número de telemóvel de uma ex namorada dele que lhe explicou como ele funcionava. Chegou à triste conclusão que o bandido tinha a sua base em Lisboa em casa dos pais, os filhos estavam com a ex mulher, e ele mantinha namoro em simultâneo com quatro raparigas que viviam sozinhas em casa própria, e relacionava-se com as quatro de forma idêntica, contando mais ou menos a mesma história, e enviando as mesmas mensagens a todas. Jantava, quecava, e dormia todos os dias em casa de cada uma delas, e no dia seguinte depois de um bom banhinho e de um excelente pequeno-almoço, ia trabalhar (em Lisboa). Ao fim do dia, lá ia ele de malinha aviada para casa de outra para ser apaparicado com tudo do bom e do melhor. Casa, comida, coninha e roupa lavada.

De salientar que estas moçoilas todas se esmeravam nas refeições e nas condições de vida que proporcionavam ao seu futuro marido. Para além de se preocuparem com uma boa comidinha, e tratarem da roupinha do menino, esmeravam-se para lhe dar prazer na cama, fazendo as vontadinhas todas e provando ao menino que eram a mulher ideal. Enfim, hotel de 5 estrelas, com serviço de quarto e criada para todo o serviço, com acompanhante de luxo exclusiva incluída. Isto tudo de borla, evidentemente. Agora digam-me lá se não vale a pena enganar umas moçoilas, fingir paixão e prometer o céu e a terra para usufruir disto tudo gratuitamente? Este exagerou um bocadinho porque tinha quatro, e ainda por cima engatou 2 delas no mesmo site, mas gajos a usufruir disto tudo de uma só mulher, há muitos.

Quando as minhas amigas me dizem que não percebem porque é que os homens mentem, e são falsos, ou se fingem apaixonados quando na verdade não estão, eu costumo dizer... eu sei, queres que te faça um desenho ou preferes uma lista?

22.4.10

Foto 002

H002 Espalhanço

Um dia marquei um encontro com uma mulatinha de 28 anos, bem gira, que dava pelo nome de Joana. Já tínhamos teclado no msn, e depois de umas conversas bem tesudas, marcámos um jantarzinho para nos conhecermos ao vivo, e se nos desse a vontade, nos embrulhávamos um com o outro.

Estava uma noite gelada de Dezembro e depois do jantar decidimos ir para a beira do rio Tejo. Para que pudéssemos estar com os estores abertos para o lado do rio a ver os barcos a passar, encostei as rodas da autocaravana mesmo no início da rampa empedrada que desce até ao rio, impossibilitando assim que alguém espreitasse para dentro. Com a janela enorme ao nível da cama, e com luz de velas acesas, o incenso a queimar, e a música a tocar, estava criado um ambiente fantástico, difícil de descrever. Era como se estivéssemos com a cama no rio. O aquecimento central automático ligado para os 24 graus, completava o pacote conforto daquela noite.

Por estarmos mesmo encostados à beira do paredão, a Joana disse-me que lhe fazia impressão a ligeira inclinação que a autocaravana tinha para o lado do rio. Para resolver o problema vesti o casaco e fui lá fora pôr as rampas de nivelamento nas rodas. Ao subir para cima das rampas, a roda de tracção empurrou uma delas para trás, e a rampa caiu ao rio. Como as rampas são de plástico, a que caiu ficou a boiar ali perto. Fui buscar uma esfregona extensível para recuperar a rampa. Desci o talude de pedra que forma o paredão até à zona verde escorregadia. Já tinha apanhado a rampa plástica, quando de repente uma onda provocada pela passagem de um petroleiro uns minutos antes, me deu um valente banho e me fez escorregar direitinho ao rio. Dei comigo todo vestido com roupa de inverno, casaco incluído, dentro da água gelada e imunda do rio. Tentei subir a rampa, mas como estava completamente ensopado e pesadíssimo, e com um metro de lodo verde e escorregadio no início do paredão, não estava a conseguir sair dali.

A autocaravana tinha o motor a trabalhar e com a música a tocar lá dentro era impossível a Joana ouvir o meu chamamento. Depois de várias tentativas falhadas, e com os dedos já em sangue de tentar agarrar-me às pedras do paredão, completamente enregelado e com a noção de que estava mesmo a meio da digestão do jantar, decidi largar o casaco, tirar os sapatos e nadar ao longo do rio até encontrar um sítio com uma escada ou algo parecido que desse sair da água rapidamente. Nadei ao longo de umas dezenas de metros e já em hipotermia, eu que sou um excelente nadador, comecei a ficar com os músculos presos e com uma dificuldade incrível em progredir. Pensei que a minha vida acabava ali, quando me pareceu ver uma interrupção do paredão a uns escassos 20 metros de onde eu estava. Aquela esperança lá me deu forças para num derradeiro esforço, chegar lá. De facto eram umas escadas. Foi com uma dificuldade indescritível e em estado de choque que consegui subir as escadas e arrastar-me até à autocaravana. Abri a porta e a Joana ao ver-me entrar completamente ensopado e cheio de lodo mal cheiroso perguntou-me com os olhos esbugalhados:
- o que é que te aconteceu???
- caí ao rio
- meu deus… como tu estás!!!
Como não queria encharcar a autocaravana e ainda no degrau da entrada, e sem nunca perder o meu sentido de humor mesmo nas situações mais trágicas disse:
- Vou começar o striptease completo já aqui... espero que gostes.
Despi-me completamente e fui direitinho ao duche. Com o quentinho que se fazia sentir dentro da autocaravana e com um duche de água quente, comecei a descongelar e a recuperar a mobilidade. Depois de muito bem lavadinho e de retirado o lodo mal cheiroso detrás das orelhas, senti-me melhor mas ainda com receio que a digestão me parasse. Bebi uns 3 whisky's que é coisa que nem aprecio especialmente, e a coisa melhorou substancialmente. A Joana foi uma querida, ofereceu-se para me aquecer e enfiámo-nos na cama todos nus.

Já no conforto da cama, agarrado ao lindo e quentinho corpinho da Joana, com o cheiro da fragrância do incenso e à luz das velas, olhei o rio pela janela e pensei que naquele momento podia estar já morto e a boiar naquelas águas geladas e imundas. O contraste entre a situação confortável em que estava agora e a situação desesperada que tinha estado há minutos atrás, fez-me pensar o quanto somos vulneráveis. Não sei se pelo facto de ter visto a morte tão perto, ou se pelo facto da Joana me querer compensar do sucedido, o nosso prazer foi muito intenso, muito desinibido e como se não houvesse amanhã. Entrámos numa espiral de troca de prazer que parecia não ter fim. Nunca me esquecerei daquela noite. E foi assim que eu me safei de ir conhecer o S. Pedro, e ter que lhe contar os meus pecados... fazíamos serão.

Conversa 001 Alexandra 25 C01

Alexandra 25: pelas fotos nao me tinha apercebido das medidas dele nao parecia tao grande
Alexandra 25: kuando o vi fikei dah
Alexandra 25: e com medo de nao aguentar levar com ele
Alexandra 25: mas tu foste hiper... adorei
xarmus diz: eu disse-te que ele era grande e grosso... mas que não precisavas de ter receio porque eu era meiguinho....
Alexandra 25: eu sei mas nunca pensei ke fosse tao grande e ke tu fosses tao krido e ke fosse tao bbbbbbooooooooommmmmmmmmm adorei
Alexandra 25: nao sei se gostaste de estar comigo mas sempre ke kiseres chama ke eu vou

19.4.10

Foto 001

18.4.10

H001 Equivoco com final feliz

Ali estava ela, de pernas abertas, toda nua, e embora não estivesse amarrada à cama, parecia mesmo que estava adesivada aos lençóis. Quando finalmente consegui enfiar o preservativo que era XL adapta e fica-me apertado, e estou a preparar-me para entrar por ela a dentro, reparo que a mulher estava a olhar para mim, branca como a cal e com um ar bastante assustado, e perguntei-lhe: 
Eu - estás bem? 
Ela - nem por isso. 
Eu - se não estás bem, podemos ficar por aqui… 
Ela - se não te importas, preferia ir-me embora, não levas a mal? 
Eu - de forma alguma linda, se não te sentes bem, ficamos por aqui. 
Eu - Queres que te acompanhe? Se não te estás a sentir bem, é melhor? 
Ela - não… deixa estar obrigada, eu já fico melhor. 
Levantou-se, vestiu-se num ápice, e saiu da autocaravana a correr. Fui espreitar pela janela, e passados 50 metros ainda corria. 

Aquilo deixou-me a pensar, nunca me tinha acontecido nada idêntico. Ficar de pau teso, já com preservativo enfiado e a rapariga desistir numa altura daquelas. Enquanto esperava que o piço murchasse para retirar o preservativo mais facilmente, ia pensando numa explicação para o sucedido. Será que ela se tinha assustado com o tamanho do bicho? É grande, mas nunca foi motivo para alguém fugir daquela maneira. Antes pelo contrário, quando o vêm, até os olhos se lhes riem. Teria que haver outra explicação. Pus-me a pensar no encontro desde o início. Havia duas coisas que não batiam certo. A primeira, era que a rapariga com quem tinha marcado encontro chamava-se Maria, e quando me encontrei com ela, perguntei-lhe se era a Maria, e ela respondeu que sim... Maria Ivone, e a segunda, tinha que ver com a idade. A Maria disse-me ter 33 anos, e quando a vi pensei cá para mim... mais uma que tirou no perfil do site uns aninhos à idade verdadeira. De facto esta mulher devia ter cerca dos 40 anos. Depois de rever tudo na minha cabeça, comecei a pensar... queres ver que trocaste as raparigas? Quando se anda na net e se pesca à rede podem surgir estes inconvenientes. Apesar de eu ser muito organizadinho e mudar o nome dos meus contactos no msn para que estas coisas não aconteçam, podia ter havido uma troca. A única maneira de ter a certeza, era ligar o portátil e ver nos meus contactos se conseguia deslindar a coisa. Marias tinha 12, e de facto havia uma Maria 33 Nick Lx e mais abaixo uma Ivone 39 Nick Lx. 

Fui ver os históricos, e de facto tinha marcado encontro com a Maria 33 Nick Lx no parque Eduardo VII às 13h, e depois de uma conversa bem longa e picante, tínhamos combinado uma queca para a hora do almoço. Ela até me tinha dito que não estava muito habituada àquele tipo de encontros, e que era tímida ao vivo, mas para eu tomar a iniciativa e se necessário forçar um bocado a coisa porque isso a excitava e ela acabava por gostar e se descontrair. Vou ler o histórico da Ivone e caiu-me tudo ao chão. A conversa com a Ivone tinha sido bem curta, nunca se falou de sexo, e a Ivone tinha-me dito que nunca se tinha encontrado com ninguém da net, mas que precisava de conhecer gente e fazer amizades porque se sentia muito sozinha. Tínhamos marcado um almoço, com encontro no Parque Eduardo VII ao meio dia. Ou seja, como eu tinha uma reunião ali perto naquele dia às 10h e como as conversas com as duas, estavam datadas com 7 dias de diferença, sem me aperceber que já tinha um encontro marcado com a Ivone, marquei no mesmo sítio com a Maria... felizmente com uma hora de diferença por limitação delas. Ou seja, pensando eu que ia encontrar-me com a Maria para dar uma queca, encontrei-me com a Ivone. Para piorar a situação, quando entrámos na autocaravana depois de a ter convidado a conhecer o meu escritório móvel, a Ivone disse-me que só tinha uma hora de almoço, o que me fez entender que ou me despachava ou não tínhamos tempo para nada, quando ela deveria querer dizer… vamos lá sair daqui senão não temos tempo para almoçar. Com a autorização da Maria para me deixar de cavalheirismos e saltar-lhe para cima, foi num instantinho que comecei a beijar a Ivone e a apalpar-lhe as mamas e a enfiar as mãos por tudo quanto era recanto, enquanto a ia despindo. Ela não correspondia muito, mas também não dizia que não, nem nunca teve uma atitude de repulsa às minhas investidas. Como a  Maria me tinha dito que era tímida, tudo batia certo.

Resultado, depois de ter lido os históricos do msn e de ter rebobinado os acontecimentos, verifiquei que praticamente violei a Ivone, porque apesar de não a ter penetrado, não se livrou de ser toda apalpada, e de umas boas lambidelas logo a seguir a ter-lhe tirado as cuequinhas. Senti-me muito mal com a situação, e apesar de ter a certeza de que nunca mais a ia voltar a ver, pensei que deveria escrever-lhe um mail a pedir desculpa pelo sucedido. Como não gosto de deixar para amanhã o que posso fazer hoje, abri o Hotmail e escrevi uma mensagem com o pedido de desculpas pelo meu comportamento abusivo e que tudo tinha sido um equívoco. Quando acabei de escrever o mail e me senti mais aliviado lembrei-me que, com jeitinho, ainda tinha tempo para ir ter com a Maria e papá-la. Verifiquei que eram 13.03h. Com sorte ainda apanhava a Maria no local do encontro. Dei um jeito à autocaravana, lavei o bicho para não saber a látex, lavei a cara, vesti-me a correr e lá fui eu ao meu merecido e desejado encontro. Sim, porque ficar de pau feito e depois de uns deliciosos preliminares ficar a ver navios, não é fácil para um homem. 

Estava um lindo dia de primavera, e eu desci a rua que vai dar à estufa-fria, a sentir o solinho bem confortável, em passo acelerado. A Maria era uma mulher de 33 anos, de quem eu nunca tinha visto a foto. Estava curioso de como seria. Tinha-me dito que era tímida, mas queria muito experimentar ter sexo com um desconhecido. Disse-me que mesmo que ela fosse dizendo que não queria, eu tinha que apertar com ela, porque excitava-a ser forçada e acabava por colaborar. Apesar de eu ter dito que não me agradava muito a ideia, porque precisava de sentir o desejo da mulher, lá acabei por concordar visto ela ter-me convencido de que queria mesmo, se não quisesse, não teria marcado encontro comigo. Pareceu-me aceitável a justificação, e como gosto de experiências novas, até podia ter piada. Foi graças a estes pormenores que a “tadinha” da Ivone levou comigo de forma muito pouco cavalheiresca. 

Chegado ao local do encontro, lá estava a Maria, com um olhar de quem procura alguém, e ao ver-me notou-se uma alteração na expressão como quem pensou... aqui está ele. Ao chegar junto dela, e depois das apresentações e dos beijinhos, convidei-a a subir a rua para irmos para a autocaravana, local onde estaríamos mais confortáveis e mais resguardados de olhares indiscretos. Pelo caminho, verificámos que estávamos apertados de tempo e que convinha irmos direitos ao assunto para aproveitarmos o pouco tempo que tínhamos. A Maria era de facto uma mulher bonita, um pouco para o gordinho, mas com as curvas todas no sítio, e cheia de vontade de curtir um sexozinho bem prazeroso. Entrou na autocaravana com algum receio, e o nervosismo era bem visível. Como já tínhamos teclado e conversado acerca dos nossos desejos e como o encontro era sem dúvida alguma de carácter sexual, passei ao ataque. Depois de mais uns preliminarzinhos bem gostosos, lá estava eu a tentar enfiar outro preservativo XL adapta, e a rogar pragas por não ter conseguido comprar os meus confortáveis XXL da durex. A timidez da Maria passou-lhe rapidamente e deu-me imenso prazer sentir o prazer dela, e embora tenha sido uma boa queca, não vou entrar em pormenores pelo facto de não ser este o motivo desta história.

O que eu quero contar, é que no dia seguinte estava eu muito bem a trabalhar quando recebo um telefonema no meu telefone da net. Era a Ivone: 
Ela - está Luis? 
Eu – sim 
Ela - olha lá… falaste do nosso encontro ao meu marido? 
Eu - ao teu marido???? Eu nem sabia que eras casada... 
Ela - é que ele ligou-me agora a dizer que sabe que me encontrei com um Luís e vem agora a casa para eu lhe explicar o que ando por aí a fazer... estou tão nervosa... ele é violento, estou toda a tremer, nem sei o que hei-de fazer... 
Eu- deves ter contado o nosso encontro a alguém... 
Ela- eu??? Tas doido? Eu quis foi esquecer tudo, senti-me tão enganada, e tão humilhada. 
Eu - eu sei linda, imagino que sim, e peço-te imensa desculpa pelo sucedido, mas eu expliquei-te no mail que te enviei... 
Ela - mail?? Mas eu não recebi nada. 
Eu - Não?? Estranho, eu também não o recebi de volta... ups... já sei o que aconteceu, o teu marido apanhou-te o mail. 
Ela – ai nem me digas uma coisa dessas... estou desgraçada... mas é possível, ele é informático e anda desconfiado por eu estar muito tempo no computador. 
Eu - Ui... então é canja... o gajo apanhou-te o mail. 
Eu a– e agora o que é que eu faço??? Estou tão nervosa. 
Eu - olha... dá-me 5 minutos que eu vou ver o que te escrevi e vou tentar arranjar uma história que dê para lhe contares e que se encaixe no mail que te enviei. Já te ligo. 
Ela – Luis... por favor telefona-me rápido a dizer o que é que eu lhe digo. 
Eu – Eu sei que não tens muita razão para confiares em mim, mas eu prometo-te que te ligo já... eu sou criativo, hei-de arranjar qualquer coisa. Até já. 
Desliguei, e fui rapidamente às mensagens enviadas ler o mail que lhe tinha enviado no dia anterior. Depois de ler o mail, pensei numa história que não lhe fosse desfavorável e que encaixasse com tudo o que eu tinha escrito. Felizmente não tinha falado em autocaravana, nem em nada de muito comprometedor para ela, e nem foi difícil engendrar uma história. 
Liguei-lhe de volta: 
Eu - Ivone? 
Ela - sim... o que foi que me escreveste? 
Eu - esquece isso... só te vai fazer mais confusão. Presta atenção ao que te vou dizer, e não te ponhas a inventar. Viste um anúncio na net a oferecer um emprego na área do que tu fazes, e a pagarem melhor. Respondeste ao anúncio e deste o teu mail e o número de telemóvel conforme era pedido. Recebeste um telefonema de um tal Luís representante da empresa, e que te queria conhecer pessoalmente e conversar contigo acerca das condições de trabalho. Como trabalhas de dia e não querias lá ir fora de horas, marcaste o encontro à hora do almoço. Foram almoçar, o Luís foi sempre muito cavalheiro contigo, e como no fim do almoço já estavas atrasada ele ofereceu-se para te levar ao emprego. 
Quando se apanhou dentro do carro contigo começou com uma conversa estranha e meteu a mão na tua perna. Tentou beijar-te, e tu deste-lhe um estalo, disseste que eras casada e que amavas o teu marido e que não admitias faltas de respeito, abriste a porta do carro e desataste a fugir. Basta isto. Decoraste? 
Ela – sim. 
Eu – então repete lá para mim...
Ela decorou bem a coisa e eu senti-me de certa forma aliviado por lhe ter arranjado uma solução que dava para minimizar os estragos de que me sentia culpado. Primeiro por ter trocado os encontros e abusado dela, e depois, pior ainda, por lhe ter enviado o mail a pedir desculpa, que foi desastroso. Embora nunca me passasse pela cabeça que ela era casada e que o marido lhe andava a bisbilhotar o correio electrónico, mas estamos sempre a aprender. 
Eu – depois liga-me a contar como correu... agora fico eu nervoso até ter notícias tuas. 
Ela – fica descansado que eu depois ligo, mal possa. 
Eu – beijinhos, e desculpa lá isto tudo. 
Ela – a culpada sou eu que nunca me devia ter metido nisto desde o início... e obrigado pela ajuda... foste um querido. 

Fiquei a pensar naquilo tudo e decidi que poderia dar mais um jeitinho para que a coisa ficasse mais bem composta, e a conversa dela com ele fizesse mais sentido. Decidi escrever-lhe outro mail, desta vez sabendo que era o marido quem ia ler o meu mail. 

Pedi novamente desculpa pelo meu comportamento abusivo, que não fazia ideia de que ela era casada e só depois de ela me dar o estalo e dizer que amava o marido é que caí em mim, e que me sentia muito envergonhado de me ter aproveitado dela dentro do carro, mas que não resisti à beleza dela, e que lhe queria dizer que o emprego que a empresa lhe oferecia era mesmo verdade e continuava de pé, e que lhe pedia encarecidamente que ela não fizesse queixa de mim junto da empresa porque isso me poderia criar problemas. Acrescentei que o marido dela era um homem de sorte, porque para além de ter uma mulher tão bonita e atraente, era uma mulher séria e de confiança, e prometi-lhe que nunca mais a voltava a incomodar. 

No dia seguinte, em horário laboral, a Ivone telefonou-me a agradecer a ajuda naquela enrascada em que ela se viu metida com o marido, e contou-me como tinha corrido a coisa. Ele não gostou nada do que ela fez, mas engoliu a história que eu lhe tinha preparado. Como ainda não tinha tido oportunidade de falar com ela em relação ao que se tinha passado, e como ela nunca chegou a ver o mail que lhe enviei, aproveitei a oportunidade para lhe contar o equívoco da troca de encontros, e esclarecer algumas dúvidas que não me largavam o pensamento. 
Eu – diz-me uma coisa... Como é que tendo marcado um encontro só para me conhecer e para almoçarmos, deixaste a coisa chegar onde chegou? 
Ela – quando me convidaste para conhecer a tua autocaravana, a ideia agradou-me porque sempre sonhei ter uma, mas quando te atiraste a mim, entrei em pânico e fiquei com medo que se não colaborasse, tu puxasses de uma arma, ou te tornasses violento e me deixasses marcas. Quando me perguntaste se eu queria ficar por ali, não desperdicei a oportunidade. Digo-te uma coisa, eu estava em pânico, toda eu tremia por dentro. Foi horrível. 
Eu – pois, imagino. Mas como te expliquei, tinha autorização da outra Maria para me deixar de tretas e passar à acção, e quando me disseste que só tinhas uma hora de almoço, atirei-me de cabeça. De facto, achei-te nervosa, mas como a Maria me disse que era tímida e nestas coisas é normal haver algum nervosismo não achei estranho. Só quando te vi branca como a neve é que percebi que não estavas bem. Peço imensa desculpa, e gostava que soubesses que eu sou respeitador da vontade dos outros, e nunca seria capaz de fazer o que fiz se não estivesse equivocado. Gostava também de te dizer, que se um dia quiseres acabar o que ficou a meio, não te acanhes. Gostei do teu cheiro e da tua coninha, e tens um corpinho bem fixe. 
Ela – Ó Luís... tu és um homem bonito e muito charmoso, e com um físico invejável, mas eu não estou mesmo preparada para uma coisa dessas. Nunca conheci outro homem senão o meu marido, e embora as coisas não andem bem, eu não consigo estar com outro homem enquanto estiver casada. Se um dia me divorciar, prometo que te procuro. 
Eu – Ok. Beijocas boas para ti, e mais uma vez peço desculpa pelo sucedido. 
Ela - Um beijo, e obrigada pela ajuda que me deste, foste um querido. 

Passados dois dias, volto a receber um telefonema da Ivone. 
Ela – está Luís? 
Eu – Olá linda… tudo bem? 
Ela – está tudo bem... diz-me uma coisa... tu enviaste mais algum mail? 
Eu – sim... para o teu marido... hehehehehehe... para ajudar à história que lhe contaste. 
Ela – não sei o que dizias no mail, porque ele trocou-me a password do Hotmail, mas ontem quando cheguei a casa, tinha um jantar romântico à minha espera com velinhas e tudo. Há muitos anos que não via o meu marido tão querido para mim. Pensei logo que devia ter um dedinho teu. Queria agradecer-te toda a tua ajuda, foste um querido mesmo. 
Eu – Tudo bem linda, também me senti muito mal com tudo o que aconteceu, e a última coisa que eu queria era que tivesses problemas com o teu marido por minha causa, e não fiz mais que a minha obrigação ao tentar rectificar a merda que fiz. Beijocas boas para ti, e felicidades com o teu casamento. Gostei de te conhecer. 
Ela – Também gostei de te conhecer, és único. Um beijo e obrigada por tudo. 

Para terminar este episódio, falta dizer algumas coisinhas. Contei esta história porque a acho rica em termos da quantidade e qualidade de conclusões que se podem tirar, em relação ao que pode acontecer nestas coisas dos encontros virtuais, e porque a Ivone já não está com o marido. Divorciou-se e já casou com outro homem que curiosamente conheceu também na net. A Ivone depois de se ter separado do marido acabou por me contactar e quis acabar o que tínhamos deixado a meio, desta vez com tudo a que tínhamos direito. Disse-me que tinha confiança em mim, e embora da primeira vez não estivesse preparada para uma coisa daquelas, tinha dado para ver que deveria ser muito agradável estar comigo noutras circunstâncias. Como já não tinha sexo há uns meses e tinha medo de se encontrar com um desconhecido, vinha propor-me um encontro. Mais tarde, e depois de me comunicar um dia que ia casar com um homem que tinha conhecido na net, decidimos que era melhor não nos voltarmos a contactar. Ainda hoje tenho o contacto dela, mas nunca mais a contactei nem ela a mim.